Existem coisas que fogem de nossa compreensão, existem coisas que nos recusamos a compreender e existem coisas que são inevitáveis e que no máximo tentamos administrar as suas consequências.
No fundo são todas iguais, só diferem na medida da atitude que tomamos em enfrentá-las ou não, dependendo de nossa força, pragmatismo, quem sabe até sorte, mas de uma certa forma do imponderável, pois somos imponderáveis, mesmo os cartesianos ortodoxos são imponderáveis, pois certezas são só refúgios construídos com areia.
Finais de ano nos forçam a catarses "oficiais", com ou sem vontade. Os piores parágrafos são os últimos, são os que deveriam justificar a narração, mais raramente o fazem, são pontos finais no meio de estradas forçadas pela ditadura da cronologia. São falsos e perigosos, pedem muito e nada dão, pois exigem resumos de histórias não completamente contadas e logo, em andamento.
Todos somos em maior ou menor grau superlativos, amamos adjetivos, tememos substantivos, e com razão, substantivos são cruéis, são definitivos, rotulam, definem e aprisionam.
Mas como já foi dito; “Navegar é preciso, viver não é preciso.” Sim, e eu pergunto mais a mim que a qualquer outro: Afinal qual é a grande diferença entre viver e navegar??
Falando um pouco sobre tudo, mas sempre e muito sobre qualquer coisa que me venha a cabeça...
quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
terça-feira, 24 de dezembro de 2013
Feliz Natal!
Existem pessoas que são especiais, não pelas realizações, não por se destacarem em alguma área. Não precisam ser reconhecidas ou nominadas publicamente, e algumas até podem e devem, mas são especiais porque nos falam ao coração.
Não considero o Natal nada mais que uma referência cronológica, consagrada em nossa cultura, mas entendo que é preciso que existam estas referências, elas funcionam como catarses positivas, incitam as lembranças, favorecem os resumos, determinam reflexões.
Devo ser sincero, não tenho muitos amigos, digo, aqueles que são irmãos por adoção, por opção não projetada, por um tipo de escolha que não consigo e nem preciso explicar.
Tenho muitos outros amigos, conhecidos, felizmente, poucos ou nenhum inimigo, espero, são parte do que sou, para o bem ou mal, já que não tenho a menor ideia de quem sou, no máximo tento entender o que faço e nem sempre consigo.
Então, que nesta data emblemática que representa o inicio de uma crença, gestada nos confins de um império arrogante há mais de 2.000 anos e que sobrevive até hoje forte, viva e atual, todos tenhamos paz e trégua nas disputas muitas vezes vazias que nos envolvemos o tempo todo.
Feliz Natal!
Não considero o Natal nada mais que uma referência cronológica, consagrada em nossa cultura, mas entendo que é preciso que existam estas referências, elas funcionam como catarses positivas, incitam as lembranças, favorecem os resumos, determinam reflexões.
Devo ser sincero, não tenho muitos amigos, digo, aqueles que são irmãos por adoção, por opção não projetada, por um tipo de escolha que não consigo e nem preciso explicar.
Tenho muitos outros amigos, conhecidos, felizmente, poucos ou nenhum inimigo, espero, são parte do que sou, para o bem ou mal, já que não tenho a menor ideia de quem sou, no máximo tento entender o que faço e nem sempre consigo.
Então, que nesta data emblemática que representa o inicio de uma crença, gestada nos confins de um império arrogante há mais de 2.000 anos e que sobrevive até hoje forte, viva e atual, todos tenhamos paz e trégua nas disputas muitas vezes vazias que nos envolvemos o tempo todo.
Feliz Natal!
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
Do tempo e das coisas que cegos acreditamos...
E de repente o mundo se transformou novamente. Não que ela lembrasse com clareza do tempo em que percorria, arrastando-se pelos os galhos duros das árvores, talvez tivesse sido assim, talvez não, é mais provável que tivesse sido um sonho, bom pela luz, mau pela pouca mobilidade, não lembrava mais, as fronteiras tinham perdido suas referencias.
Sua vida recente era seu casulo, seu mundo, seus limites, sua zona de conforto.
Mas ele começou a ficar pequeno, cada dia menor, ela não tinha como entender e talvez nem quisesse, se o casulo diminuía ou ela crescia.
Um dia a luz invade seu útero externo, luz que para sua parca memória ou delírio, afinal era somente uma lenda perdida entre tantas outras alimentadas pela escuridão úmida, mas confortável onde vivia. Era o que ela tinha, era seu mundo, não se sentia infeliz porque não lembrava mais de como era antes.
Na busca de mais espaço, para combater o desconforto, descobre que tem asas. O casulo de desfaz em pó e na primeira gota da chuva recente ela se vê na folha molhada. Ela tem cores que nunca ousou imaginar, ela tem asas que nunca sonhou, pois nunca soube que existissem.
E então voou e voou, a esmo, à toa, voou pelo prazer de voar, amou, reproduziu-se, gerou e continuou voando, voando como um Ícaro alucinado atrás do sol e da luz e voou para muito longe, mesmo não sabendo o que era longe ou perto. Viu as flores, delas provou, e viveu mais em pouco tempo o que havia vivido em toda a sua vida.
O tempo não deveria ser medido como um cárcere, o tempo é uma experiência, uma vivencia que não pode ser medida em horas ou anos e sim em intensidade.
