quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Verbos intransitivos e seus enganos...

O destino é um depositário infiel de expectativas. Não as honra e se o faz, é por puro diletantismo.

Expectativas são profissões de fé, insanas e desejadas, etéreas com compromisso de serem reais, sonhos que se recusam a acordar, promessas que não podem ser cumpridas, pois em sua gênese trazem embutidas desejos e vontades não satisfeitas, e que nunca serão, se não soubermos o que aplacará a sede que não é saciada.

O querer é intransitivo, o fazer é irreflexivo, o ser é imperativo.



Não existem mais pedras no meio do caminho...

Hoje é o Dia das Bruxas, o Halloween, muito festejado nos Estados Unidos e recentemente importado por nós, os nativos curiosos situados ao sul do Equador.

Somos um povo permeável ás culturas exógenas, não sei se por mérito ou complexo de colonizado, mas o tempo se encarregou de provar que a “Aldeia Global” profetizada por Marshall McLuhan, é uma verdade inconteste, portanto compramos o que está nas prateleiras do supermercado global.

A informação abundante e rápida gera uma necessidade de novos produtos a serem consumidos, a demanda que foi criada se tornou incontrolável, e pressiona a oferta. Precisamos sempre de mais, de novo, de perecível. Não há espaço para a reflexão, o impulso gerou a compulsão e afogou o espaço da escolha pensada.

Não há tempo, tem que ser já, tem que ser agora e tem que ser muito, não existe vácuo na ansiedade, não existe espaço entre o impulso e o ato, só o intervalo necessário para o próximo.

Neste dia em que o grande Carlos Drummond de Andrade faria 110 anos, as pedras que estavam no meio do caminho do poeta, foram trituradas e usadas na construção do urgente, foram-se os caminhos, foram-se as pedras, foram-se os poetas, a urgência do agora os matou.




Não existe mentira sem verdade

Existem expressões incríveis neste nosso rico, rude, curioso e confuso idioma, filho bastardo do latim vulgar com o galego-celta, que o mundo não entende.

Uma delas é o “na verdade”, que costuma abrir frases sobre qualquer coisa. Ora, ao iniciar uma sentença, uma afirmação, com o “na verdade”, está embutido, consciente ou inconscientemente, o pressuposto de que sem esta ressalva, tudo o que será dito, inevitavelmente será mentira.

E o mais espantoso é que já ouvi esta abertura de muitas pessoas, apesar de ter uma dose bem razoável de certeza de que não estavam mentindo.

Mais sem fugir ao assunto de verdades versus mentiras, “na verdade”, é que as verdades sempre doem, se não fossem doloridas, se não implicassem em consequências, não existiria a mentira, afinal, se pensarmos de forma cínica até, veremos que a mentira é uma espécie de unguento anestesiante da verdade. Tem pouca duração, age somente na consequência, ignora a causa, mas propicia alívio, momentâneo na maioria das vezes, mas eficaz mesmo em sua provisoriedade.

Mas falar a verdade não é desculpa, é uma questão de caráter, pois a verdade não desculpa, não redime, só atenua e reforça a confiança, mas não diminui a dor. Falar a verdade é meritório, mas mais meritório ainda é evitar a verdade que ela encerra, não a gerando, assim ela não existirá e nem sua filha adulterina, a mentira.

Não existe mentira sem verdade.



terça-feira, 30 de outubro de 2012

Navegar é preciso...

Noite escura em mar revolto, sem farol, sem rumo, só o vento implacável guiando a nau errante, vento antigo que sopra da esquina remota de um tempo perdido para sempre.

Estrelas imaginadas, lua pensada e esquecida, noite da noite, sem promessa de dia.

Noite de amanhã sem intervalo de sol, noite que sucede noite, dia sem cor e sem luz.

Amanhecer adiado, ontem fugitivo escapando pelos dedos de hoje, promessa negada, metade de tudo, parte de nada, noite sem fim, curso que segue onda após onda, cavalgando ventos no dorso da Nau Catrineta revista, afinal navegar é preciso, viver quando é possível.



II Noite Iguaçuense - Baile Show com "The Falls Boys"

Grande dica, imperdível mesmo, do amigo e irmão Mito!

Amigos,

Como todos, já sabem, no próximo dia 24 de novembro de 2012, estaremos realizando a II NOITE IGUAÇUENSE – BAILE/SHOW COM "THE FALLS BOYS", que já se tornou um evento tradicional de reencontro e confraternização da verdadeira sociedade iguaçuense que vivenciou os anos dourados de 1960 a 1970. Para orientação e providencias de todos que quiserem participar da nossa festa, anexo segue o CARTAZ e um CONVITE para participarem do CONCURSO DE FOTOGRAFIAS ANTIGAS, evento paralelo que estaremos promovendo também (vejam como, no regulamento anexo ou acessando as informações no site do evento - ver abaixo).

 O importante é que todos ajudem na divulgação e promoção da nossa festa, para tenhamos o mesmo sucesso que tivemos no ano passado e para lembrar informamos que:

 NOME DO EVENTO: II NOITE IGUAÇUENSE BAILE SHOW COM "THE FALLS BOYS";
DATA: 24 DE NOVEMBRO DE 2012 - HORAS 23:30;
LOCAL: FOZ DO IGUAÇU COUNTRY CLUBE
FORMA DE PARTICIPAÇÃO: AQUISIÇÃO DE MESA COM 6 (SEIS)CADEIRAS AO CUSTO DE R$ 300,00 (R$ 50,00 POR PESSOA);
INFORMAÇÕES/RESERVAS DE MESAS: FONES (45) 9951 9348 (HAMILTON/MITO); (45) 9941 9279 (JANE); (45) 9924 0998 (GILMARA) E (45) 3028 1755 (JU) E PELO SITE www.amigosdoparque.org (a partir de 29/10/2012)


LEMBREM-SE QUE O ACESSO É LIMITADO, PELO PEQUENO NÚMERO DE MESAS, SERÃO ATENDIDOS AQUELES QUE FIZEREM RESERVAS E NA SEQUENCIA, O PAGAMENTO DAS MESAS, PORTANTO FAÇAM SUAS RESERVAS IMEDIATAMENTE.

Quem precisar de reserva de Hotel, deve acessar o site do evento: www.amigosdoparque.org, onde encontrará essa e muitas outras informações (café da manhã e almoço típico de comidas da fronteira - Boca do Irineu, etc) - ACESSEM TODOS E FAÇAM SUAS SUGESTÕES/COMENTÁRIOS,

Para dirimir, em definitivo, qualquer dúvida, esclarecemos que neste evento não será servido JANTAR (como foi no ano passado), este ano é um BAILE/SHOW, que será animado pela banda iguaçuense RAFATATAH e terá um SHOW dos inesquecíveis THE FALLS BOYS (completissimos, inclusive com RONALDO que virá dos Estados Unidos).

