segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Deus está morto para os imbecis...

Nietzsche, tão citado no facebook, tem sido uma vítima contumaz dos “editores” que pinçam frases e as reproduzem como oportunistas que são, em meios de comunicação pouco confiáveis e respeitáveis.

As redes sociais pululam de exemplos da “cultura” em comprimidos quebrados, que castram o sentido e profundidade desta herança de uma época em que pensar e refletir não era nem perda de tempo e tampouco anacronismo.

Li, espantado e revoltado, um comentário de um imbecil, perdão, mas não acho outro adjetivo para defini-lo, citando o filósofo alemão como um anátema do cristianismo em função da afirmação que fez, de que Deus está morto.

Leiam o texto de Friedrich Nietzsche na íntegra: 

“Deus está morto! Deus permanece morto! E quem o matou fomos nós! Como haveremos de nos consolar, nós os algozes dos algozes? O que o mundo possuiu, até agora, de mais sagrado e mais poderoso sucumbiu exangue aos golpes das nossas lâminas. Quem nos limpará desse sangue? Qual a água que nos lavará? Que solenidades de desagravo, que jogos sagrados haveremos de inventar? A grandiosidade deste ato não será demasiada para nós? Não teremos de nos tornar nós próprios deuses, para parecermos apenas dignos dele? Nunca existiu ato mais grandioso, e, quem quer que nasça depois de nós, passará a fazer parte, mercê deste ato, de uma história superior a toda a história até hoje!”

Que este mesmo Deus, sempre vivo, perdoe os imbecis...




Falar o que?

Putz, o que falar hoje?

Depois da tragédia de ontem, que poderia ter sido evitada, pois foi causada pelo terrível binômio estupidez e ganância, o que dizer?

Falar que a fiscalização é fraca e por vezes corrupta? Falar que somente após as tragédias é que falam em rigor e fiscalização, arrotam providências, dão entrevistas para os urubus da mídia, que não respeitam absolutamente nada, nem dor e nem ninguém, subordinados a uma postura imposta pelas necessidades comerciais das emissoras, que sabem que dor alheia é igual à audiência e faturamento? 

E, que pior, ainda tem alguns que alegam ser isto jornalismo!!! Se é, e eu estou ultrapassado, dane-se, que assim seja, prefiro ser ignorante e retrógado a um canalha oportunista moderno.

Falar o que, já que sabemos muito bem que dentro de alguns dias o que hoje é notícia virará estatística amanhã? 

E que mais uma vez nada será feito, e que pais continuarão a não dormir quando os filhos saem à noite, que este show de horrores vai continuar sob os olhos desinteressados das autoridades?

Falar o que?

Nada, só resta lamentar, lamentar o que houve, lamentar minha descrença em que alguma coisa mude, lamentar o desencanto crescente com a notável evolução da ignorância, da ganância, da estupidez e da corrupção.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

"Sou louco...!"

Caros amigos, tem coisas que com o tempo vão cansando, deixam de ser meramente curiosas para serem irritantes.

Uma delas é a velha, falsa e batida declaração de “Eu sou louco ou louca mesmo”, ora, a admissão de uma pretensa loucura é um fortíssimo sintoma de sanidade, pois quem o é, não o percebe, quem o diz, na verdade só faz “tipo”, só busca algum personagem pobre que lhe dê algum espaço em um meio mais tolerante.

Outra é a “Ah, eu sou assim mesmo, o que fazer...”, o que fazer? Bem, depende de quem encontrar pela frente, pois ser assim não é desculpa para nada e tampouco salvo conduto para incomodar os terceiros com quem convive, “ser assim” pode ser válido para quem tiver a vocação de eremita e nunca pretenda contato com outro ser humano, e mesmo assim, como rebelar-se contra a chuva e o sol?

O “sou assim” tem que estar preparado para enfrentar os demais “sou assim”, caso contrário, ou terá sérios conflitos ou, o que é muito mais provável, deve estar pronto para abandonar este personagem de “adolescente rebelde” e ingressar no nem sempre agradável e pouco compreensivo mundo dos adultos.

Ah, isto não é justo! Ok, bem vindos então à um mundo injusto, pois é assim que ele é, quem é adulto já sabe disto há muito tempo.



