quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Assim são os loucos...

Amigos, quanto mais eu vejo, leio e ouço tanta obviedade, tanto incenso enjoativo sendo queimado no altar da sanha insana do politicamente correto, mais se apequena a minha já rara esperança em tempos melhores.

De tanto ver “touros” jovens se imolarem no altar da conveniência, do retorno pequeno e fácil, da aceitação fóbica em prol da tribo, qualquer tribo que os tirem do relativo isolamento do livre pensar, que os tornem membros de uma boiada que acredita seguir seu caminho, quando somente seguem o canto suave das raposas, minha crença míngua.

São tantos e tão exaustivamente repetidos os clichês, que se tornam mantras de gritos no vazio, porque só gritam para fora e tem medo de sussurrar para dentro de si mesmos, e quando tentam fazê-lo, o fazem tão baixo que não mais ouvem e com isto, o desencanto se torna inevitável.


“Perdão, mas tenho que recorrer ao dito “maldito”, Jack Kerouac, que no fundo de seu desencanto não perdeu a perspectiva, mesmo que dela não precisasse, por enfado ou por "desimportância", mas que assim um dia escreveu:

“Aqui estão os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de caso. Os pinos redondos nos buracos quadrados. Aqueles que vêem as coisas de forma diferente. Eles não curtem regras. E não respeitam o status quo. Você pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou caluniá-los. Mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas. Empurram a raça humana para a frente. E, enquanto alguns os vêem como loucos, nós os vemos como geniais. Porque as pessoas loucas o bastante para acreditar que podem mudar o mundo, são as que o mudam.”

Lamento pela lenta e quase imperceptível morte dos loucos, lamento pelos pinos certos nos buracos certos, lamento a lucidez do gado tangido.

 
 
 

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