Os pelicanos feridos de Unamuno voam exaustos sob o céu quente dos ventos de verão, mar calmo, luz intensa, sol forte, terra seca.
A graça trágica de seu voo desenha linhas imprecisas nas nuvens efêmeras, celebrando um momento fugaz perdido na claridade ofuscante do dia.
A terra geme e reclama sua sede, tudo arde, de suas entranhas crestadas sobe o vapor da súplica pela chuva, terra dolorida.
A linha do horizonte, cega pela miragem do calor feroz emenda dimensões, aproxima níveis, confunde sensações.
Os pelicanos voam rumo ao seu destino impreciso, no céu seco sobre a terra vermelha queimada de sol, sob o olhar indiferente do mar eterno debruçado lânguido na areia branca.
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