Vozes no deserto

Pode até soar como ingenuidade ou “romantismo” político, mas a verdade é que há muito tempo, se é que houve este tempo, a política partidária deixou de ser a arte de conciliar ideias e visões diferentes em favor de um objetivo comum, e passou a ser a arte de conciliar interesses individuais e diferentes em favor de um objetivo próprio.

O espanto e a crítica eventual deriva de duas vertentes, uma pragmática, a de não ter seu interesse atendido e a outra, meritória e quase extinta, a de não compactuar com isto por razões de caráter ideológico.

As duas são inócuas, só vozes resmungando no deserto.

Atualmente em política nada mais me surpreende, só a desconcertante surpresa de lembrar que algumas vezes acreditei...



segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Pessoas Especiais

Existem algumas pessoas que são definitivamente especiais para nós, a gente nem sabe como explicar, pois nos parece tão óbvio que a explicação é desnecessária, mas não, muitas vezes é necessário pensar sobre o que significa.

Mas como explicar isto, talvez com adjetivos tirados das prateleiras do dia a dia, ou com clichês inspirados, por mais que “clichê” e inspiração, sejam mutuamente excludentes, mas vá lá, se existem, servem, se são usados, explicam, no entanto sempre parecem números errados de sapatos aleatórios, no fundo não tem como definir.

Não são o grande evento de nossas vidas, se bem que algumas vezes até podem ser, não são a síntese final do que se espera de uma relação, da ordem que for, se bem que por vezes fazem às vezes de um resumo quase definitivo do que é falar e ser ouvido, do que é ouvir com a alma e não com os ouvidos, é escutar, como quem ausculta um coração, como quem está atento ás batidas dele, sua cadência, seu ritmo ou sua arritmia.

É, não sei como explicar, mas existem pessoas que são definitivamente especiais.


sábado, 19 de janeiro de 2013

Aumenta o som aí!

Muita gente, e todos em algum momento, parecem precisar compulsivamente e constantemente de “som” muito alto, muita festa barulhenta, muito ruído de copos esvaziados, de muito sorriso de plástico, de abundância de clichês, de tipos estereotipados, de fazer parte de algo que não sentem, não é raro isto, não é nada incomum, é só um empréstimo de roupa ou vida alheia.

Parece ser uma estranha forma de abafar os gritos ensurdecedores da consciência, a cobrança repetida e dura da alma violentada, o lamento da negação.

É uma maneira de ser e agir, é uma opção de vida, é tão válida ou inválida como qualquer outra, mas ainda assim é uma maneira de viver ou só registar em fotos metafóricas uma imagem descolada e desligada de si mesmo?

E depois, de tanto atuar sem refletir, como estabelecer o limite entre criatura e criador, entre ator e personagem, quem vai prevalecer?

Como manter um pé em cada barco, se eles têm movimentos distintos?

Pois é, pensar sempre dói um pouco e não tenho certeza se vale a pena..., aumenta o som aí DJ!



quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Feito

Cair, flutuar, no voo incerto da folha amarela de outono viajando no vento rebelde.

Vida torta bombardeada de exemplos fictícios de boa conduta, vida marginal à realidade ficcional, ponto e contraponto, céu e inferno de plástico, disputa virtual pelo equilíbrio utópico, rendição e revolta estéril, fim da tentativa, início da confissão de ausência de si.

Feito e perfeito, tudo já está feito.


 

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Autoindulgência, entre saber-se e achar-se

Do que afinal estamos falando quando dizemos que tudo passa, que o tempo cura feridas, de uma bela e convincente metáfora ou de uma tentativa de falar sobre alguma coisa que incomoda, mas que preferimos racionalizar em nosso íntimo?

Está na natureza humana o racionalizar, é uma forma de melhor suportar, ou se isto for muito difícil, de melhor entender o que nos choca, o que nos surpreende, nos frustra ou algo similar. 

Nunca, nem ninguém, salvo os masoquistas ou portadores de patologias similares, está preparado para a decepção, não é do ser humano normal buscar de forma consciente a punição, pois mesmo com séculos de doutrina religiosa enfatizando a culpa como condição humana, ainda assim, ao menos para os ditos normais, a culpa cega deveria um corpo estranho, daí que ansiar por punição pode ser um indicador de desequilíbrio.

Já escrevi por aqui, neste blog mesmo, que creio sermos muito lenientes conosco, e é normal, se não nos perdoarmos, como esperar que outros o façam?