Este é um evento de todos, não deixe de participar - FAÇAM SUAS RESERVAS COM URGÊNCIA E GARANTE SUA PARTICIPAÇÃO!!!

Email para reservas: amigsdoparnaigu@hotmail.com ou hamilton.mito@hotmail.com.

 

 
 
 

Um axioma ou um sofisma?

Os deuses antigos morreram e morreram porque foi rompida a relação simbiótica entre eles e os homens.

Deus vive de nossa fé, de nossa esperança, de nossas angústias, de nossa impotência diante da adversidade, de nossas expectativas. 

Somos criatura que mantém o criador, Deus é a síntese corrigida de nossas imperfeições, somos feitos a sua imagem e semelhança e assim o justificamos e lhe damos vida, a mesma vida que Ele nos deu.

Somos uma coisa só, interdependentes e ligados inexoravelmente, além da vontade expressa, mas da condição imperiosa de sermos criatura e criador, pois se Ele nos criou, nós o validamos em Nele crer.

E eu creio.



Errantes

Todos somos em maior ou menor grau reféns de rótulos, os que nos impingem e àqueles que assumimos consciente ou inconscientemente. Coisas como a vida ser boa ou má. Ora, a vida é como ela é, rótulos não vão decifrá-la e nem contribuirão para entendê-la.

Somos passageiros neste barco, somos conduzidos. Por vezes, nos rebelamos com a condução, mas na maioria delas, é só um motim sem grandes consequências.

No fundo é só um navio a procura de um porto, que nunca acha, porque ele só existe além dos sonhos, além da vontade, o porto deste navio está dentro dele mesmo. Buscar respostas e explicações sobre a condição humana é perseguir quimeras mitológicas, que ao parecerem ser atingidas se desfazem no ar, como todos os sonhos ao acordar.

No fim de cada sonho tem um amanhecer implacável. Acordar é prova pragmática de estar vivo e sonhar é o tempero lírico, escondido na noite dos desejos e delírios à espera da campainha do despertador.

Somos perguntas mal formuladas esperando respostas que nunca entenderemos.


 

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A volúpia do auto-engano

Tudo o que é “pré”, caracteriza a expectativa andando desajeitada e de passos pesados sobre a possibilidade.

Tudo o que é “pré”, tende a ser desastroso, pré-julgamentos, pressupostos, premonição e dentre outros tantos, o rei deles, o pré-conceito.

Quando chegará a hora em que deixaremos de nos enganar sonhando e repetindo clichês do que gostaríamos de ser e fazer, e começar a ser de verdade, mesmo com os defeitos, que soberbos e ao mesmo tempo ingênuos, teimamos em não admitir.

Por que teimamos tanto em sermos caricaturas do que poderíamos ser?

Por que insistir em continuar a ser uma releitura infinita de um espelho distorcido?

Até onde vai a volúpia humanamente insana do auto-engano?



Eleições 2012 - "Só sei que nada sei"...

Pois é, depois de finalmente terminada a “farra democrática”, que lições a gente pode tirar destas eleições?

Bom, como já disse outras vezes, não me atrevo a tentar fazer comentários técnicos sobre o assunto, no máximo darei alguns palpites sem compromisso nenhum, ao contrário de certos comentaristas de “jogo jogado”, como os que assisti ontem na TV, principalmente em emissoras regionais. 

Não é de hoje que o eleitor brasileiro vem mudando, se para melhor ou pior, o tempo dirá, mas sem dúvida as previsões tornam-se mais difíceis a cada eleição. Estamos assistindo, a meu juízo, o fim de um período da nossa política e de seus grandes partidos, todos filhos da época da ditadura, os legítimos e os bastardos.

Cicatrizes de alguns, releituras de outros, herdeiros presuntivos e etc., pertencem hoje à história e deverão ser cada vez mais confinados às salas de aula e às teses acadêmicas. Teorias bem elaboradas e testadas com sucesso começam a cair por terra diante do que se pode chamar com alguma liberdade de “neopragmatismo”. Definições como esquerda e direita, opção pelo social como bandeira ideológica diferenciada, soam hoje como anacronismos desajeitados aos olhos do novo eleitor.

Dois casos, na minha ótica, e por nos serem mais próximos, pedem uma reflexão, o de São Paulo e o de Curitiba.

Em São Paulo, perdeu o PSDB e ganhou o PT, ou perdeu Serra, com uma imagem desgastada pelo tempo e ganhou Haddad, uma cara nova no processo político?

E em Curitiba, perdeu o Ratinho e ganhou o Fruet, perdeu Richa e ganhou o PT, ou foi só o resultado de um plebiscito sobre a intensidade das mudanças que o eleitorado queria, ou suportaria?

Sim, pois a salada surrealista dos apoios de ambos, não teve nada a ver com alinhamentos tradicionais.

Perdeu Richa ou foi superestimada a força do governo do estado? Ganhou Lula e Dilma, ou foi uma nova leitura que o PT, aliado ao impressionante carisma de Fruet, quem venceu?

Estas perguntas o tempo deverá responder, mas continuo na crença de que o eleitor mudou e com ele levou todas as “certezas” que balizaram a nossa política até agora. 

O maior exemplo está no PSB, que surge como uma irresistível nova força no cenário nacional, e cujo conteúdo programático, apesar de suas origens, pouca ou nenhuma diferença fez ou faz, a força do PSB está nos nomes e discursos novos que ele tem apresentado.

Nestas horas é sempre bom lembrar Sócrates: “Só sei que nada sei”...




domingo, 28 de outubro de 2012

Postando entre um raio e outro...

As operadoras de telefonia e os vendedores de equipamentos eletrônicos devem estar rezando fervorosamente para que esta temporada de chuva, raios, trovões e vendavais demore a acabar.

Para cada conversa trivial, são necessárias umas três ligações, e para manter um acesso continuado à internet, é preciso comprar “modens” as dúzias, isto quando ainda se tem sinal da net, pois o mais comum é este cair.

Ah, e de quebra, temos os galhos que teimam em cair sobre os telhados e vidros, desafiando a cara feia dos ecologistas e o fervor messiânico dos órgãos públicos que entendem o corte de alguns de árvores, como uma espécie de ofensa pessoal. 

Pois é, mas tudo bem, afinal tem coisas bem piores, como um CD de músicas do Pelé, filmes da Xuxa e livros do Sarney...