Sua vida recente era seu casulo, seu mundo, seus limites, sua zona de conforto.
Mas ele começou a ficar pequeno, cada dia menor, ela não tinha como entender e talvez nem quisesse, se o casulo diminuía ou ela crescia.
Um dia a luz invade seu útero externo, luz que para sua parca memória ou delírio, afinal era somente uma lenda perdida entre tantas outras alimentadas pela escuridão úmida, mas confortável onde vivia. Era o que ela tinha, era seu mundo, não se sentia infeliz porque não lembrava mais de como era antes.
Na busca de mais espaço, para combater o desconforto, descobre que tem asas. O casulo de desfaz em pó e na primeira gota da chuva recente ela se vê na folha molhada. Ela tem cores que nunca ousou imaginar, ela tem asas que nunca sonhou, pois nunca soube que existissem.
E então voou e voou, a esmo, à toa, voou pelo prazer de voar, amou, reproduziu-se, gerou e continuou voando, voando como um Ícaro alucinado atrás do sol e da luz e voou para muito longe, mesmo não sabendo o que era longe ou perto. Viu as flores, delas provou, e viveu mais em pouco tempo o que havia vivido em toda a sua vida.
O tempo não deveria ser medido como um cárcere, o tempo é uma experiência, uma vivencia que não pode ser medida em horas ou anos e sim em intensidade.
sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
Paradoxo ou regressão cultural e política?
Reli, talvez pela quinta ou sexta vez, não sei dizer, a magnífica biografia de Assis Chateaubriand, escrita por Fernando Morais e intitulada “Chatô – O Rei do Brasil”.
Devo dizer que um certo ranço esquerdista permeia a obra, mas sem comprometê-la em absoluto. O ranço da direita é mais óbvio, mais primário, me arrisco a dizer, já o da esquerda é mais sutil, lento e fluido, mas ainda um ranço e incomoda.
Bom, mas o objetivo deste comentário é uma questão curiosa e recorrente: Por que temos que ser dicotômicos? Somos pétreos cartesianos sem sequer conhecer a obra de Descartes! Perdão, mas creio que ao menos a maioria que pontifica montada em certezas profundas, com certeza nunca o leu!
É do ser humano o contraditório, inclusive o íntimo contraditório.
Chateaubriand construiu um império de comunicações sem igual até hoje. Só isto já seria mais que suficiente para seu epitáfio.
Imperadores, e aí valem para todos que ao longo da história construíram impérios, não podem ser julgados a não ser por outros imperadores ou pela história.
Quando leio julgamentos “gordos” de razões fátuas, de pontos de vista expressos com tons de verdade absoluta, me envergonho. Sinto vergonha de minha condição de ser humano que tenta ter a suprema e talvez indevida pretensão de pensar.
Uivos messiânicos, ranger de dentes e o cultivo artificial de slogans e de tomadas de posição pagas, e mal pagas, parecem-me somente gado tangido pela vaga promessa de pasto, e isto me deprime.
Deixo com vocês as palavras de D. Helder Câmara sobre Chateaubriand, aliás, D. Helder, independente de suas posições políticas, foi alguém que honrou sua condição de brasileiro, pois certo ou errado, ele foi um dos brasileiros que nos redimem com sua incrível lucidez e até em seus arroubos, por vezes, incontidos, das antas que assolam a nossa mídia e infestam as redes sociais.
Mas vamos lá, um pouco antes da morte do jornalista ele disse:
"De Chateaubriand se pode dizer o melhor e o pior. Haverá quem diga horrores pensando nele, mas como não recordar as campanhas memoráveis que ele empreendeu? Dentro do maquiavélico, do chantagista, do cínico, o Pai saberá encontrar a criança, o poeta. Deus saberá julgá-lo.”
E eles eram inimigos políticos ferozes, só que não eram pequenos, tinham o tamanho do Brasil que depois se apequenou para acomodar as questiúnculas paroquiais que nos fazem mesmo que grandes economicamente, nos tornam bobos enfatuados culturalmente...
Devo dizer que um certo ranço esquerdista permeia a obra, mas sem comprometê-la em absoluto. O ranço da direita é mais óbvio, mais primário, me arrisco a dizer, já o da esquerda é mais sutil, lento e fluido, mas ainda um ranço e incomoda.
Bom, mas o objetivo deste comentário é uma questão curiosa e recorrente: Por que temos que ser dicotômicos? Somos pétreos cartesianos sem sequer conhecer a obra de Descartes! Perdão, mas creio que ao menos a maioria que pontifica montada em certezas profundas, com certeza nunca o leu!
É do ser humano o contraditório, inclusive o íntimo contraditório.
Chateaubriand construiu um império de comunicações sem igual até hoje. Só isto já seria mais que suficiente para seu epitáfio.
Imperadores, e aí valem para todos que ao longo da história construíram impérios, não podem ser julgados a não ser por outros imperadores ou pela história.
Quando leio julgamentos “gordos” de razões fátuas, de pontos de vista expressos com tons de verdade absoluta, me envergonho. Sinto vergonha de minha condição de ser humano que tenta ter a suprema e talvez indevida pretensão de pensar.
Uivos messiânicos, ranger de dentes e o cultivo artificial de slogans e de tomadas de posição pagas, e mal pagas, parecem-me somente gado tangido pela vaga promessa de pasto, e isto me deprime.
