Nas noites de lua cheia, a dama esquiva do céu faz da terra o espelho de sua vaidade fugaz, derramando sem pudor sua farta luz que escorre por entre as árvores e rola pelo chão iluminado, ofuscando as estrelas e manchando de prata os caminhos.
É uma luz na noite que deixa a noite mais noite que o sol faz o dia, a lua é ávara e o sol é generoso, mas quando ela se despe o faz por inteira, envolvida em uma dança erótica com as sombras que gera, como num incesto cósmico.
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