Um ótimo domingo a todos!



sábado, 27 de outubro de 2012

O que é real?

O que é real? O que se vê, se toca, sente, ouve, cheira? Nunca soube com absoluta certeza o que era real, aliás, nunca tive absoluta certeza de nada, e mais, nem saberia definir o absoluto, pois este parece-me um conceito tão seguro, firme e certo, que inevitavelmente me causa desconfiança.

Nunca pude saber com alguma segurança se estas desconfianças eram fruto de insegurança ou cinismo, ou uma mistura curiosa das duas coisas, mas no fundo pouco importa, o que importa, ao menos a mim, não é definir as dúvidas e sim viver com elas.



Um bom sábado a todos!

Então amigos, depois de quase uma semana ausente, salvo uma intervenção sobre a famigerada TIM, volto a abusar da paciência de vocês. Não vou relatar nenhum histórico de compromissos e mazelas para justificar minha ausência, prefiro agradecer os acessos que tive, mesmo sem atualizações. A quem acessou, muito obrigado como sempre!

Mas vamos lá, já que estamos aqui, cabe aproveitar o ensejo e falar um pouco sobre algumas coisas. Bom, na politica local, tudo igual, muito palpite, muita especulação, poucos e raros fatos. Normal, pois ainda estamos no “tempo da lei”, o tempo de alguns lamberem feridas e de outros limparem a casa depois da festa. 

Ah, e tem neste domingo a decisão de eleições importantes para nós, que desaguaram no segundo turno, e que devem em maior ou menor grau, terem alguma influencia sobre as futuras composições políticas aqui em Foz. Quais? Bem, só ouvi boatos e não vou levá-los adiante, faltam dois dias, e ai todos saberemos.

No mais, um sábado sem chuva, ao menos por enquanto, o que particularmente acho bom, pois já estava cansado e quase completando minha metamorfose em pato, o literal, não o figurado...

Volto a “cometer” mais textos hoje, espero ao menos..., um bom dia a todos!


 

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Vigaristas e safados!!!!

Olá amigos, volto à questão da TIM, esta arapuca disfarçada em prestadora de serviço de telefonia. Pois bem, estive em uma loja credenciada por esta famigerada empresa, para questionar o fato de que o crédito que dispunha no pré-pago, de cerca de R$ 9,00, e que complementei com mais R4 18,00, havia sumido em um passe de mágica, magia negra creio...

Então, ao procurar o credenciado, ali na Av. Brasil, fui muito bem atendido pela gerente, que gentil, tentou descobrir o que havia acontecido. Em vão. Caiu no buraco negro que nossa displicência cavou.

Entramos em contato, eu e a atenciosa gerente, com o atendimento da TIM. Eita! Atendeu uma boçal, que no menor dos absurdos, declarou que “estaremos estando fazendo uma verificação”!!!!

Pois bem, analfabetos a parte, sobra o estelionato, paguei e fui roubado! Vou prestar queixa aos órgãos competentes, e se necessário for, lavrar boletim de ocorrência.

Alguém precisa dar um basta nestes vigaristas, que acabam por expor gente honesta e que trabalha para eles, ao opróbio público.

 Processem-me, pois assim terei a oportunidade de expor todos os protocolos e conversas que tenho gravado!


Socorro! Estou sendo assaltado!

Existem que coisas que irritam e outras que irritam profundamente. Uma delas é a telefonia celular, e dentre elas, a mais notável é a TIM. Digo a vocês que me acompanham no blog, não consigo entender até onde irá a paciência dos consumidores com relação aos absurdos que são cometidos.

Não falo de governo e eventuais punições, pois não acredito nem em ações de governos que não tem vergonha na cara e nem tampouco em punições que implicariam em cortes na própria carne.

Somos reféns passivos dos péssimos serviços que nos oferecem, e ainda eles, o governo, têm a cara de pau de criar o PROCOM, que apesar de seus esforços, louváveis na esmagadora maioria das vezes, têm limites, que esbarram invariavelmente numa justiça lerda ou na falta de vontade política (politica ou financeira?) de resolver estas questões.

É, realmente somos um bando de reféns estúpidos e impotentes, e as redes sociais, dentre elas a mais importante, o facebok, ao invés de “gastar” a totalidade dos milhares de posts sobre novelas, futebol, angústias pessoais e etc., deveria destinar 5% que seja, este esforço, para a defesa dos nossos interesses, otários espoliados por estes piratas da modernidade.



segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A inveja

A inveja é um sentimento pobre e capenga que busca desesperadamente sua identidade entre a agressão e a necessidade de aceitação.

Sentir inveja é uma espécie de lisonja às avessas, pois ninguém inveja o que tem, o que é, o que possui.

A inveja corrói o invejoso, pois deriva de sua frustração, é filha legítima de sua incapacidade, a inveja é uma confissão de inferioridade, a inveja iconiza o seu objeto, pois o coloca acima daquilo que imagina poder ser ou ter.

Salve então a inveja, pois é bom ser invejado, pois mesmo com todos os prejuízos que este sentimento perigoso possa acarretar, ainda assim é uma confirmação do acerto de ser como somos ao menos aos olhos do invejoso.


A quem perguntou-me: Por que?

Mau Humor 3: Isto é chato, recorrente e vencido...

Nada contra o otimismo, muito pelo contrário, faz parte e é necessário à vida, pois o seu contraponto, o pessimismo, destrói iniciativas e espíritos.

O que me incomoda é o excesso, e de ambos, o pessimismo exacerbado, e vê-se muito isto nas redes sociais, é uma catarse pessoal jogada na cara da gente, é expor dores e frustrações como se o resto do mundo fosse um pouco responsável por elas.

Já o otimismo em excesso, as citações e clichês incitando a cultivá-lo, parece-me mais uma maneira desastrada de auto convencimento usando a exposição pública em uma canhestra forma de terapia.

Será que as pessoas perderam, por conta das redes sociais, a capacidade da conversa olho-no-olho, tudo tem que ser público para ser válido? A meu juízo isto é só mais uma uma forma de exibicionismo emocional.

Compartilhar sentimentos é bom e saudável, mas é preciso que alguém queira fazê-lo com você, caso contrário, é só um monólogo desagradável em frente a uma enorme plateia entediada.


 

domingo, 21 de outubro de 2012

Só mais uma manhã qualquer

Portas e janelas fechadas, frestas que espiam envergonhadas, cantos lavados, vento curioso. Tempo que vai e escorre, foge entre os dedos, corre para seu destino.