Mas creio que mesmo esta leniência deva ter limites, senão os seus reflexos acabam atropelando terceiros que passam por nosso caminho, é neste tênue limite entre “ser assim” e “ser egoísta”, o egoísmo, não na forma pejorativa, quase o de uma ofensa, mas no sentido do culto excessivo ao próprio ego, mesmo que “próprio ego” possa ser uma terrível redundância, a expressão serve como ênfase para comportamentos aparentemente contraditórios, mas que na verdade não o são, são confirmações de razões, que podem até ser inconscientes, mas que são razões nascidas do aprendizado, do comportamento repetido, do conjunto de ações, de visões, ou caráter, sei lá como isto possa ser chamado, não sou um especialista na área, só um curioso diletante.

A verdade é que nada é fortuito, ou fruto de motivações internas incompatíveis conosco, são compatíveis sim, podem não ser percebidas como tal, mas o conjunto de atitudes repetidas confirma esta postura, a repetição abusiva da eterna equação da “ação + arrependimento = perdão = nova ação + arrependimento etc.”, foi um subterfúgio muito usado pelas religiões oficiais, como forma de prevalência e de culto à culpa, cuja gestão permitia o controle dos crentes e sua consequente subserviência. Sempre serviu com indulto prévio para quaisquer ações, pois o perdão vinha, acompanhado ou não de sanções, o custo variava, mas vinha sempre, era mais fácil ser culpado do que ser responsável.

A grande verdade é que quando não se pode explicar algo, passamos à agressão ou ao arrependimento choroso e o lamento de autocompaixão, quando em nenhum dos casos a verdadeira questão é abordada de frente, são só reflexos, na verdade reflexos da imagem de um espelho distorcido ou reflexos de traumas, etc., como preferirmos em nossos exercícios rotineiros de autoindulgência, pois ter a coragem de ver-se sem adereços e perdões prévios é uma coisa difícil, custosa e na maioria das vezes dolorida, mas importante para quem quer saber-se um pouco mais e não somente achar-se.

Crescer sempre dói.



segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Pedra Redonda, sim, eu me lembro!

Cada vez que ouço o ruído das cigarras eu me lembro dos verões de minha infância e inicio de adolescência, sim, eu me lembro. Lembro-me do fim das aulas, dos exames, lembro-me da porta que se abria para um mundo onde só o presente importava, o passado tinha ficado no colégio e o futuro era coisa de adultos.

Sim, eu me lembro, lembro-me do Rio Guaíba, que hoje chamam de lago, mas na teimosia de minhas lembranças sempre será o “Rio”, o rio do banho de rio, das “ilhas” que surgiam no verão, nada mais que leito descoberto por falta de água, mas para nós eram as ilhas, do futebol na água, das fantasias infantis, as ilhas que se mostravam em frente ao portão de baixo da chácara da Pedra Redonda, lugar mágico de minha infância.

A chácara do “murinho”, de onde se via as velas distantes dos barcos e que viu e ouviu todos os sons, lamentos e namoros, que foi testemunha muda dos segredos de várias gerações, que no alto de seus poucos metros acima da praia, permitia ver a “Pedra Redonda” que emprestava seu nome à praia e à chácara, separada por uma pequena faixa de areia das pedras de onde pescar lambaris consistiam em uma das grandes diversões de minha infância, pescá-los com miolo de pão amanhecido posto em anzóis de alfinetes curvados, faziam parte da mágica do verão.

Sim, eu me lembro, me lembro bem. Lembro-me do futebol na “cancha”, pequena e de chão de areia, entre casas de tios, que assumia ares de Maracanã nos grandes jogos de minhas lembranças, disputas com os inúmeros primos, com tios, e às vezes, a suprema honra de ser chamado a integrar algum time dos primos mais velhos, normalmente no gol, mas fazer o que, estávamos lá, era o que bastava (um abraço ao muito querido primo Paulinho).

É, eu me lembro, lembro-me das cadeiras de vime, dispostas no avarandado do grande chalé, de onde reinava suave minha avó, cercada de tias, biscoitos e sorrisos, sobre o chão de areia grossa da chácara. Sim, eu me lembro, eu lembro bem. Lembro de minha mãe me chamando pelo nome composto, isto depois de outros tantos chamados pelo primeiro nome, o que significava que tinha que ir, que sua paciência tinha acabado.

