domingo, 7 de abril de 2013

Da praga do politicamente correto a dicotomia enlatada e vencida

O politicamente correto é uma das formas mais castrantes e covardes de censura, porque é disfarçada por uma fantasia de falsa moral e bons costumes de discutível senso comum e, salvo algumas raras e honrosas exceções, se esconde atrás de grupelhos, que no seu plural, buscam um anonimato que não teriam coragem de assumir no singular.

Se comportam como boiada na anuência, e como matilhas no ataque, que se atiram a uma presa, fazendo o que não teriam segurança moral para fazer se sós fossem e, que estão fazendo com que este país regrida para uma moral vitoriana e de um conservadorismo hipócrita como não se via há algumas décadas. Os humoristas, os colunistas daquele período, até o Pasquim, seriam todos processados hoje por esta patrulha feroz e stalinista, que se alimenta dos ódios que provoca nas redes sociais, onde o reflexão nunca dura mais que um segundo antes do impulso de curtir, compartilhar e até postar sobre qualquer asneira que apareça.

E mais, "politizam" tudo, e alimentam uma falsa dicotomia entre direita e esquerda, que não existe mais neste país, e tenho dúvidas se alguma vez existiu em sua definição cartesiana, pois me parece, a luz da história recente, que salvo os mártires de todo tipo autoritarismo, sobram somente grupos, ou bandos, que movem cordões, brigando pelos fartos nacos da gorda e plácida vaca nacional.

Autoritarismo é autoritarismo, ditadura é ditadura, seja a militar, seja a de Getúlio Vargas, o resto é revisionismo oportunista, e isto sem falar na ditadura que dura 500 anos, a dos "eternos donatários das capitanias" que ainda seguram bem firme na mão os cordões da bolsa nacional, pois é muito difícil se eleger sem eles e é impossível governar contra eles.

E antes que me linchem, devo lembrar aos pseudo-puristas, dos históricos e malfadados acordos, sob o guarda-chuva canalha da governabilidade e viabilidade eleitoral, tais como os entre Brizola e Golbery, Maluf e Lula e Sarney com todo mundo, só para citar uns poucos, e se trouxermos para nossa aldeia, poderíamos citar um dezena de outros, tão espúrios quanto, tão cínicos quanto e tão oportunistas quanto.

Portanto, não me venham falar de ideologia, de pureza politica e outros slogans pré-fabricados para alimentar e municiar a militância paga, pois neste país de Gugu, Faustão, BBB e Zorra Total, tentativas de definição entre direita e esquerda, no máximo podem ser usadas para determinar maior ou menor habilidade nos membros superiores e inferiores, portanto, me poupem, pensem um pouco, pensem mais por si mesmos!



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