domingo, 23 de março de 2014

A esperança no lixo

Considero-me uma pessoa calma e tranquila, já vi muito na vida, já fiz muitas coisas, portanto não me sinto um adolescente traído, mesmo que tenha agido como tal, mas passada esta fase, é hora de reagir e questionar.

E sem esta de “nada pessoal”, pois se o voto é pessoal, me sinto sacaneado pessoalmente, portanto é pessoal sim! E arroubos histéricos e mal educados não me assustam!

Não peço e nem quero favor, eu exijo o que tenho direito de ter. E não serão estes apaniguados de rasa moral que vão me ensinar a como agir e me comportar.

O ditador, mesmo sem estatura para tal, se alimenta da falta de critica, de cobrança, da falta de espelho. Podem até nem serem maus, mas são fracos e cedem facilmente à lisonja, falta-lhes formação mais sólida, falta-lhes vocação.

Nem falarei em espírito público, pois isto me parece uma frase de ficção vitoriana romântica, falo em respeito, não por caráter e nem por vergonha, mas ao menos por conveniência política.


Não consigo entender como alguém joga no lixo tanta esperança...


segunda-feira, 10 de março de 2014

Véus, cortinas e nuances

É estranho, mas as coisas que mais doem são aquelas que só permitem as silhuetas entrevistas pelas frestas das cortinas puídas pelo tempo de esperanças incertas.

Curioso, mas véus sempre mostram mais que fotos coloridas gritando o sol que as tinge de cores óbvias, véus disfarçam a farsa, a tragédia e a comédia humana, enquanto sombras indistintas dançam sua música insana de compasso dúbio, iluminadas pelas poucas luzes que fingem não existir mais, mas que ainda teimam em brilhar.

Nada é totalmente claro ou escuro, bom ou mal, certo ou errado, definitivo ou indefinido, são só as irônicas nuances de trilhas errantes rumo a algum lugar qualquer, numa hora qualquer, num tempo que pode ser ontem ou amanhã, pois o hoje é só uma transição.

Da vida só uma certeza, a de que não existem certezas.


domingo, 2 de março de 2014

Viva o fabuloso e maravilhoso país da bunda!

Assisti, devo dizer que por descuido, um programa no sinal aberto, onde um grupo de pessoas discutiam detalhes dos desfiles de carnaval como se fosse uma espécie de ciência profunda, recheada de tiradas “filosóficas de almanaque ruim”, com o duvidoso direito de teorizar sobre pretensos simbolismos em meio ao surrealismo anárquico e quase analfabeto (para não dizer absolutamente analfabeto) que caracteriza estes desfiles.

Mesas redondas sobre futebol também tem esta mesma pretensão e característica e a exercem, e pior, o ano inteiro.

Ora meus amigos, como levar este país a sério, como reclamar de nossos representantes, do governo, eles nos representam sim e quase fielmente enquanto povo e valores que cultivamos.

A audiência e o farto patrocínio comercial, de produtos que consumimos, destes programas o atesta, e depois reclamam como párocos vitorianos de uma inocente bunda numa camiseta, somos o país da bunda, com todos os significados que queiramos dar a esta afirmação!

Nada contra o carnaval, eu até gostava, mas quando era só uma festa irresponsável e não uma manifestação “séria” de brasilidade e cidadania...

Ah, e este ano ele será o mais longo de todos os tempos, pois logo vem a Copa do Mundo e todos vão ver, eu inclusive, os que protestarem, com razão ou não, serão ignorados e execrados, e logo depois desta “festa”, virá a apoteose, as eleições, ponto alto desta tragicomédia contínua do país da bunda, com todos nós de fantasia esfarrapada correndo atrás dos caminhões de som. 

PS. Quem se choca com a bunda da camiseta, que mande fazer uma com o que goste. Cada um no seu cada qual, deixemos a hipocrisia para os pronunciamentos oficiais e para o STF...