Lembro de que tinha que esperar uma hora antes de entrar do rio, após qualquer refeição, lembro da minha “planonda”, das várias camisetas do Grêmio que ganhávamos, dos jogos de futebol de botão, dos torneios intermináveis entre primos, das noites frescas e dos implacáveis mosquitos, tudo cheirava a verão e coçava verão, sim, eu me lembro, lembro bem.

Lembro-me dos cinamomos e suas frutas, nunca soube se eram frutas ou sementes, para nós eram só “projéteis” que supriam as nossas “fundas”, bodoques como chamam em quase todos os lugares, lembro-me da figueira de muitos anos, que me pareciam séculos, debruçada sobre o início da praia, emprestando sombra para quem lá estava, filtrando o sol exigente e desenhando riscos no chão de areia varrido pelo eterno “seu Lauro”, quase tão antigo quanto ela.

E quando o canto das cigarras vem arrombar as portas das minhas lembranças, tirando o mofo de tantos invernos sem luz, sinto o mesmo sol no rosto, o mesmo calor, a mesma vontade de tomar banho de rio, a vontade de voltar, sim eu me lembro.

Malditas cigarras, que lembram o que achei ter esquecido, benditas cigarras que fazem com que o tempo seja só uma referência, e que mantem vivas as lembranças sem tempo, sim eu me lembro, lembro até do que esqueci, lembro-me de ter esquecido, mas eu me lembro.

Sim, eu me lembro bem, eu lembro de tudo agora, pois talvez jamais tenha esquecido, pois é muito bom lembrar do verão quando se aproxima o outono da vida, já que esta, no fundo mesmo, dura tanto quanto o canto da cigarra.

PS: Desculpe e obrigado Gina, prima querida, mas roubei sua foto maravilhosa, rsrsrs



domingo, 13 de janeiro de 2013

Viver de verdade não é para amadores

Existem muitas pessoas de carne e osso, com uma vontade de papel molhado e a emoção imersa em chumbo sólido, seguem andando, tropeçando, adiando, com os olhos postos em si e ainda acreditam que estão vivendo.

Pode ser que a conta desta omissão nunca venha, pois nada é previsível e cartesiano, ação e reação ficam mais por conta da física do que da natureza humana.

Não sei se sofrem e se entendem este desperdício, tenho minhas dúvidas, mas a única certeza possível, é que não sabem, não sabem também o que perderam e perderão.

Porém, perderam o que afinal, se não sabem e nem nunca saberão? Estabelecem a sua régua de medida, e dela vivem e se pautam, sem nunca olhar para outra medida porque nunca a procuraram e se o fizeram a mediram com sua própria medida.

É, por outro lado, ou pelo mesmo lado, pois o lado depende de onde se olha, nunca ninguém disse que viver era uma tarefa fácil, viver de verdade não é para amadores...




sábado, 12 de janeiro de 2013

Tristeza

A tristeza é um sentimento que quase sempre chega devagar, quase sem que se perceba, e vai se instalando em suas coisas, ocupa seu armário, senta a sua mesa, se apossa do seu dia e rouba suas noites.

É como areia fina que entra pelas frestas, que vai arranhando devagar, sufocando aos poucos, corroendo sua vontade.

Não é uma tempestade de verão com raios e trovoadas, é chuva fina, miúda, uma garoa que nunca para, que ensopa sua alma além da capacidade de secá-la, não tem a explosão redentora da raiva e nem a embriaguez da euforia, só está lá, quase sem se notar, até que ela tome conta de tudo.

A tristeza é o fim de tarde úmido e nublado de um inverno eterno.




sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Teimosia ou perseverança?

Nós, pretensiosos, previsíveis e imprevisíveis seres humanos nadamos na contradição, por mais que queiramos ser lógicos, quase cartesianos, somos folhas dançando ao vento, com a ilusão de sabermos o ritmo desta dança, quando no máximo, se tivermos sorte, podemos acertar intuitivamente alguns compassos e passos.

Vivemos de bater cabeças contra paredes, e chamamos isto, quando é conosco, de persistência e perseverança, já nos outros, chamamos de teimosia.

Afinal qual é, se é que existe, a grande diferença entre teimosia e persistência? Qual é o limite entre a esperança e a obsessão? Será só uma questão semântica, ou tem mais, o que define esta fronteira?

