De todos os abraços que passaram pelos meus braços, nenhum pode marcar o compasso do que faço.
Da rima fácil ao silêncio morno, vai seguindo a coerência da minha incoerência, impávida e retilínea como só as curvas podem ser, tropeçando nas certezas e caindo no colo farto da minha racionalização, e entre um gole e outro de um vinho barato, através da fumaça do cigarro pela metade, traço espirais para me distrair e confundir um cérebro ansioso e ávido de conclusões que não quero chegar, não posso chegar e não sei chegar.
Deitado no colo da noite sou refém e pai relutante de minhas escolhas, ora tolerando-as, ora refutando-as, mas mantendo-as sempre sob as asas da minha resignação, alimento-as avaro e severo, mas constante, enquanto brinco de pensar entre a fumaça hesitante que busca o ar que a molda.
Um comentário:
lindos como sempre teus textos...
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