sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Copa do Mundo e política..., mas só aqui??

Falam em politização da Copa do Mundo de 2014 como se fosse uma invenção brasileira em ano eleitoral, e uivam o seu descontentamento quase messiânico. Tudo bem é sim, é politiqueira sim, penso eu. Mas foi a primeira vez na história das Copas?

Vamos tentar ler um pouco da história e refletir.

Fora a de 1930, que cartesianamente não pode ser definida como tal, as de 1934 e 1938 foram vitrines descaradas para o fascismo italiano. A de 1950, aqui neste mesmo Brasil varonil foi de um ufanismo nacionalista de envergonhar um Galvão Bueno, tarefa das mais difíceis...

As de 1954, 1958 e 1962, foram neutras, salvo alguns compreensíveis arroubos tupiniquins, estas coisas como pátria de chuteiras, resgate de uma raça tida como “mestiça” e que por isso sofria de complexo de inferioridade e outras asneiras similares.

A de 1966, a Inglaterra, em baixa no futebol mundial e começando a respirar os ares mais leves do pós-guerra e amargando o pós-império, tinha que ganhar, nem que a Rainha calçasse chuteiras e envergasse a camisa 9 do English Team.

A de 1970 fez mais pelo golpe de 1968, que alguns teimam em dizer que foi em 1964, que foi ainda um ensaio, fez mais pelos militares que qualquer OBAN, funcionou como um poderoso anestésico injetado na fraca consciência nacional.

A de 1974. Foi um saudável interlúdio, logo seguida pela de 1978, onde a receita de 1970 foi novamente aplicada e com êxito.


Na de 1982, nada de ruim a comentar, mas a de 1986 foi transferida as pressas da Colômbia para o México pelas razões que todos conhecemos. Normal em 1990, seguida da de 1994, onde poderosos grupos, alguns latinos, imaginavam que com a Copa alavancariam o “soccer" nos USA.

Na França, a de 1998, tornou-se um dos maiores mistérios e prato farto até hoje para as mais elaboradas teorias de conspiração. Em 2002, dois países, viagens intermináveis, erros inacreditáveis de juízes e etc.., além de reforçar a imagem dos dois maiores aliados dos Estados Unidos na região.

Em 2006, normal, fora o fato de celebrar uma Alemanha novamente unida e forte, e deixar claro para o mundo isto...

Na última, em 2010, a escolha da África do Sul como sede pode ter todos os méritos do mundo, menos o esportivo, e a conta ainda vai ser cobrada no mínimo pelos próximos 30 anos de sua população.

Portanto, que espanto é este com o que está acontecendo aqui no Brasil? Ingenuidade, plataforma política, tédio ou só solidão que as redes sociais parecem atenuar?


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