Não sei, nunca soube e acho que nunca saberei, deixo para a literatura esta distinção e me recolho ás minhas dúvidas.



quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Mulheres e Barbies, é só uma questão de preferência...

Sei que serei criticado, mas tudo bem tenho o péssimo hábito de dizer o que penso. Tá bom, nem sempre, mas na maioria das vezes sim.

Então vamos lá, cheguei à conclusão que estilistas e designers de moda, sei lá mais quantas definições destas profissões existem hoje em dia, detestam as mulheres, as mulheres de verdade, não os estereótipos de revistas femininas. 

Por que cara amiga? Tenho certeza que pensou isto. Bom, veja você, você precisa ser uma forte candidata a anorexia, ter a mesma volúpia por academia que o Adriano (ex-flamengo) tem pela esbórnia, e desistir definitivamente do péssimo hábito de comer...!!

Sim, comer é pecado mortal, comer desqualifica você como uma candidata a ser bela e desejada, pensar e ser não importa, o que vale é parecer, cada gordurinha a menos vale um ano de faculdade, cada número menor que você vista vale uns dez livros, ser cheinha é uma vergonha sujeita ao opróbio público...

E me pergunto, estes “gênios” perguntaram aos homens, digo os heteros, o que eles acham? Se nós valorizamos mulheres esqueléticas e com cara de fome equilibradas em saltos que exigem habilidades circenses e que saem para jantar e beliscam meia alface com um gole de vinho e uma torradinha?

Pois é, acho que não, a perfeição é chata e monótona, é de plástico, tem cara de fotoshop, não creio que homens gostem disto, bem, ao menos eu não, mas minha geração é outra, quando as mulheres pareciam mulheres e as barbies eram só bonecas que as meninas brincavam, mas foram outros tempos.

Que me perdoem as “perfeitas”, mas acho que a graça está nas pequenas imperfeições.


 

Dietas infalíveis...

Dias destes deparei-me com uma receita alimentar dita como “infalível”..., estava afixada num mural de uma academia de ginástica, uma tal de “dieta chinesa” ou algo assim. 

Bom, só por alto, a quantidade de calorias a serem ingeridas diariamente, nesta dieta, faria corar de inveja o mais empedernido carrasco nazista do pior campo de concentração, duvido que alguém, após um mês naquela dieta, tenha forças até para reler a ”brilhante” receita de emagrecimento proposta.

E o pior, é que isto tem se tornado cada dia mais comum, é só entrar na internet que tipos de dietas brotam como cogumelos depois da chuva, ou como pernilongos no verão, caso de Foz do Iguaçu.

Mas o que assusta, é que existem milhares de publicações sobre o tema, que deveria ser tratado por um profissional da área, como um nutricionista, e não como papo furado de portão, sem responsabilidade, compromisso ou um mínimo de conhecimento técnico.

É, estamos virando um país de obesos ou gordinhos, ao menos aqui no sul, bem, mas tem algo de bom nisto, pois se antes a grande preocupação era arrumar o que comer, agora é quanto.

Ah, e quanto aos mais obcecados e obcecadas com a forma física, no aspecto estético lógico, estes chatos que nos atormentam com sugestões não pedidas, sugiro uma boa temporada em um Spa no Haiti...


 

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A Nau dos Insensatos

Somos peças neste quebra-cabeças, peões neste jogo, nos movimentamos ao sabor da sorte ou de algo acima dela, somos o feito doque foi pensado, somos o real, validamos e pagamos a conta de sonhos não sonhados por nós.

Criamos realidades, fingimos definitivos, atuamos inconscientes em palcos mambembes, somos a essência do despropósito que confirma um propósito maior, que nunca saberemos qual é.

Mas seguimos com a convicção dos insensatos que mudaram o mundo e roçaram de leve na mão maior.

Os pensam depois de fazer, os que refletem sobre o feito, os que se arrependem e fazem de novo, os que explodem de dúvidas e espalham certezas de papel na chuva forte, que sentem toda a confusão e a beleza de ser incoerente na mais pura e imperfeita definição de ser humano.



terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Gado marcado e doente

Existe um tribunal internacional que julga crimes de guerra e crimes contra humanidade, dentre outras questões internacionais. 

