quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Não existem mais pedras no meio do caminho...

Hoje é o Dia das Bruxas, o Halloween, muito festejado nos Estados Unidos e recentemente importado por nós, os nativos curiosos situados ao sul do Equador.

Somos um povo permeável ás culturas exógenas, não sei se por mérito ou complexo de colonizado, mas o tempo se encarregou de provar que a “Aldeia Global” profetizada por Marshall McLuhan, é uma verdade inconteste, portanto compramos o que está nas prateleiras do supermercado global.

A informação abundante e rápida gera uma necessidade de novos produtos a serem consumidos, a demanda que foi criada se tornou incontrolável, e pressiona a oferta. Precisamos sempre de mais, de novo, de perecível. Não há espaço para a reflexão, o impulso gerou a compulsão e afogou o espaço da escolha pensada.

Não há tempo, tem que ser já, tem que ser agora e tem que ser muito, não existe vácuo na ansiedade, não existe espaço entre o impulso e o ato, só o intervalo necessário para o próximo.

Neste dia em que o grande Carlos Drummond de Andrade faria 110 anos, as pedras que estavam no meio do caminho do poeta, foram trituradas e usadas na construção do urgente, foram-se os caminhos, foram-se as pedras, foram-se os poetas, a urgência do agora os matou.




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