É estranho, mas as coisas que mais doem são aquelas que só permitem as silhuetas entrevistas pelas frestas das cortinas puídas pelo tempo de esperanças incertas.
Curioso, mas véus sempre mostram mais que fotos coloridas gritando o sol que as tinge de cores óbvias, véus disfarçam a farsa, a tragédia e a comédia humana, enquanto sombras indistintas dançam sua música insana de compasso dúbio, iluminadas pelas poucas luzes que fingem não existir mais, mas que ainda teimam em brilhar.
Nada é totalmente claro ou escuro, bom ou mal, certo ou errado, definitivo ou indefinido, são só as irônicas nuances de trilhas errantes rumo a algum lugar qualquer, numa hora qualquer, num tempo que pode ser ontem ou amanhã, pois o hoje é só uma transição.
Da vida só uma certeza, a de que não existem certezas.
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