Tempo da chuva, da florada tardia, do fruto temporão, do sol que seca, queima e reflete, tempo de ontem, presságio de depois, manhã já vista da tarde de antes.

Dupla jornada, via que bifurca, escolhas, erros e acertos, manhãs que tardam, momentos que passam, marcam e não voltam, perdidos entre a coleção de coisas amareladas, lembradas e esquecidas. Só reflexos, sem imagens.

Sombras de ponto sem contraponto, recortes na procura do todo perdido. Só memórias do que nunca aconteceu, sem mais fatos nem atos, só saudades do que foi sem nunca ter sido.



sábado, 20 de outubro de 2012

Dia do Poeta


“O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.”

Fernando Pessoa - Poeta maior de nossa língua




sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Só dói quando a gente ri...

Querem saber de uma coisa? Então, 90% do que a gente fala, pensa que pensa, posta e escreve para outros, é bobagem. E vejam que estou pegando leve, deve ser mais do que falei, afinal, se formos levar a sério tudo o que postam nas redes sociais, teremos que virar eremitas em algum canto esquecido do mundo.

Gente é muito bom falar besteira, rir de si mesmo, pois o patético, o patológico, é quando você acredita nas bobagens que diz e posta. E mais, espera que curtam e compartilhem estas asneiras, como se pérolas de sabedoria fossem.

O bom das redes sociais é fazer caretas no espelho e rir de si mesmo, mas nem sempre é assim, tem gente que avalia e analisa as caretas como se sérias fossem.

Por favor, amigos que me levem tão a sério, e nem a vocês, cuidem de si mesmos e deixem meu "inbox" em paz, pois de surrealista, já basta a vida.

Um abraço e um beijo em seus egos incompletos e expectantes, rsrsrs


 

O chato

Normalmente o chato não sabe e nem se dá conta de que é chato, pois caso contrário, não seria um chato, seria um sacana dedicado a tornar a nossa vida um pouco pior.

O chato é aquele que se alguém ri de uma piada que ele contar, ele a repetirá eternamente até alguém tentar matá-lo e ele surpreso, não entenderá por que.

O chato é aquele que é recorrente, que vai até a última gota de um assunto, mesmo quando este já está esgotado e vencido.

O chato é aquele que compartilha, sempre com atraso, alguma gracinha no facebook, mesmo quando todos já viram e comentaram, e ainda não contente com isto, dá um “curtir” no seu post e ainda o comenta com “ar de pai da ideia”, achando que todos são otários ou cegos.

O chato é muito importante como um fator de equilíbrio na vida das pessoas, pois impede a euforia, afinal ele é uma fonte de irritação, e alguém a quem a gente pode odiar sem grandes motivos ou consequências, serve como válvula de escape das tensões do cotidiano.

Se não existissem chatos, seria preciso inventá-los, para que a vida não fosse muito chata, e nem eu teria assunto para este texto chato de hoje...




quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Só sofismas...

Nada é tão frustrante como ver o que se acreditava ser o certo e justo, o que se buscava, se desmanchar no ar. A impotência é uma filha voluntariosa da expectativa. Espera, exige e não se conforma.

Reclamamos e oferecemos os pulsos para as algemas da expectativa, prazerosamente, numa dissonância cognitiva, que de inexplicável só se entende se dela for vítima e algoz. Maltratamo-nos deliberadamente, não por masoquismo, na maioria, mas pelo exercício da complexa e confusa condição humana. 

Se pensarmos bem, é possível imaginar-nos como sofismas primários, a margem das discussões diletantes na espera de respostas, que se dadas, não entenderemos, porque as perguntas que formulamos, na maior parte, são meros exercícios de retórica inconsciente.


Apostadores de jogo jogado!

Lamento escrever isto, lamento profundamente, mas preciso fazê-lo, pois preciso para ficar em paz com minha consciência, com minha maneira de ver política. 

Chega a ser patético, ou melhor, é, a forma como muita gente grita até ficar rouca sobre o quanto apoiou o prefeito eleito. Ora amigos, não sejam tão ingênuos, ele sabe que foi relevante e quem não foi, ele sabe quem foi parceiro e quem o foi de última hora, sendo que alguns de depois da hora...

Não subestimem o Q.I de Reni Pereira, ele sabe o que está fazendo e por que. Usar as redes sociais para berrar enlouquecidos seu regozijo pela eleição do novo prefeito, só gera duas coisas; frustração de não ser aquinhoado com o que almeja, ou ser vítima da gozação pública pela impropriedade de seu pleito e de sua adesão tardia.

Não se esqueçam de que muita gente do meio estava lá antes e sabe quem é quem, portanto, poupem-se e nos poupem.




PSDB

Tá bom amigos, podem reclamar da demora, mas vamos a minha atualização tardia, afinal negócios, que não são muitos, mais são importantes, acabam por tomar todo o tempo da gente, mas o pior amigos é falar sobre politica, e depois das eleições. Todos que me acompanham neste blog, sabem que sou do PSDB, e a inevitável pergunta que me fazem é sempre, é sobre o que houve com o partido, que não elegeu nenhum vereador. 

Pois bem, não sei, ou se se soubesse não diria, seria somente uma especulação irresponsável, creio eu. Mas o PSDB é maior, bem maior do que o resultado das urnas em Foz mostrou nestas eleições. Soube que alguns disseram que este é o real tamanho do partido, que agora finalmente mostrou sua dimensão na política local.

Maldade, pura maldade politica, será que esqueceram que o PSDB deu a Reni Pereira seu maior tempo de TV, ou que foi o primeiro partido, depois do PSB, é óbvio, a lançá-lo candidato? E mais ainda, ao que me conste a vice-prefeita eleita é do PSDB, assim como governador do estado, ou não? Será que alguma coisa mudou e eu não sabia? Penso que não, creio que esta é a verdade das urnas, de ontem e de dois anos atrás.

Portanto meus caros amigos, não queria falar sobre isto, até porque lamento a não reeleição do meu caro e competente amigo Budel e os poucos votos que faltaram ao também amigo Dr. Brito para eleger-se, mas devido a tantos questionamentos e pitacos de quem não conhece o interior do partido e seus problemas, não poderia deixar de falar o que falei.

O importante é que estes amigos que se mostram tão preocupados com o que está acontecendo no PSDB, cuidassem de seus partidos e de seus interesses, pois do nosso cuidamos nós, se erramos, vamos ver onde e atentar para que não se repitam, se existe culpados, o que não creio, que sejam responsabilizados, mas sempre entre nós e nunca tornando esta discussão pública, pois isto sim é uma forma de traição aos ideais do partido que se orgulha, e com razão, de sua trajetória na política nacional.


