sábado, 20 de abril de 2013

Um Professor

Normalmente não tenho o hábito de recomendar filmes, mas desta vez eu o farei. O filme, que em seu título em português, chama-se “O Substituto”. 

Devo dizer, sem medo de errar muito, que foi um dos melhores filmes que já assisti, pelo texto, pela profundidade, pelo ator principal, mas mais do que isto, pela avaliação crua, dolorida e indefinida do que é ser um professor.

Já fui um, aliás, sou, penso que a gente nunca deixa de ser, no máximo se afasta das salas de aula, mas ser um professor é mais que uma profissão, nem sei se é uma vocação, creio que é mais um destino irrevogável e eterno.

Não vou contar o filme, não vou estragar o prazer, se bem que não o prazer na definição cartesiana de divertimento, pois é mais um chamado à reflexão.

Tive centenas, talvez milhares de alunos, me frustrei muito mais do que me realizei, me senti impotente na maioria das vezes, mas lembro-me muito bem de alguns alunos, de algumas vitórias e de muitas derrotas. Mas estas raras vitórias escondem as derrotas, fazem com que ainda sinta saudade, fazem com que ainda me sinta um professor, foram momentos cujo brilho, por vezes fugaz, iluminou os muitos dias cinza, momentos em que, mesmo contrariando a cruel estatística, deixaram uma sensação escondida lá no fundo, mas profunda, de tudo ter valido a pena.

É, basta um aluno, uma vitória, que sempre é deles, somos apenas intermediários e facilitadores, para justificar a convicção de que é possível continuar tentando e não desistir do ser humano, principalmente os jovens, que o futuro é deles, mas passa pelo presente de nós, que um dia fomos o futuro de alguma geração. 

Se adultos formados, somos incompletos e cheios de dúvidas, o que dizer dos jovens ainda em formação e numa sociedade absolutamente confusa em termos de valores? 

Tem áreas que dispensam politicagem pobre e filosofia barata, a educação deveria ser uma delas...



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