Portas e janelas fechadas, frestas que espiam envergonhadas, cantos lavados, vento curioso. Tempo que vai e escorre, foge entre os dedos, corre para seu destino.
Tempo da chuva, da florada tardia, do fruto temporão, do sol que seca, queima e reflete, tempo de ontem, presságio de depois, manhã já vista da tarde de antes.
Dupla jornada, via que bifurca, escolhas, erros e acertos, manhãs que tardam, momentos que passam, marcam e não voltam, perdidos entre a coleção de coisas amareladas, lembradas e esquecidas. Só reflexos, sem imagens.
Sombras de ponto sem contraponto, recortes na procura do todo perdido. Só memórias do que nunca aconteceu, sem mais fatos nem atos, só saudades do que foi sem nunca ter sido.
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