 

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

É PARA POUCOS!

Carrasco da razão

De que adianta? Adianta adiantar o que está adiante? Perante o adiante, o distante se faz inconstante e foge de seu destino.

A espera é um estado presente diante do futuro, que ao se tornar presente vira passado sem que se perceba que o tempo não é o senhor da razão, é o carrasco da razão, pois implacável destrói certezas, sem saber e nem atentar para elas.

O tempo é referência do imponderável, pois só faz sentido no passado, o futuro é promessa o presente é transição, o passado confirma.

Somos expectadores passivos, vivendo a ilusão da participação, sentados à margem do rio do tempo, contando gotas na pretensão de entender seu curso.



Uma aventura errante

Já foi dito e bem dito por sinal, que viver é uma aventura errante. Pois bem, trazendo esta afirmação elevada para o chão do dia-a-dia, ela sem dúvida ainda vale e muito. Sair de casa é uma aventura, é trocar o conhecido pelo desconhecido, pelo imprevisível, mesmo que não o seja tanto assim, vale para justificar as bobagens que vou escrever.

Então, estou com o meu carro no mecânico, ou melhor, na UTI do mecânico e sem direito a acompanhante. A cada ligação dele, do mecânico, um sobressalto, cada visita a angústia do que verei, que novas mazelas ele descobriu, que males encobertos revelou? Quase um drama, se bem que o será sem dúvida na hora da conta, mas por ora só rende assunto duvidoso para este texto de reflexão e medo do futuro próximo...

Os mecânicos, nestas horas, assumem uma postura aos nossos olhos de semideuses sádicos, que se divertem com a nossa ignorância, pobres mortais, pois explicam com requintes de crueldade o que você nunca irá entender, e finge que sabe, e eles sabem que você não sabe. 

Mas, fazer o que, a saída é aceitar este fardo cósmico e jurar para si mesmo que na primeira folga de tempo e dinheiro que você tiver, fará um curso de mecânica básica, o que nunca acontece.

É, a vida é mesmo uma aventura errante.



Conselhos...

Engraçado, existem centenas de ditados, citações famosas e reflexões sobre conselhos. Bem, o engraçado é que a maioria não os escuta, os valoriza em tese, mas na realidade não escutam e nem o põem em prática, nem os seguem.

Fiquei pensando sobre isto, dando o que fazer para satisfazer a curiosidade ociosa do meu cérebro e cheguei à conclusão que isto acontece porque as pessoas gostam muito mais de dar conselhos do que ouvir.

Seja por vaidade, seja por interesse real no próximo, e mais uma infinidade de motivos que nem cabe citar, dar um conselho é uma forma de exorcizar algum problema que tem ou teve. Manter distância dele, passar a limpo o que ainda lhe incomoda, fazer uma pequena plástica na cicatriz que ele tenha deixado.

Dar conselhos é como praticar uma espécie de terapia de espelho, falar consigo mesmo, através do reflexo do outro.

Um bom conselho, livre de qualquer outra consideração que não a intrínseca, é valioso demais, raro demais, e não se acha em nenhum texto clichê de redes sociais. Quem o recebeu e lhe coube bem, que o guarde como joia rara e de alto valor, porque com certeza o é.




segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Previsíveis e Vulneráveis...

Vivemos correndo atrás de razões e justificativas, é compulsivo e inconsciente. Atos pensados cumprem um ritual prévio, impensados administram consequências, mas nenhum deles foge desta compulsão pela justificativa.

Será uma questão de insegurança ou pretensão, de que tudo tenha uma razão plausível ou que se faça plausível? Por que é preciso isto, não basta que ato fale por si só, tem que vir acompanhado de uma bula, relatando efeitos colaterais, aliás, bula sempre lida "a posteriori"?

Para a maioria esmagadora de nossas atitudes não existem explicações que sobrevivam a uma análise mais criteriosa e próxima, no máximo atenuantes de pouca substância e relevo.

Somos todos compulsivos e inconsequentes, afinal como viver sem isto? A compulsão anda de braços dados com a inconsequência, pois é o que nos rotula, seres curiosos e temerários, que dominam a criação pela sua imprevisibilidade.

Quando somos previsíveis, somos vulneráveis.


"O tempo da lei"

O que falar da política local? Perguntaram-me sobre o que esperar deste novo governo municipal. Respondi com toda a honestidade possível: Não sei! Pois mesmo acreditando e muito, nas promessas do prefeito eleito, é só isto que temos e teremos até o ano que vem.

O apoiei, meu partido o fez e elegeu a vice, continuo acreditando muito, mas prever o futuro não é e nem nunca foi minha especialidade. Sei que este período é o de abrir gavetas, se for possível, e de saber quem faz o que e onde, e a quanto andam as coisas, ou seja, normal em qualquer transição.

Portanto, especulações sempre existirão, qual será a equipe de governo, ou antes disto, qual será a equipe encarregada da transição, e o que irá encontrar depois de 8 anos. Pedir ações do novo governo é uma forma de pressão inconcebível, pois deve ser dado tempo ao tempo, ainda é cedo, nem a posse se deu, e o prefeito eleito tem todo o nosso crédito, aliás, nosso e de 53% dos iguaçuenses, sem esquecer que na da dependência de suas ações, estarão 100% dos iguaçuenses.

Calma amigos, este é o “tempo da lei”, a campanha já acabou, o palanque já foi desfeito, agora é a hora de calma, equilíbrio e confiança no futuro.


sábado, 13 de outubro de 2012

Comemorar o que?

É lamentável, profundamente lamentável, que um país com tantos recursos, e de toda a sorte, como o Brasil, não respeite os professores. Não falo de discursos oportunistas, nem tampouco em pífias homenagens, que se perdem diante da indigência de muitos professores, falo do respeito consolidado e amparado em salários dignos e do respeito real que tínhamos no passado.

Virou moda elogiar o professor, a mídia adora esta falácia vencida, mas tudo continua sempre igual. Existe uma consequência perversa neste tipo de comportamento, pois à medida que todos aceitam e tecem loas a importância do professor e nada muda, cristaliza-se a injustiça e lhe dá sobrevida, pois nem o protesto resta mais, todos concordam e nada fazem.

No próximo dia 15 veremos mais um festival de frases feitas e "gracinhas" de gosto literário duvidoso, que logo serão esquecidas e atropeladas por algum jogo de futebol ou o desfecho de alguma novela.

