Quando as luzes explodem no meio das sombras difusas, as imagens riscam a mente como raios descontrolados cheios de fúria e vento e arranham a tela que nos projeta e protege.
É a volúpia das águas arrastando as árvores, rompendo margens, riscando trilhas, deixando cicatrizes na terra prostrada, em plena explosão do orgasmo raivoso da natureza.
O controle é uma ilusão, sempre foi, o controle é a embriaguez do orgulho, a droga que escraviza na vaidade.
Nada é completamente seguro, previsível e controlável, a segurança completa é só um barco solitário em mar revolto, açoitado pelos ventos errantes a procura de um porto que nunca existiu, seguindo um curso bêbado, sem norte, confiando na luz das estrelas que rasgam pequenos buracos nas nuvens carregadas, sempre a procura de um vislumbre, que busca ansioso, mas que nunca realmente quer ver.
É a lógica perversa e oblíqua do paradoxo, que ao se contradizer, se confirma.
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