Não conheço um compasso para explicar o que faço, não há compasso que justifique o que passo, o passo do meu compasso é o que faço.
Mastigando e remoendo palavras com sentidos isolados como ilhas sem pontes. Construindo navios para visitá-las, ligando-as na minha memória, pontes de ar sobre mares remotos, ilhas perdidas nos mapas de minha expectativa.
Vejo, esqueço, lembro, perco, viajo, volto, vou até onde ninguém foi, nem eu, lembro-me do que não vivi, esqueço o que nunca lembrei, perco o que nunca tive, sou sem ter sido.
Vou montado na minha incoerência, levando a bandeira da incompreensão contra os cruéis moinhos de vento de minha lucidez perdida, não busco o sentido e sim o sentindo.
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