Na verdade, este é um país em que a ignorância, o analfabetismo, quando associado a algum sucesso, é visto como superação e modelo a ser seguido, quando na verdade, salvo honrosas exceções, é nada mais nada menos que um conjunto de circunstâncias, sorte e esperteza dentre elas, que gerou este sucesso. Faltou a base, faltou o esforço intelectual e a disciplina que torna uma sociedade forte e com promessa de continuidade.

É amigos, num Brasil em que um ex-presidente é celebrado como um salvador da pátria, um símbolo do país, quando na verdade foi mais um populista, um Pedro Malasartes caboclo, o que esperar senão a entronização da esperteza como símbolo de sucesso.

O problema é que professores que honram a profissão, e são muitos, não cabem nesta definição surrealista de sucesso, não podem, por força do bom exercício de sua vocação, compactuar com a pressa irresponsável de uma sociedade que incensa e destrói mitos e ídolos sem substância todos os dias.

Portanto, um viva aos professores, verdadeiros heróis da resistência, esperança dolorida de um futuro sólido para um país tão ultrajado, que aprendeu à força a conviver com o desmando e a corrupção, e que em muitos aspectos, além deste especial, padece de uma indiferença crônica diante do seu futuro, constantemente lembrado somente numa figura de retórica barata e medido só pelos avanços materiais e não morais.


 

Lógica perversa

Quando as luzes explodem no meio das sombras difusas, as imagens riscam a mente como raios descontrolados cheios de fúria e vento e arranham a tela que nos projeta e protege.

É a volúpia das águas arrastando as árvores, rompendo margens, riscando trilhas, deixando cicatrizes na terra prostrada, em plena explosão do orgasmo raivoso da natureza. 

O controle é uma ilusão, sempre foi, o controle é a embriaguez do orgulho, a droga que escraviza na vaidade. 

Nada é completamente seguro, previsível e controlável, a segurança completa é só um barco solitário em mar revolto, açoitado pelos ventos errantes a procura de um porto que nunca existiu, seguindo um curso bêbado, sem norte, confiando na luz das estrelas que rasgam pequenos buracos nas nuvens carregadas, sempre a procura de um vislumbre, que busca ansioso, mas que nunca realmente quer ver.

É a lógica perversa e oblíqua do paradoxo, que ao se contradizer, se confirma.



sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Raro...

Tempo bom, temperatura agradável, feriadão, Dia das Crianças, Nossa Senhora Aparecida, novo prefeito, bons amigos, vida fluindo hoje sem muitos problemas e considerações, a não ser deixar no piloto automático e relaxar.

Dia de pensar muito na vida e nas coisas ou de não pensar em absolutamente nada em nada, dia de escolha fácil, longe das pressões de segunda-feira. Dia de muita conversa ou de nenhuma, dia de "alfaiate" cuidadoso e sem pressa, sem roupa pronta, dia de tecer e cortar, usar ou deixar para lá.

Dia de uma cervejinha gelada, um bom vinho, quem sabe um suco, quem sabe uma água, dia do que quiser, dia de querer por não ser obrigado a querer. Um dia perfeito ou não, sei lá, dia de não pensar em rótulos, de não precisar pensar.

Raro e bem vindo momento, bom feriadão a todos!



quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Falta pouco...

Privacidade e hipocrisia

Vejam só que coisa curiosa meus amigos, fala-se tanto em direito a privacidade nestes nossos tempos, no entanto, o que mais se vê nas redes sociais são pessoas imolando a sua privacidade no altar duvidoso da vaidade.

Se a net é como uma praça que todos frequentam, já li isto em algum lugar, vejam que engraçado seria se lá estivéssemos e alguém subisse em um banco e declarasse todas as suas angústias, dúvidas, alegrias, tristezas e até detalhes de sua rotina diária.

É, a hipocrisia, a partir de um dado momento, deixa de ser irritante e torna-se hilária e patética, afinal todos sabemos que nós mesmos somos o nosso assunto preferido...

Nada contra quem curte uma bela "egotrip", mas quem quer privacidade, que não se desnude nas redes sociais.


O tempo é agora e amanhã

Pronto, passou mais uma eleição, mais uma situação a administrar. Este é um momento de reflexão, quem perdeu, perdeu, que se recolha, lamba suas feridas e se programe para a próxima, na política, como na vida, a coisa funciona assim.

E quem ganhou, festeje muito, nada como a vitória, mas sem os excessos messiânicos que alguns têm demonstrado. Quem acompanha as redes sociais, e eu sou um deles, pode observar um aumento visível no tom raivoso das celebrações e dos lamentos de quem atira culpas para todos os lados, e isto se observa tanto no futebol, como na politica. Nada com as brincadeiras, a gozação, isto é normal e gostoso, o que falo é do ódio banalizado.

Ora, quem ganhou, já disse tudo na vitória, celebre e registre a vitória de sua opção, brinque, faça as gozações de praxe, mas sem a raiva quase descontrolada que se vê. No futebol é a mesma coisa, ao invés de curtir o triunfo, nos deparamos com posts de profundo ódio, como se fossem desforços pessoais, não basta ganhar, tem que humilhar, ofender e gritar a sua supremacia emprestada?

Posso até entender, mas devo dizer que não concordo. 

É óbvio, que muitos têm motivos reais e concretos para tais manifestações, mas não são a maioria, a maioria simplesmente se associa a corrente de raiva e a potencializa. 

Nesta época de superabundância de informação, tende-se a viver vidas emprestadas pelas novelas, pelos BBBs e abstrações afins. A internet não é boa nem má neste aspecto, ela só propicia que se evite o olho no olho, deixando mais a mostra o caráter das pessoas, ela não determina nada, quando muito, amplifica, permite sombras que encobrem um pouco e só.  

A vida continua, para vencedores, vencidos e neutros, que foram muitos, é só ver as abstenções, brancos e nulos, portanto, para todos nós desejo equilíbrio, sensatez, cobrança e olhos no futuro da nossa cidade, e que as paixões sejam expressas onde realmente elas cabem.

No mais, penso que é preciso lembrar que o tempo agora é hoje e amanhã, o ontem ficou no último domingo, porque Foz pode mais, aliás, sempre pode e sempre vai poder, afinal Foz somos todos nós!


terça-feira, 9 de outubro de 2012

As proporcionais...

Falei de majoritárias ontem, hoje vamos meter o bedelho irresponsável nas proporcionais. 

Bem, como já havia escrito, a renovação foi de quase 60% no legislativo, já esperava isto, afinal a mudança é sempre um mote irresistível, se para melhor ou pior, o tempo vai dizer.

