A tristeza é um sentimento que quase sempre chega devagar, quase sem que se perceba, e vai se instalando em suas coisas, ocupa seu armário, senta a sua mesa, se apossa do seu dia e rouba suas noites.
É como areia fina que entra pelas frestas, que vai arranhando devagar, sufocando aos poucos, corroendo sua vontade.
Não é uma tempestade de verão com raios e trovoadas, é chuva fina, miúda, uma garoa que nunca para, que ensopa sua alma além da capacidade de secá-la, não tem a explosão redentora da raiva e nem a embriaguez da euforia, só está lá, quase sem se notar, até que ela tome conta de tudo.
A tristeza é o fim de tarde úmido e nublado de um inverno eterno.
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