Cheguei a um momento da vida em que acreditei já ter visto muita coisa, claro que não tudo, mas que só faltariam algumas janelas, pequenos vãos, esquinas, uma ou outra porta menor, com segredos menores talvez.
Mas, de repente, de um vão esquecido atrás de uma estante, coberto por uma cristaleira antiga, havia uma janela, não uma janela qualquer, a janela, uma janela que desafiava a física, pois era maior que a parede.
E de um canto de sala, e de um vislumbre inicial desta janela, via-se um campo, bosques, florestas, e naquela hora o canto escuro passou a ser só uma referencia abstrata, o canto da sala antiga era o canto do mundo, e o mundo transformava o canto em centro e a geometria cedia e renunciava prazerosamente aos meus sentimentos.
Nada mais fazia sentido, porque tudo era o sentir, e o sentir é sempre sentido, e o que é sentido, sempre faz sentido...
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