HORIZONTE
Neste planeta redondo, cheio de retas infinitas, o que nos trai? A simples ilusão de ótica, a miopia ancestral que busca o fim da jornada, quando o fim absoluto é só o inicio, ou a vontade e necessidade de seguir em frente?
Quando o mundo era entendido como plano, foi provado que estávamos errados, e quando deixou de sê-lo, nos tornamos errantes?
Neste mundo redondo, todo o inicio é igual ao fim, devemos correr atrás dos 360 graus?
Devemos viver com os olhos em qual horizonte? O da lógica cartesiana ou o da fantasia, onde é possível aplainar as curvas, abrir caminhos e tornar a vida e o mundo numa imensa e infinita reta de milhares de horizontes, tantos quantos nosso olhar alcança e o nosso coração anseia?
Que a lógica seja uma escrava obediente e que a fantasia seja uma generosa, e até um pouco míope, senhora das retas, curvas e caminhos.
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