Quem nunca teve vontade de fugir, de deixar tuda para trás e mergulhar no esquecimento do seu próprio meio, sem ao menos olhar sobre seu ombro, de abrir outros espaços, ver o que está atrás de tantas portas fechadas?
Muitas vezes, este sentimento não significa necessariamente desconforto com a sua vida atual, com suas relações, com seu trabalho, com quem você é, ou ao menos é visto como sendo, creio que seja o irresistível fascínio da porta fechada, com janelas altas, difícil de espiar, fácil de imaginar e fantasiar.
Outras vezes, é a mais absoluta e calma saturação, o cansaço com o mesmo, com as mesmas lutas, mesmas decepções, mesmas derrotas e também, com as mesmas alegrias, mesmas vitórias, pois o cerne, o fulcro da vontade de fugir, não é uma questão de vitória ou derrota, de alegria ou tristeza, o fulcro está no mesmo, na ditadura do sempre, na prisão do que você julga ser certo, na escravidão das suas convicções e responsabilidades delas decorrentes, do julgamento dos seus.
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