As surpresas, se é que houveram, foram poucas, ao menos para quem é do meio, pois Coquinho e Paulo Rocha, a quem conheço bem e de outras campanhas, já estavam para entrar e não é de hoje, ambos tem eleitorados consistentes, trabalhos consolidados junto à comunidade, portanto foi uma escolha lógica e previsível. Ah, e boa, pois estive com eles de forma muita próxima nas ultimas eleições e sei da capacidade de ambos.

O PT foi uma revelação, dois eleitos, Fernandinho, um abraço amigo, e Anice, foram consequências também lógicas de um trabalho que não começou hoje, ou melhor, ontem, mas que já vem de algum tempo, e eu sei disto.

Não tenho como falar dos outros estreantes, pois não os conheço o suficiente, mas lamento que o meu partido, o PSDB, não tenho elegido ninguém. Não faltaram nomes que merecessem, mas uma série de fatores, que não cabe elencar agora, podem ter determinado esta frustração, ao menos para nós tucanos. No futuro falarei sobre isto.

O PMDB só colocou o amigo Mogenio, previsível, afinal o adiantado da hora não permitiu muitas alternativas de “pernas” mais consistentes que pudessem dar sustentação ao partido.

Por fim, para ser breve e até superficial, lamento a ausência do caro amigo Budel e do Beltrame, que emprestaram competência e experiência no período em que estiveram no legislativo, mas esta é só mais uma etapa de muitas, ambos ainda tem muito a dar para Foz do Iguaçu.



Esperança, uma coisa deliciosamente frágil!

Bom dia amigos acordei cedo, não chego ao extremo do dilema de Nietzsche, que afirmou que para descansar tenho a eternidade, mas penso que a hora é de propor, criar, ousar, rever, conservar e manter as conquistas.

Somos seres curiosos é crédulos, a maioria de nós ao menos, e esperamos sempre o melhor, e a melhora, e é nesta expectativa que seguimos o caminho incerto que nossas escolhas determinam.

Vamos com fé, porque a fé tudo perdoa, um novo tempo, uma nova esperança, uma nova luta, hora de passar a limpo as convicções e inaugurar uma nova folha, que, se será boa ou má, dependerá do que nela escrevermos.



segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Alguns comentários...

Nunca me atreveria a fazer uma analise da campanha que levou Reni Pereira à prefeitura de Foz. Não me atreveria e nem me atrevo, deixo esta tarefa para quem conhece mais do que eu, vou somente comentar algumas coisas sem pretensão alguma.

Logo no inicio das movimentações de bastidores, já se sabia que Reni era candidato, todos sabiam e há muito tempo, já a situação, que vinha de dois mandatos consecutivos, e que tinha chegado ao poder pelas mãos de uma frentona, além de não contar com os mesmos partidos, não se definia quanto ao candidato. Cheguei a escrever sobre isto inclusive, e várias vezes.

Esta demora pode ter prejudicado a eleição de Chico Brasileiro? Não sei, difícil dizer, pois creio que sua derrota se deva a muitos fatores, nenhum isolado. A demora contribuiu, mas a falta de contorno claro na coligação, penso que pesou mais. Vejamos a suprema ironia politica destas eleições; os dois principais candidatos foram membros de destaque na frentona que tirou o PMDB do poder, no entanto, as duas coligações, até o apagar das luzes dos registros de candidatura, disputavam o apoio do mesmo PMDB, que pouco tempo antes, se vangloriavam em ter derrotado! 

Pois é, politica tem destas coisas, temos vários exemplos disto. Outro fator que penso ter pesado na derrota da situação, foi uma campanha com uma certa falta de identidade, numa primeira etapa, uma exposição até exagerada do atual prefeito, mudando depois e abrindo um espaço maior para o candidato Chico Brasileiro, ou seja, o mote da continuidade pareceu quase que como uma reeleição, e ninguém passa impune por três mandatos, mesmo que tenham sido bons, também existe uma farta coleção de exemplos neste sentido.

E por fim, é claro, o discurso da mudança, bem explorado por Reni Pereira. Toda a mudança sempre assusta e atrai, pode ser perigosa ou vitoriosa. Mas a postura sóbria e calma de Reni ao expor suas ideias e rebater as críticas de que foi alvo, ajudou a passar a imagem de um politico calmo e disposto à conciliação, onde estava embutida nesta conciliação, a garantia de continuidade das iniciativas de sucesso da atual administração, diminuindo assim o eventual impacto por medo da perda de benefícios de ações meritórias da atual administração, e minimizando o viés perigoso da mudança pela mudança.

Existem vitórias e derrotas com contornos bem definidos, penso que neste caso, não foi bem assim, nem Reni ganhou de forma acachapante e nem Chico perdeu para si mesmo, foi uma disputa acirrada, como o resultado das urnas mostra bem.

Cabe a Reni, e ele tem perfil para isto, administrar os 45% que não o queriam na prefeitura, e ele já deu o primeiro passo ao declarar, mesmo no calor da emoção da vitória, que estaria disposto a adotar projetos de partidos que o combateram de forma encarniçada. Foi um ótimo passo no sentido da governabilidade e conciliação tão necessárias em Foz do Iguaçu, que tem sofrido por décadas da dicotomia politica, que deixou, por vezes, as necessidades da população somente como pano de fundo desta disputa.

É, espero o melhor para nós, pois como brinquei estes dias no facebook, “vamos que vamos”, “que Foz pode mais”! Este deveria ser o mote de um governo que atenda os 100%.

Ah, em tempo, parabéns ao amigo Kossar que impos uma derrota histórica ao IBOPE, com suas pesquisas e avaliações corretas e acuradas.


sábado, 6 de outubro de 2012

Nós, nossa consciência e a urna - Um encontro único!

Bem, chegamos ao fim do caminho, ao fim da campanha de 2012. Salvo uma ou outra tentativa tardia, ou alguma “jogada genial”, que os marqueteiros adoram usar para “enriquecer” suas biografias, o que tinha que ser dito, foi dito, o que tinha que ser visto, foi visto, pouco mais poderá ser feito, agora é só conosco, os eleitores.

Seremos nós, nossa consciência e a urna, mais ninguém. É a hora em que você tem que se encontrar com suas convicções, com suas expectativas, com o que espera para você e os seus, sem carro de som, sem programa de TV e rádio, sem folhetos, só você e urna.

Esta é a hora de avaliar os últimos 4 anos, se foram bons ou maus para você, se você foi bem representado, se seu voto valeu a pena, se sua cidade melhorou, se sua rua foi pavimentada, se tem menos buracos, se o ponto de ônibus foi restaurado, se os ônibus estão menos cheios, se seus filhos estudam em escolas melhores, se a saúde está atendendo a sua necessidade, e mais todas as coisas que dependem do poder público, e que não são poucas.

