Pois é amigos, volto a minha atividade bissexta e muito esporádica, menos que bissexta eu diria, mas vamos lá.
Soube, dias destes, que na poderosa Globo está passando um remake da novela Saramandaia. Tudo bem, para quem gosta, legal. Mas o que chamou a atenção, e me refiro à primeira versão, a original, pois esta ainda não assisti, é que apresenta um roteiro escrito sob as fumaças do chamado realismo fantástico, “gênero” criado ou utilizado, ou vá que seja, adotado pelo genial Garcia Marquez.
Nada mais próprio e atual. Neste rico e folclórico país, já passamos pela euforia cívica, pelo drama rasgado, pelo drama enfeitado de superação, pelo realismo pragmático, por todas as siglas bastardas, que teimam em negar o seu significado, que convenhamos, virou um diletantismo irrelevante, mas agora enfim, quem sabe não chegamos mais próximos da realidade brasileira.
Não somos completamente surrealistas, pois o pé de chumbo no pragmatismo, que por estas bandas está mais para esperteza explicita que qualquer outra coisa, impede, mas realismo fantástico casa bem conosco.
Quando você presencia o que está acontecendo no Supremo, tudo dentro da lei, na estrita observância da lei, me pego a pensar em leis feitas e implantadas pela Rainha de Copas, com um coelho curioso a rir sarcástico, somos o país das maravilhas, sem buraco a se esconder e com um chá fraco servido.
Nada do que se discute hoje neste paraíso tropical resistiria a um terceiro e pueril “por quê?”
Então amigos, um vereador vestido de roupa cor de rosa e montado a cavalo, é só uma pequena e inofensiva cena, situada no núcleo humorístico desta grande novela, um pé de página no enredo, nada mais que isto, de causas fracas e consequências menos importantes ainda.
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