Deixo com vocês as palavras de D. Helder Câmara sobre Chateaubriand, aliás, D. Helder, independente de suas posições políticas, foi alguém que honrou sua condição de brasileiro, pois certo ou errado, ele foi um dos brasileiros que nos redimem com sua incrível lucidez e até em seus arroubos, por vezes, incontidos, das antas que assolam a nossa mídia e infestam as redes sociais.
Mas vamos lá, um pouco antes da morte do jornalista ele disse:
"De Chateaubriand se pode dizer o melhor e o pior. Haverá quem diga horrores pensando nele, mas como não recordar as campanhas memoráveis que ele empreendeu? Dentro do maquiavélico, do chantagista, do cínico, o Pai saberá encontrar a criança, o poeta. Deus saberá julgá-lo.”
E eles eram inimigos políticos ferozes, só que não eram pequenos, tinham o tamanho do Brasil que depois se apequenou para acomodar as questiúnculas paroquiais que nos fazem mesmo que grandes economicamente, nos tornam bobos enfatuados culturalmente...
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
Copa do Mundo e política..., mas só aqui??
Falam em politização da Copa do Mundo de 2014 como se fosse uma invenção brasileira em ano eleitoral, e uivam o seu descontentamento quase messiânico. Tudo bem é sim, é politiqueira sim, penso eu. Mas foi a primeira vez na história das Copas?
Vamos tentar ler um pouco da história e refletir.
Fora a de 1930, que cartesianamente não pode ser definida como tal, as de 1934 e 1938 foram vitrines descaradas para o fascismo italiano. A de 1950, aqui neste mesmo Brasil varonil foi de um ufanismo nacionalista de envergonhar um Galvão Bueno, tarefa das mais difíceis...
As de 1954, 1958 e 1962, foram neutras, salvo alguns compreensíveis arroubos tupiniquins, estas coisas como pátria de chuteiras, resgate de uma raça tida como “mestiça” e que por isso sofria de complexo de inferioridade e outras asneiras similares.
A de 1966, a Inglaterra, em baixa no futebol mundial e começando a respirar os ares mais leves do pós-guerra e amargando o pós-império, tinha que ganhar, nem que a Rainha calçasse chuteiras e envergasse a camisa 9 do English Team.
A de 1970 fez mais pelo golpe de 1968, que alguns teimam em dizer que foi em 1964, que foi ainda um ensaio, fez mais pelos militares que qualquer OBAN, funcionou como um poderoso anestésico injetado na fraca consciência nacional.
A de 1974. Foi um saudável interlúdio, logo seguida pela de 1978, onde a receita de 1970 foi novamente aplicada e com êxito.
Na de 1982, nada de ruim a comentar, mas a de 1986 foi transferida as pressas da Colômbia para o México pelas razões que todos conhecemos. Normal em 1990, seguida da de 1994, onde poderosos grupos, alguns latinos, imaginavam que com a Copa alavancariam o “soccer" nos USA.
Na França, a de 1998, tornou-se um dos maiores mistérios e prato farto até hoje para as mais elaboradas teorias de conspiração. Em 2002, dois países, viagens intermináveis, erros inacreditáveis de juízes e etc.., além de reforçar a imagem dos dois maiores aliados dos Estados Unidos na região.
Em 2006, normal, fora o fato de celebrar uma Alemanha novamente unida e forte, e deixar claro para o mundo isto...
Na última, em 2010, a escolha da África do Sul como sede pode ter todos os méritos do mundo, menos o esportivo, e a conta ainda vai ser cobrada no mínimo pelos próximos 30 anos de sua população.
Portanto, que espanto é este com o que está acontecendo aqui no Brasil? Ingenuidade, plataforma política, tédio ou só solidão que as redes sociais parecem atenuar?
Vamos tentar ler um pouco da história e refletir.
Fora a de 1930, que cartesianamente não pode ser definida como tal, as de 1934 e 1938 foram vitrines descaradas para o fascismo italiano. A de 1950, aqui neste mesmo Brasil varonil foi de um ufanismo nacionalista de envergonhar um Galvão Bueno, tarefa das mais difíceis...
As de 1954, 1958 e 1962, foram neutras, salvo alguns compreensíveis arroubos tupiniquins, estas coisas como pátria de chuteiras, resgate de uma raça tida como “mestiça” e que por isso sofria de complexo de inferioridade e outras asneiras similares.
A de 1966, a Inglaterra, em baixa no futebol mundial e começando a respirar os ares mais leves do pós-guerra e amargando o pós-império, tinha que ganhar, nem que a Rainha calçasse chuteiras e envergasse a camisa 9 do English Team.
A de 1970 fez mais pelo golpe de 1968, que alguns teimam em dizer que foi em 1964, que foi ainda um ensaio, fez mais pelos militares que qualquer OBAN, funcionou como um poderoso anestésico injetado na fraca consciência nacional.
A de 1974. Foi um saudável interlúdio, logo seguida pela de 1978, onde a receita de 1970 foi novamente aplicada e com êxito.
Na de 1982, nada de ruim a comentar, mas a de 1986 foi transferida as pressas da Colômbia para o México pelas razões que todos conhecemos. Normal em 1990, seguida da de 1994, onde poderosos grupos, alguns latinos, imaginavam que com a Copa alavancariam o “soccer" nos USA.
