quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Do amor e outras coisas

Todos os amores que tive, e não foram poucos, foram de todas as cores, sabores e sons, foram doídos, foram doces, foram rápidos, demoraram, alguns intensos e pesados como um vinho do Porto, outros leves e suaves e de sabor travado como um suco de lima da Pérsia, foram muitos, os que tive, os que quis ter, os aconteceram de verdade e os que sonhei, foram tantos que são maiores que minha lembrança.

Mas dentre eles, um foi maior, não pela intensidade, ou pelo tempo, ou até pela promessa de mais, não, não foi por isso, foi maior pela capacidade de sintetizar todos os que tive, somá-los, resumi-los e esquecê-los, lançar um manto mágico sobre eles, deles extrair a essência e dela se perfumar, dela se embriagar e nela se fazer.

Romântico, piegas, óbvio? Tudo isto e nada disto, só um exercício pobre de delírio literário de folhetim barato, pois nada é como devia ser, e ao mesmo tempo é, pois o nada é o terreno fértil dos sonhos.


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