Frase por demais conhecida e repetida até a exaustão que foi extraída da peça Ricardo III de Shakespeare e atribuída ao até então rei da Inglaterra no final da batalha decisiva da Guerra das Roas.
Em que pese a história não lhe seja muito simpática, tendo o condenado inclusive, ao menos a coragem ou obstinação do infausto rei, nesta batalha final, foi reconhecida.
Mas o ponto não é bem este, lendo até o final, ele fará sentido, espero...
As redes sociais vieram para ficar, e mais que ficar, para determinar comportamentos, para pautar a mídia tradicional, ou seja, botaram poderosos amplificadores nas praças do mundo inteiro, unificaram a língua, moldaram a nova comunicação, que veio definitivamente para ficar, para o bem ou para o mal.
Mas, como subprodutos curiosos, geraram a exposição de “sentimentos sentidos” ou imaginados, ou desejados e até copiados, destravaram línguas, detonaram pudores, criaram um imenso divã de psicanalista.
É um tal de fratura exposta e “curtida”, quando não “compartilhada”, que mesmo a carne viva mostrada, deixa de ser lamento e vira bandeira, slogan de superação, sublimação, e mais todos os demais fartos adjetivos que tentam identificar, quando não saudar, as mais antigas e comezinhas dúvidas e angustias humanas, sob nova embalagem, pois "fakes", em maior ou menor medida, todos nós não deixamos de ser...
Logo estaremos todos nós, “avatares”, vestidos com nossos personagens, e esquecidos disto, amontoados em frente a uma tela de computador, assistindo encantados e perplexos a algum documentário do século passado, sobre alguma coisa que foi banal, com o embevecimento de estarmos assistindo um grande filme de ficção.
Portanto, resgate-se e parafraseie-se Shakespeare:
“Algo real, algo real, minha sanidade por alguma coisa real!”!
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