Na França, a de 1998, tornou-se um dos maiores mistérios e prato farto até hoje para as mais elaboradas teorias de conspiração. Em 2002, dois países, viagens intermináveis, erros inacreditáveis de juízes e etc.., além de reforçar a imagem dos dois maiores aliados dos Estados Unidos na região.
Em 2006, normal, fora o fato de celebrar uma Alemanha novamente unida e forte, e deixar claro para o mundo isto...
Na última, em 2010, a escolha da África do Sul como sede pode ter todos os méritos do mundo, menos o esportivo, e a conta ainda vai ser cobrada no mínimo pelos próximos 30 anos de sua população.
Portanto, que espanto é este com o que está acontecendo aqui no Brasil? Ingenuidade, plataforma política, tédio ou só solidão que as redes sociais parecem atenuar?
A Arrogância do Poder
O polêmico e politicamente incorreto, para alguns, senador norte-americano W. Fulbright escreveu um livro, a meu ver antológico, chamado “A Arrogância do Poder”, mas que na época foi visto como alarmista e parcial, pois o associavam ao momento político de então, devido aos conceitos radicais que expressava, Porém o tempo mostrou, que assim como os bons vinhos, ganhou valor e brilho, não pelos conceitos, mas pelo que hoje é visto como até profético.
Devo dizer que discordo de quase tudo o que escreveu, como escreveu e porque escreveu.
Mas quem não o leu, modestamente recomendo. Creio ainda, que para alguns servirá como um espelho, nada agradável, mas um espelho honesto.
O grande risco do chamado “oportunismo político”, ou pior, "pragmatismo político" é sua fronteira frágil com a traição, com a mentira oficial, com o desprezo pelos que os colocaram no poder.
Mas o pior não é isto, pois os malefícios se voltariam, assim esperamos, a quem os enganou, e isto acontece, nem tanto quanto deveria, mas acontece, o problema é que demora, e se decepção pode ser gestada e tem ciclo de crescimento, a dor não. A dor é imediata, não respeita argumentos, não tem paciência, não tem hora. Só dói, só exige, só existe.
Devo dizer que discordo de quase tudo o que escreveu, como escreveu e porque escreveu.
Mas quem não o leu, modestamente recomendo. Creio ainda, que para alguns servirá como um espelho, nada agradável, mas um espelho honesto.
O grande risco do chamado “oportunismo político”, ou pior, "pragmatismo político" é sua fronteira frágil com a traição, com a mentira oficial, com o desprezo pelos que os colocaram no poder.
Mas o pior não é isto, pois os malefícios se voltariam, assim esperamos, a quem os enganou, e isto acontece, nem tanto quanto deveria, mas acontece, o problema é que demora, e se decepção pode ser gestada e tem ciclo de crescimento, a dor não. A dor é imediata, não respeita argumentos, não tem paciência, não tem hora. Só dói, só exige, só existe.
Nelson Mandela - Um Homem
Na minha ótica, distorcida para alguns talvez, que o deificam e outros que o demonizam, lamento por ambos, mas penso que Mandela foi um grande homem.
Fez composições políticas que eu não faria, tolerou o que eu não toleraria, cedeu o que eu não cederia, resistiu ao que eu não conseguiria resistir.
Foi hábil como político, mudou a imagem de um país perante o mundo, provou que a tolerância, mesmo que amarga, é um bom remédio e funciona.
Sua história de vida e resistência são exemplos infelizmente raros.
Resta saber se cumpriu a inevitabilidade do que lhe foi imposto, do que não podia mudar e sentiu que a resignação era a única alternativa. Mas saiu-se bem, cumpriu o papel de ícone, que penso nunca não ter pedido, mas que os tempos lhe impuseram.
Não foi um santo, e nem nunca li nada que denotasse que ele aspirava a esta posição de ícone ou esta oportunista “canonização”.
Penso que Mandela foi um Homem (com maiúscula mesmo) que justificou a definição, que justificou a espécie, não só a biológica, mas a conceitual, e esta, creio, é sua maior herança.
Não creio que o mundo tenha sofrido uma grande perda somente pela sua extinção meramente física, pois sua obra, maior que sua existência biológica, lhe transcendeu, para nossa sorte e exemplo futuro.
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
Sou um analfabeto
Certa feita, em tempos idos e nunca “voltados”, rsrsrs, procurei ler sobre o que era poesia. Ora parecia-me uma coisa chata, piegas, mas por vezes me surpreendia, portanto, tentei ler sobre eventuais definições ou significados. Em vão. O mais próximo que consegui foi saber que se tratava de um gênero literário...
Pois bem, depois de ficar imaginando um senhor bem postado, escarrapachado em sua erudição, vestido com o elegante colete de suas certezas, definindo, codificando, rotulando e arquivando toneladas de conceitos abstratos, assim como, penso eu, engarrafando pensamentos ou até colocando suspiros em pastas etiquetadas com apuro e prumo, desisti de entender.
Pois é, sou um analfabeto confesso e conformado, já que na maioria das vezes, creio que sentir não é entender, e nem precisa, pois quando você entende, já passou, já é arquivo.
Pois bem, depois de ficar imaginando um senhor bem postado, escarrapachado em sua erudição, vestido com o elegante colete de suas certezas, definindo, codificando, rotulando e arquivando toneladas de conceitos abstratos, assim como, penso eu, engarrafando pensamentos ou até colocando suspiros em pastas etiquetadas com apuro e prumo, desisti de entender.
