Navio no cais é aposta na volta da curva do horizonte, caminho torto de certeza reta, navegante sério, mar incerto, vento brincalhão, rota prevista, marcada no papel, riscada a cada metro na água, busca do finito no infinito, viagem dúbia, porto esperança, arco descrito, porto de chegada, nada mais e tudo mais, que mais do que mais, não enxerga o fim, porque está preso no inicio.
Viagem do meio queima o inicio sem construir o fim, voo cego de olhos abertos no mar cinza e com o arco íris no bolso da lembrança esquecida.
Nau sem rumo, rumo da vida, nau solta à espera da amarra do cais, deriva prevista e desejada, mas não tolerada.
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