Ora, considerando o estado da saúde pública no Brasil, e considerando que nada do que está sendo feito, se é que está, consegue resolver este problema crônico, apesar dos obscenos e extorsivos impostos que pagamos, que tal recorrermos a este tribunal, afinal isto não é um crime contra humanidade...?

E não me falem em soberania e autodeterminação, afinal a dor, a doença e a morte não tem pátria, a saúde é um direito do ser humano e não uma concessão do estado.

Todos os dias somos expostos a noticias deste teor, conversamos com pessoas, e são raras as que não têm histórias tristes para contar.

Até quando isto irá? Até quando vão abusar de nossa paciência ou indiferença? Até quando vamos continuar pagando alto, muito alto, por serviços que não temos?

Até quando continuaremos a andar na poeira desta boiada amortecida pelo descaso?

Êhh gado marcado!

PS: Com a devida ressalva e reconhecimento aos grandes e abnegados profissionais que militam na saúde pública, mesmo com poucos e parcos recursos, felizmente eles ainda são a maioria, senão seria o caos absoluto.


Enchentes e enchentes...

Foz do Iguaçu vive uma época de enchentes, verdadeiros dilúvios, é da época, mas dois tipos se destacam, a real e a metafórica.

No plano do estrito sentido da palavra, ruas alagadas, velhas notícias, velhos problemas, velhas soluções e novas vítimas. Logo surge o inevitável questionamento: de quem é a culpa? Ora, definir culpados nunca significou solução de problema algum, mormente neste tema, pois os que estão com a casa cheia de água, eletrodomésticos perdidos, roupas e móveis destroçados, não terão seus problemas resolvidos pela descoberta de um “culpado”, isto mais que ingenuidade ou politicagem, parece até maldade...

A outra enchente é a dos boatos sobre o governo municipal que ora se inicia. Da dívida deixada pelo prefeito anterior, fala-se de cifras que vão dos 300 milhões até a estratosférica cifra de 1 bilhão! Ora, como bem escreveu o caro amigo Ronald Albanez, com uma dívida de um bilhão, fecha a porteira e pede falência, é um valor impagável...

E na periferia desta “enchente” de boatos e conversas de fim de tarde, estão os nomes a serem nomeados para a prefeitura, já soube de duas “listas telefônicas” completas só de nomes, são tantos que a solução para espaços onde acomodá-los passa a ser impossível, sugiro que mudem a população para os prédios da prefeitura e os “indicados” ocupem os espaços que surgirem no resto da cidade com estas transferências...

Ah, e tem dinheiro para pagá-los? É contra a lei? Bem, isto não foi problema na gestão passada, os servidores concursados que o digam.

No mais, nos resta seguir remando, com um olho no céu e outro na água...


segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Requentando os anos 70...

Eu sou homem, e falo em gênero, não me orgulho e nem me envergonho disto, não sei se existe algum dia que celebre esta condição, não tento provar nada, sigo ou não o script que me é dado, nunca fiz de meu gênero uma bandeira, um slogan, um posts, pois ser um homem, do gênero masculino, é uma condição biológica e não um grito de revolta.

Respeito o movimento feminino, e quem não o respeita? Saúdo o sucesso das mulheres, sempre preferi trabalhar com mulheres, as acho mais focadas, mais interessadas, mas isto é só um comentário sem qualquer pretensão, nunca vi, quem sabe errei, num ótimo desempenho de uma mulher, um slogan feminista, sempre tentei ver um bom profissional, que por acaso era uma mulher.

Devo ser um ingênuo anacrônico, que quando critica ou aplaude nossa presidente, o faz pelas suas atitudes e providencias e não por ser mulher, ser mulher não é mérito e nem desculpa, é só uma condição, tudo o mais me soa como preconceito e sectarismo com cheiro de coisa requentada dos anos 70...




domingo, 6 de janeiro de 2013

Não sei, importa?

Sou por achar que posso, tenho por imaginar que sou, posso por não aceitar e aceito que não posso, só por ser o que deveria ser e não importa.

Palavras soltas ligadas por fios pendentes de teias mal tecidas, sentido obscuro, perdido, por nunca ter tido sentido e não importa.

Quero por querer, não ligo se posso, se for, é, ou foi, não importa.

Não sei, não importa.


 

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

De quem é a culpa?