Pois é, sou um analfabeto confesso e conformado, já que na maioria das vezes, creio que sentir não é entender, e nem precisa, pois quando você entende, já passou, já é arquivo.
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
Ver a vida por um vão, nunca é vê-la em vão...
Cheguei a um momento da vida em que acreditei já ter visto muita coisa, claro que não tudo, mas que só faltariam algumas janelas, pequenos vãos, esquinas, uma ou outra porta menor, com segredos menores talvez.
Mas, de repente, de um vão esquecido atrás de uma estante, coberto por uma cristaleira antiga, havia uma janela, não uma janela qualquer, a janela, uma janela que desafiava a física, pois era maior que a parede.
E de um canto de sala, e de um vislumbre inicial desta janela, via-se um campo, bosques, florestas, e naquela hora o canto escuro passou a ser só uma referencia abstrata, o canto da sala antiga era o canto do mundo, e o mundo transformava o canto em centro e a geometria cedia e renunciava prazerosamente aos meus sentimentos.
Nada mais fazia sentido, porque tudo era o sentir, e o sentir é sempre sentido, e o que é sentido, sempre faz sentido...
Mas, de repente, de um vão esquecido atrás de uma estante, coberto por uma cristaleira antiga, havia uma janela, não uma janela qualquer, a janela, uma janela que desafiava a física, pois era maior que a parede.
E de um canto de sala, e de um vislumbre inicial desta janela, via-se um campo, bosques, florestas, e naquela hora o canto escuro passou a ser só uma referencia abstrata, o canto da sala antiga era o canto do mundo, e o mundo transformava o canto em centro e a geometria cedia e renunciava prazerosamente aos meus sentimentos.
Nada mais fazia sentido, porque tudo era o sentir, e o sentir é sempre sentido, e o que é sentido, sempre faz sentido...
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
Brasil: Piada pronta e de mau gosto?
Por vezes acontecem algumas coisas que fazem com que eu reflita sobre alguns aspectos de nosso país.
Por exemplo: nunca tive a pretensão de que o Brasil fosse sério, assim como Serra Leoa, Libéria, Afeganistão sob ocupação e etc. Sei que ainda estamos longe deste perfil de honestidade e vergonha na cara, e vejam, não falo de Suíça, Suécia, Dinamarca, e outros, que todos sabemos que não existem, estes ditos “países” e suas virtudes, são para nós como Papai Noel, Coelho da Páscoa e coisas assim, pois logo que ficamos adultos percebemos que estas coisas são só vingança da "direita raivosa", que teima em envenenar os nossos virgens e absorventes cérebros sedentos de “sangue e luta”, mote amado por quem derramou pouco sangue e pouco lutou, e hoje em dia exibe orgulhoso (?) cicatrizes feitas com a henna do engodo e relevada pela má e falha memória endêmica que assola estes curiosos trópicos.
Somos consumidores ruins e quase otários, se bem no caso da telefonia celular, principalmente a TIM, que em um país sério, teria seus diretores explicando-se na barra dos tribunais por apropriação indébita, de fato neste aspecto somos completamente otários, e se alguém desta ”ínclita” empresa tiver dúvidas, tenho todos os recibos comigo.
Somos eleitores preguiçosos, despreparados e nem estamos ligando para política, a não ser para tirar fotos e publicar em redes sociais. Tudo bem, eu entendo e não critico, faz parte do hedonismo inerente ao ser humano, só não consigo ver nisto nenhuma plataforma política, a não ser o salto alto das meninas que fazem pose nas fotos.
Somos barulhentos e inconsequentes, o eco de nossa indignação não dura até o final do grito, mudamos de ideia o tempo todo, não por sermos abertos aos novos conceitos, mas porque na maioria das vezes os conceitos são somente slogans atraentes e alguns nem tanto.
Quando leio criticas feitas a militantes que atravessam décadas defendendo suas ideias, me revolto, pois mesmo não concordando com estas ideias, reconheço coerência, profundidade e seriedade.
O novo não é bom porque é novo, o bom, para ser bom, tem que ser bom, novo ou velho.
Pois é, por mais triste que me sinta, desconfio que o nosso Brasil de hoje seja uma piada pronta e de mau gosto...
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
Um viva aos sumo sacerdotes da asneira!
Olá amigos, depois de algum tempo, e continuando a não cumprir a promessa que fiz de atualizar regularmente o blog, o que é uma prova forte para meus inimigos de que não tenho palavra, ao menos neste particular, rsrsrs, volto a fazê-lo, e sob os auspícios combinados de dois fatores; uma providencial e inadiável ida ao banheiro e as revistas Elle e Vogue.
Devo dizer, e me penitencio por isto, pois não sou muito seletivo em minhas leituras neste sacrossanto aposento da casa, que já li desde bula de Paracetamol até discurso do Aécio Neves, passando por artigos escritos (???????) pelo Lula..., mas tudo bem combinam com o objetivo de lá estar, se bem que os exemplos citados o superaram e em muito...
Bom, mas voltando as ditas publicações supracitadas, que lá estavam com certeza como fruto de alguma vingança tipicamente feminina, resolvi folhear. Pasmo profundo! É claro que nunca tive a pretensão de encontrar nestas revistas alguma coisa mais profunda e com conteúdo, assim como um gibi, do Zé Carioca ou do Pato Donald, ou até, suprema pretensão, da revista da Monica. Sabia que o nível era inferior.
