quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Segue...

Na confusão ansiosa das noites quebradas gritam os raios do dia exigindo o seu espaço, pedem razões perdidas e nunca achadas. 

E segue a vida rachada, entre ser e poder ser, esperneando contra o posto, negando o desgosto, sentindo cheiro para lembrar o gosto, numa rima pobre que pede seu espaço, sem poder ter.

E a vida segue bebendo da água da dúvida, esperando o que deseja improvável, na confiança dos bêbados que se negam a acordar, pois o sonho não precisa ser viável, só ser sonhado.

E segue o rio, protelando, protestando nas curvas e margens incertas, mas fluindo na certeza inevitável de seu destino, o mar imenso que não o percebe, mas dele vive, já que mais do que ter ido é continuar indo.

Mais do que ser entendido é ter sido, mais do que viver é ser, mesmo sem nunca ter sido.



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