Todos os anos as mesmas matérias sobre as mesmas tragédias, com as mesmas explicações de pé quebrado das mesmas autoridades, cuja única providência é aguardar o fim da temporada das chuvas.

Tem coisas que nunca mudam, e por não mudarem assumem uma dinâmica própria, que se coloca acima das razões e da lógica, a incompetência repetida, a asneira repetida, se torna padrão e estabelece uma forma de comportamento, fatalista para alguns, oportunista para outros e normal para a maioria.

E tem mais, acho que a culpa, tem vários lados, a de quem insiste em morar em áreas de risco, independente das razões, as que jogam lixo nas ruas, os que ajudam de forma pontual e episódica, fazendo com que o descaso destas populações seja vista só como uma tragédia inevitável, que não é, e por fim, a crônica incompetência, corrupção e oportunismo politico de nossas autoridades, que, aliás, são eleitas e reeleitas pelos mesmos que se tornam vítimas de suas ações.

Fácil seria se pudéssemos apontar e crucificar um só culpado, mas não, é uma culpa coletiva nunca reconhecida, perpetuando e gerando as pautas usuais de janeiro e fevereiro. 

E assim foi, assim é e assim será, tão previsível como o Natal e a Páscoa, penso que os editores devem já ter profissionais a postos nestas épocas para gerarem estas matérias, como o fazem com as das datas acima citadas.




quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Economia: Homens e meninos

Começou a cair a roupa do rei, as altas taxas de juros, diante da escassez de capitais europeus e o pragmatismo econômico norte-americano, não estão sendo suficientes para manter o mesmo ritmo de captação de antes, estão implodindo a galinha dos ovos de ouro do Brasil, pois juros altos já não mais atraem o mesmo volume de capital, mesmo volátil, como o que sustentava nossas reservas.

Estamos diante de um impasse macroeconômico, baixar juros e favorecer o investimento em atividade produtiva interna, ou manter e até aumentar os juros para tentar retomar o mesmo nível de captação de antes?

E a inflação, nunca morta, apenas hibernando, só espera que existam condições de “temperatura e pressão”, para que possa retornar.

O momento é de opção, ou se aposta em um aumento urgente do PIB, reduzindo juros, ou se aposta no capital especulativo, mas o que é certo disto tudo, é que o tempo do morde e assopra já acabou, agora é hora em que os homens se distinguem dos meninos, o tempo do “deixa estar para ver como fica”, não existe mais.

PS: Enquanto isto, a posse de José Genoíno é mais um deboche a que somos obrigados a aguentar.


 

Um esboço da equipe

Como resumo desta primeira fornada de secretários do prefeito Reni Pereira, nada a questionar, ao menos na minha modesta ótica. Bons nomes, alguns desconhecidos do público em geral, outros mais conhecidos, mas poucas figuras carimbadas.

No Turismo, um bom e forte nome, Jaime Nascimento, que goza do respeito de muitos do setor, Ivone Barufaldi, a vice-prefeita, escolha já anunciada, era um nome óbvio, tem tudo para fazer um bom trabalho, contatos, motivação e apoio.

Grande escolha a do Kossar, caro amigo, mas fora disto, um profissional competente e no lugar certo. Quanto aos demais, creio que Reni teve a habilidade de atender compromissos de campanha com a imprescindível qualificação profissional, alguns mais fortes no quesito político, outros no técnico, mas penso que não houve nenhum despropósito e nem esperava que houvesse.

Mas para secretarias como Fazenda, Obras, Administração, Fozhabita e outras tidas como estratégicas, o prefeito optou por “interinidade”, “acúmulo” e adiamentos, nada a discutir, ele deve ter seus motivos, ele está no chamado “tempo da lei”, a trégua tradicional dos primeiros 100 dias.

De resto, cabe aguardar o restante do primeiro escalão e a definição do segundo, apesar de alguns nomes já certos, por ora a administração da moratória deve ocupar a pauta do prefeito.

Sucesso aos escolhidos e nomeados, pois deles depende o nosso sucesso, afinal foi a nossa escolha, que Deus permita tenha sido acertada, boa sorte aos nomeados e a nós!

PS. Quanto a eleição da mesa diretora da Câmara, nada a comentar, a não ser minha surpresa e ceticismo quanto a duração desta composição, já vi coisas demais na nossa política local para acreditar em coelho da páscoa, no incio de janeiro...