Mas para minha surpresa, foi um terrível engano e uma pavorosa descoberta. Saibam caros amigos e raros leitores, que estas revistas, fazem parte de um complô internacional da extrema esquerda, a mais bovinamente radical, financiada com recursos de uma "grande potencia industrial" de esquerda, a Coréia do Norte, aquela que comprou o Mickey, isto caro amigo, ela mesmo, que de vez em quando ameaça com uma "bombinhazinha" nuclear, só para afastar o tédio de seu líder brincalhão...
Sim, pois estas publicações ou serão provocações, não sei, pregam a imediata revolta e rebelião das massas, desde as massas só com molho de tomate pronto até as com Brie e trufas negras, tal a asneira, ignorância, e analfabetismo dos textos lá publicados, ou seriam cometidos, sei lá.
Futilidade eu entendo, e devo dizer que até gosto de uma certa dose de futilidade e supérfluo, é bom, é gostoso, e se levar a sério e, levar tudo a sério o tempo todo é muito chato, é um saco, é muito bom ter um pouco de frescura e besteira.
Mas, e concluindo, a maioria dos redatores, eu disse redatores?????????????????? Perdão redatores, a maioria dos pacientes em recuperação de lobotomias mal sucedidas que assinam, ou melhor, que marcam com um X as “matérias” lá cometidas, deverão ser responsabilizados perante os tribunais da “grande revolução mundial”, que fatalmente acontecerá em breve se as pessoas de carne e osso, que trabalham, vivem e lutam, lerem aqueles disparates preconceituosos e estúpidos cometidos pelos imbecis que respondem (será?) pelo culto ao exagero ofensivo e agressivo de incensar idiotices.
E não venham me falar em nichos ou em liberdade de expressão, senão serei obrigado a relembrar, para aqueles que ainda sabem ler, da famigerada publicação nazista “Der Sturmer”, que pregava o ódio aos judeus e a burguesia com caricaturas infantis e risíveis, nas décadas de 1920 até 1945, e que em seu inicio foi ridicularizada como asneira rapidamente descartável, e depois a história se encarregou de contar as consequências.
Mas tudo bem, me disseram que a mulherada nem lê os textos, só olham e curtem as fotos relativas à moda. Legal. Deve ser como nos tempos idos, quando a Playboy trazia textos sobre as coelhinhas que ninguém lia, em que pese mentíssemos que só comprávamos a revista pelas reportagens e entrevistas...
Redator da ELLE almoçando...
Devo dizer, e me penitencio por isto, pois não sou muito seletivo em minhas leituras neste sacrossanto aposento da casa, que já li desde bula de Paracetamol até discurso do Aécio Neves, passando por artigos escritos (???????) pelo Lula..., mas tudo bem combinam com o objetivo de lá estar, se bem que os exemplos citados o superaram e em muito...
Bom, mas voltando as ditas publicações supracitadas, que lá estavam com certeza como fruto de alguma vingança tipicamente feminina, resolvi folhear. Pasmo profundo! É claro que nunca tive a pretensão de encontrar nestas revistas alguma coisa mais profunda e com conteúdo, assim como um gibi, do Zé Carioca ou do Pato Donald, ou até, suprema pretensão, da revista da Monica. Sabia que o nível era inferior.
Mas para minha surpresa, foi um terrível engano e uma pavorosa descoberta. Saibam caros amigos e raros leitores, que estas revistas, fazem parte de um complô internacional da extrema esquerda, a mais bovinamente radical, financiada com recursos de uma "grande potencia industrial" de esquerda, a Coréia do Norte, aquela que comprou o Mickey, isto caro amigo, ela mesmo, que de vez em quando ameaça com uma "bombinhazinha" nuclear, só para afastar o tédio de seu líder brincalhão...
Sim, pois estas publicações ou serão provocações, não sei, pregam a imediata revolta e rebelião das massas, desde as massas só com molho de tomate pronto até as com Brie e trufas negras, tal a asneira, ignorância, e analfabetismo dos textos lá publicados, ou seriam cometidos, sei lá.
Futilidade eu entendo, e devo dizer que até gosto de uma certa dose de futilidade e supérfluo, é bom, é gostoso, e se levar a sério e, levar tudo a sério o tempo todo é muito chato, é um saco, é muito bom ter um pouco de frescura e besteira.
Mas, e concluindo, a maioria dos redatores, eu disse redatores?????????????????? Perdão redatores, a maioria dos pacientes em recuperação de lobotomias mal sucedidas que assinam, ou melhor, que marcam com um X as “matérias” lá cometidas, deverão ser responsabilizados perante os tribunais da “grande revolução mundial”, que fatalmente acontecerá em breve se as pessoas de carne e osso, que trabalham, vivem e lutam, lerem aqueles disparates preconceituosos e estúpidos cometidos pelos imbecis que respondem (será?) pelo culto ao exagero ofensivo e agressivo de incensar idiotices.
E não venham me falar em nichos ou em liberdade de expressão, senão serei obrigado a relembrar, para aqueles que ainda sabem ler, da famigerada publicação nazista “Der Sturmer”, que pregava o ódio aos judeus e a burguesia com caricaturas infantis e risíveis, nas décadas de 1920 até 1945, e que em seu inicio foi ridicularizada como asneira rapidamente descartável, e depois a história se encarregou de contar as consequências.
