Uma boa parte das pessoas diz não sentirem medo. Bobagem. Eu por várias vezes disse não ter medo. Bobagem maior. Todos temos medo, é tão inerente ao ser humano como fome, frio, calor e tantos outros.
O medo não é necessariamente consciente, não é tão palpável como a fome ou o frio, mas ele é parte indivisível do animal, ser humano ou não. É a ameaça, é o redutor comum, é a base, é a síntese.
É a luz mortiça, é a ânsia e o terror do raio de sol, é o rosto do estúpido entupido de crenças, é o último resto de humanidade, é a sobrevivência, é o mergulho final.
Eu tenho medo, aliás, eu tenho vários medos, e agradeço por isto, afinal a medo exige prudência e precede providencias.
Mas meu maior medo, não é o medo selvagem, escancarado, de boca aberta cheia de dentes afiados. Meu maior medo é o da convicção cega, messiânica, entupida de certezas, grávida de filhos gerados ao relento do não pensar, frutos das relações das noites sem Lua, Sol do oposto, negação, desprovidos de sentimento, não sentem, carecem de sentido, filhos paridos nas sombras da intolerância.
Disto eu tenho medo, muito medo, um medo quase paralisante.
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