segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Conjunto habitacional

Às vezes, na ociosidade de meu cérebro, fico pensando em como nosso coração se parece com um imenso conjunto habitacional, destes como “minha casa, minha vida”.

Centenas de apartamentos, milhares de quartos, milhares de pessoas, milhares de sonhos, de esperanças, todos os sentimentos, os conhecidos e os desconhecidos, todos vivendo próximos, todos se encontrando em áreas comuns, um coletivo feito de individualidades, que não se misturam, a não ser no denominador comum de lá estar.

É conviver com todos os ruídos, todos os desejos, todas as raivas, todos os sorrisos, todos os choros, que ecoam pelas escadas dos prédios de nossa alma. Os rádios ligados nas noticias policiais, as TVs gritando por seu espaço, os carros passando e deixando seu rastro, o incrível e crível caleidoscópio que dá som e cheiro ao nosso interminável quebra-cabeça, cujas peças vão mudando de forma na medida em que a colocamos e ajustamos, no caótico condomínio de nossas vontades e desejos.




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