Mas tudo bem, me disseram que a mulherada nem lê os textos, só olham e curtem as fotos relativas à moda. Legal. Deve ser como nos tempos idos, quando a Playboy trazia textos sobre as coelhinhas que ninguém lia, em que pese mentíssemos que só comprávamos a revista pelas reportagens e entrevistas...
Redator da ELLE almoçando...
terça-feira, 15 de outubro de 2013
Professor!
Ao longo da minha vida, e põe longa nisto, rsrsrs, me orgulho de muitas coisas que FIZ,, de outras nem tanto, e de algumas me arrependo profundamente.
De tantas coisas que VIVI, de algumas gosto de lembrar, de outras tento esquecer.
Das profissões que TIVE, muitas me gratificaram, outras cobriram buracos.
Mas de todas as coisas que FIZ, VIVI e TIVE, uma delas nunca tem reparo nas minhas lembranças, fazem parte do arquivo das coisas boas que você acessa em tempos ruins, é parte de mim, foi o melhor que pude ser, foi ter sido PROFESSOR (com maiúsculas mesmo, porque a profissão assim exige), e só pude experimentar este privilégio, porque os que tive, professores, assim o permitiram!
Feliz Dia do Professor!
Um país sem educação é só um bando de gente com interesses comuns morando em um mesmo lugar!
De tantas coisas que VIVI, de algumas gosto de lembrar, de outras tento esquecer.
Das profissões que TIVE, muitas me gratificaram, outras cobriram buracos.
Mas de todas as coisas que FIZ, VIVI e TIVE, uma delas nunca tem reparo nas minhas lembranças, fazem parte do arquivo das coisas boas que você acessa em tempos ruins, é parte de mim, foi o melhor que pude ser, foi ter sido PROFESSOR (com maiúsculas mesmo, porque a profissão assim exige), e só pude experimentar este privilégio, porque os que tive, professores, assim o permitiram!
Feliz Dia do Professor!
Um país sem educação é só um bando de gente com interesses comuns morando em um mesmo lugar!
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
Deu!!!!
Eita!!!! Banqueiros safados, gente tentando me converter pelo cansaço repetitivo, o pavoroso "partiu", política a cada dia mais nojenta, vereadores sem noção e eleitos por gente sem noção, roubalheira descarada, masturbação pseudo-intelectual e outras coisas mais! Vou me exilar na Mongólia ou procurar ouro no Alaska!
Enchi o saco de tanta "certeza absoluta", de tanta convicção pobre, de tanta militância burra e apaixonada, de tantos estúpidos erros de gramática, de tanta doutrinação rasa, de tanta indignação treinada em frente ao espelho de casa, de tanta volúpia em opinar, mesmo não tendo a menor base, reflexão ou mínimo conhecimento, de tanto fake, de tanta emoção emprestada, de tanta asneira, que chego à conclusão de que errado estou eu, que o cego e insensível, sou eu, eu sou o idiota incapaz de entender que assim as coisas são, e que fico remexendo no meu caldeirão de lembranças de outros tempos, cuja poção nem placebo de segunda mais o é!
Meu tempo passou e teimo em não ver!
Enchi o saco de tanta "certeza absoluta", de tanta convicção pobre, de tanta militância burra e apaixonada, de tantos estúpidos erros de gramática, de tanta doutrinação rasa, de tanta indignação treinada em frente ao espelho de casa, de tanta volúpia em opinar, mesmo não tendo a menor base, reflexão ou mínimo conhecimento, de tanto fake, de tanta emoção emprestada, de tanta asneira, que chego à conclusão de que errado estou eu, que o cego e insensível, sou eu, eu sou o idiota incapaz de entender que assim as coisas são, e que fico remexendo no meu caldeirão de lembranças de outros tempos, cuja poção nem placebo de segunda mais o é!
Meu tempo passou e teimo em não ver!
quinta-feira, 10 de outubro de 2013
Avesso acordado
De tanto pensar, muito querer e pouco poder, tornei-me o avesso gêmeo do verso distante, quando acordo sonho, vivo enquanto durmo.
quinta-feira, 3 de outubro de 2013
Assim são os loucos...
Amigos, quanto mais eu vejo, leio e ouço tanta obviedade, tanto incenso enjoativo sendo queimado no altar da sanha insana do politicamente correto, mais se apequena a minha já rara esperança em tempos melhores.
De tanto ver “touros” jovens se imolarem no altar da conveniência, do retorno pequeno e fácil, da aceitação fóbica em prol da tribo, qualquer tribo que os tirem do relativo isolamento do livre pensar, que os tornem membros de uma boiada que acredita seguir seu caminho, quando somente seguem o canto suave das raposas, minha crença míngua.
São tantos e tão exaustivamente repetidos os clichês, que se tornam mantras de gritos no vazio, porque só gritam para fora e tem medo de sussurrar para dentro de si mesmos, e quando tentam fazê-lo, o fazem tão baixo que não mais ouvem e com isto, o desencanto se torna inevitável.