Durante os últimos 4 anos, você só podia falar, bem ou mal, mas era só isso, amanhã é diferente, o que você disser, ao votar, fará toda a diferença.

Não desperdice esta oportunidade, vote consciente!


sexta-feira, 5 de outubro de 2012

O último debate

Então amigos, ontem a noite aconteceu o penúltimo grande e esperado evento antes da votação, o debate. Resta agora a pesquisa a ser divulgada amanhã, sábado, à tarde, que deverá refletir a avaliação dos indecisos, sobre o que viram neste debate de ontem.

Será? Particularmente, acho que nada aconteceu no debate que justifique uma mudança drástica de posição de quem já estava decidido e penso que pouco somou para uma tomada definitiva de decisão.

A toada foi mais ou menos a mesma dos outros debates e dos programas eleitorais. Até inevitáveis baixarias ficaram em um nível bem aceitável, diferente do que está acontecendo nas ruas, com apócrifos e outras barbaridades do gênero, recursos desesperados utilizados nos estertores de campanhas. Mas não é só aqui em Foz, isto acontece em todos os lugares, infelizmente.

Portanto amigos que me perguntaram sobre o que achei do debate, ai está, nada de mais, se não tivesse acontecido, nada mudaria, penso eu. Ou seja, nem melhorou e nem piorou para nenhum dos candidatos. 

Agora a pesquisa poderá ser mais importante, até pelo momento em que será divulgada, mas por hora, esperemos, daqui a dois dias já teremos um novo prefeito eleito, e ai sim, cabe toda a sorte de especulações e análises sobre seu futuro governo e o quanto irá nos afetar, para melhor ou para pior.




quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Precisa comentar?

Revendo Dorian Gray

A vida é uma espécie de colagem. Você vai recolhendo coisas, juntando e agregando, até fazer um esboço de um quadro. Até ai tudo bem, o difícil, o estranho, é quando ele começa a fazer sentido, cresce e se torna um retrato.

Neste momento você deixa de o agente ativo de sua vida e passa, como um Dorian Gray revisto, a se tornar uma vitima de sua colagem, que ansiosa e insaciável, passa a exigir mais recortes, desta vez não colhidos ao acaso, mas recolhidos sob encomenda. 

Esta é a hora em que você perde o controle de sua vida e assume a imagem projetada por você mesmo, que nunca é a mesma coisa, pois somos péssimos e lenientes críticos de nós mesmos.

A ironia pode ser trágica e é.


Afinal, por que votar consciente?

Voto consciente não é só mais um slogan vazio. Caros amigos, falta muito pouco agora. Minha despretensiosa sugestão continua a mesma. Votar na satisfação de nossas necessidades, de nossa vontade, do que queremos para nossa cidade e por extensão para nossas famílias.

Entendo as paixões, compreendo a existência das torcidas organizadas, aceito como um mal inevitável as baixarias de uma campanha, lamento amizades que não poderão ser retomadas, mas antes de tudo e apesar de tudo, saúdo a afirmação de cidadania que é uma eleição limpa.

Quem quiser extravasar suas emoções, ou lamentar suas decepções, e gritar até ficar rouco suas preferências, que o faça, a hora é esta, depois será tarde. 

Em um regime democrático, uma eleição é sempre o momento de ruptura ou confirmação de uma opção, é a renovação ou a rejeição de um modelo, de uma forma de governar. E quem deve saber disto é você eleitor, sou eu eleitor, não as peças promocionais, os vídeos bem ou mal feitos, os candidatos com mais ou menos dentes em seus sorrisos largos.

Reflita e avalie bem, está bom assim? Se está, mantenha. Mas se não está, mude, você tem este poder, só você tem este poder. É um dos raros momentos em que o cidadão, independente de sua condição econômica ou social, realmente tem poder, realmente pode mudar alguma coisa, realmente pode fazer a diferença para si e para os seus.

Votar com consciência pressupõe isto. Tape um pouco os ouvidos, baixe o som da TV, reflita sobre o que viu, o que leu, o que ouviu ao longo desta campanha e decida com calma, com convicção, pois somente desta maneira você estará valorizando o seu voto.

Volto a dizer, e a me desculpar por ser tão irritantemente repetitivo, mas é sempre importante não esquecer que eleições não são jogos de futebol, competições esportivas, são momentos em que você é chamado a decidir o que é melhor para você, e em uma sociedade com tanta informação e manipulação de informação, você há de convir que é um momento raro e que não deve ser desperdiçado em favor de gritaria alguma.

Seja egoísta neste momento, pense só em você e em sua família, afinal, no fundo, mesmo correndo o risco de ser criticado, penso que uma democracia parte da harmonização de vontades individuais até determinar um todo melhor para todos.
  

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Certas mulheres...

Existem mulheres que mesmo vestidas do melhor veludo e adornadas de joias, são belas em sua nudez sentida e não vista. São aquelas mulheres em que em só um sorriso e um olhar transmitem toda a sensualidade do mundo. São tradutoras do gênero. O identificam. O definem. Vê-las em sua nudez requer mais que olhos atentos.

São mulheres especiais, são únicas mesmo sendo muitas, mas nunca são todas, pois são individuais, tanto quanto o olhar que as enxerga o é. Deixam-se perceber e nunca permitem serem vistas pelo olhar comum.

São avaras e ciosas de seus encantos, mas sempre conservam a postura distraída de quem não sabe quem é, pois são especiais porque não sabem que são.

Nunca são vistas em sua totalidade, são só sentidas, elas só existem assim porque as percebemos além do olhar nu, vê-las requer toque, são vistas pela pele, pela sensibilidade.



Dias diferentes...

Existem dias curiosos, não são necessariamente bons ou maus, são diferentes. O que é bom ou mau é o uso e memória deles. Ser diferente sempre mexe com a gente. Vivemos o tempo todo resmungando da rotina e ansiando pelo diferente, no entanto, na maioria das vezes, é mera retórica. Ninguém nunca está verdadeiramente preparado para o diferente, senão não seria diferente.

No fundo somos burgueses gregários agarrados a nossa rotina, nem que seja, para a partir dela, reclamar da mesmice que nos identifica. A mudança é sempre traumática, por mais ansiada que seja, mudanças mexem com zonas de conforto e desconforto, e às vezes pode ser melhor lidar com o desconforto conhecido, do que com a expectativa de um conforto desconhecido. 

Com uma lidamos, com a outra esperamos, mas muitas vezes, esperar é viver.