O século XIX foi um dos mais pródigos em mudanças de nossa história contemporânea. Foi o século das últimas guerras provincianas quase obrigatórias que assolavam a Europa, o século das grandes descobertas, das invenções que hoje ainda nos beneficiamos, o telefone, luz elétrica, locomotivas, da fotografia, do toca-discos, e mais uma infinidade de coisas, algumas em uso, outras através de seus sucedâneos, e outras que perderam a razão de ser.
Foi também o século do romantismo, do simbolismo, do realismo, do impressionismo, do neoclassicismo e mais outros ismos..., foi século de Darwin, de Gauss, de Dalton e o século berço de Freud. Foi um século de poetas e loucos sonhadores.
O século XX colheu estes frutos, os trabalhou, para o bem ou para mal, mas dele fez uso, o honrou das mais diversas formas, se aumentou a herança ou dilapidou-a, depende do lado em que você está, mas o fato é que houve uma herança a ser usufruída, o século XX, resgatou a revolta ideológica, gerou a inquietude do pensar, provocou, ou como dizem hoje em dia, “causou”.
E o século XXI, em que se destaca? O que nestes 12 anos o caracteriza? No culto ao duvidoso lúdico, ou na iconização do supérfluo? Tem tempo ainda, ou melhor, o século tem, eu não, mas tenho a esperança que esta fase tão pobre, tão rica em superlativos estéreis, tão farta de adjetivos vazios, seja só uma preparação para um grande século, que seja só um recuo da humanidade para tomar impulso, e que os ismos deste século, não sejam só consumismo, pedantismo, “fakeismo”, e outras bobagens tão em moda como estas.
PS. Orson Welles sabia o que estava fazendo...
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