quarta-feira, 17 de abril de 2013

Hoje

No começo despenca com muito barulho, depois só cai com um som surdo, mais tarde desliza sibilando, e no fim escorre lentamente e em silêncio até esgotar.

As chuvas de março são as garoas de junho, o ciclo pode atrasar, ser preguiçoso, ser impontual e rebelde, mas sempre é um ciclo que se repete indefinidamente, inexoravelmente e "impontualmente", mas sempre definitivo enquanto ciclo.

Nos procuramos tanto nos espelhos, com tanta atenção e frequência, que esquecemos que a imagem é invertida, e ainda, que os tempos são só medidas de nossas expectativas, a ansiedade de ontem, pode ser a resignação de amanhã, na eterna espera de hoje, que é o que no fundo, importa.

Você pode viver acorrentado ao passado ou na expectativa obsessiva do futuro, mas a vivência destes sentimentos é e sempre será, o hoje.



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