terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Esplanada cinza e infinita

Em pé na esplanada cinzenta, lisa, geométrica, reta e infinita. Em pé, de olho no horizonte que foge, linha indistinta, divisão perdida, limite de um fim sem inicio, impreciso, eu preciso.

Preciso ser preciso, imprecisa necessidade, na esplanada cinzenta que desafia a realidade, é preciso?

Em pé, tentando divisar formas que se escondem na monotonia da esplanada infinita, o inferno é a falta da alternância, do defeito, da ruga redentora na esplanada lisa, cinzenta e infinita.

É preciso não ser preciso, riscar a esplanada infinita com a ilusão do olhar, para fazer do infinito pequenos e palatáveis finitos, mesmo que cinzas, lisos e curvos, trazer a linha do horizonte para o horizonte da visão. 

É preciso.