“Perdão, mas tenho que recorrer ao dito “maldito”, Jack Kerouac, que no fundo de seu desencanto não perdeu a perspectiva, mesmo que dela não precisasse, por enfado ou por "desimportância", mas que assim um dia escreveu:
“Aqui estão os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de caso. Os pinos redondos nos buracos quadrados. Aqueles que vêem as coisas de forma diferente. Eles não curtem regras. E não respeitam o status quo. Você pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou caluniá-los. Mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas. Empurram a raça humana para a frente. E, enquanto alguns os vêem como loucos, nós os vemos como geniais. Porque as pessoas loucas o bastante para acreditar que podem mudar o mundo, são as que o mudam.”
Lamento pela lenta e quase imperceptível morte dos loucos, lamento pelos pinos certos nos buracos certos, lamento a lucidez do gado tangido.
De tanto ver “touros” jovens se imolarem no altar da conveniência, do retorno pequeno e fácil, da aceitação fóbica em prol da tribo, qualquer tribo que os tirem do relativo isolamento do livre pensar, que os tornem membros de uma boiada que acredita seguir seu caminho, quando somente seguem o canto suave das raposas, minha crença míngua.
São tantos e tão exaustivamente repetidos os clichês, que se tornam mantras de gritos no vazio, porque só gritam para fora e tem medo de sussurrar para dentro de si mesmos, e quando tentam fazê-lo, o fazem tão baixo que não mais ouvem e com isto, o desencanto se torna inevitável.
“Perdão, mas tenho que recorrer ao dito “maldito”, Jack Kerouac, que no fundo de seu desencanto não perdeu a perspectiva, mesmo que dela não precisasse, por enfado ou por "desimportância", mas que assim um dia escreveu:
“Aqui estão os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de caso. Os pinos redondos nos buracos quadrados. Aqueles que vêem as coisas de forma diferente. Eles não curtem regras. E não respeitam o status quo. Você pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou caluniá-los. Mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas. Empurram a raça humana para a frente. E, enquanto alguns os vêem como loucos, nós os vemos como geniais. Porque as pessoas loucas o bastante para acreditar que podem mudar o mundo, são as que o mudam.”
Lamento pela lenta e quase imperceptível morte dos loucos, lamento pelos pinos certos nos buracos certos, lamento a lucidez do gado tangido.
terça-feira, 1 de outubro de 2013
Tirem as crianças da sala, ops, das redes sociais...
Mais uma agora, eita, tenho lido que em face a criticas feitas ao prefeito municipal, Reni Pereira, está surgindo uma reação indignada de seus apoiadores, principalmente nas redes sociais, leia-se o Facebook.
Ah, então tá. Quer dizer que é proibido criticar? É preciso falar que a cidade está ótima e etc.?
Não, não está, está com muitos problemas, novos e antigos, só que os antigos não podem ser varridos para baixo do tapete, ou foi firmado um compromisso de posse em que o prefeito atual só responderia por problemas acontecidos após a sua posse?
Ou seja, o melhor de dois mundos? Só assumiu o ativo e nada do passivo? Candidatou-se sem saber dos problemas quase centenários da cidade? Pensou que estava assumindo uma nova “Xangrilá”?
Poupem-me! Quem assume um cargo público após uma acirrada disputa, e pode por acirrada nisto, está fazendo um favor a nós munícipes? O de nos salvar dos desmandos “terríveis e danosos” do antigo prefeito?
Se não respeitarem nossa independência de pensamento, ao menos respeitem nosso QI, o que é bom, é elogiado, o que é ruim deve ser criticado, o resto é asneira de cabo eleitoral.
O prefeito atual, a quem conheço de algum tempo e sei de sua ponderação, deveria frear estes arroubos de puxa-saquismo em seu próprio bem, pois só contribui para irritar os críticos independentes que querem apenas o melhor para cidade e esperam com boa vontade que ele o faça, sem esta militância político-partidária primaria e infantil.
Ah, então tá. Quer dizer que é proibido criticar? É preciso falar que a cidade está ótima e etc.?
Não, não está, está com muitos problemas, novos e antigos, só que os antigos não podem ser varridos para baixo do tapete, ou foi firmado um compromisso de posse em que o prefeito atual só responderia por problemas acontecidos após a sua posse?
Ou seja, o melhor de dois mundos? Só assumiu o ativo e nada do passivo? Candidatou-se sem saber dos problemas quase centenários da cidade? Pensou que estava assumindo uma nova “Xangrilá”?
Poupem-me! Quem assume um cargo público após uma acirrada disputa, e pode por acirrada nisto, está fazendo um favor a nós munícipes? O de nos salvar dos desmandos “terríveis e danosos” do antigo prefeito?
Se não respeitarem nossa independência de pensamento, ao menos respeitem nosso QI, o que é bom, é elogiado, o que é ruim deve ser criticado, o resto é asneira de cabo eleitoral.
O prefeito atual, a quem conheço de algum tempo e sei de sua ponderação, deveria frear estes arroubos de puxa-saquismo em seu próprio bem, pois só contribui para irritar os críticos independentes que querem apenas o melhor para cidade e esperam com boa vontade que ele o faça, sem esta militância político-partidária primaria e infantil.
Quando os elefantes brigam... II
Então amigos, respeito a iniciativa dos bancários, estão exercendo o seu direito. Respeito mais ainda a líder deles em Foz, a combativa, competente e equilibrada Cristina Delgado. Entendo, mas não respeito muito a FEBRABAN, que mais parece uma Máfia do que uma entidade patronal, mas vá lá, está defendendo seus interesses legítimos, se morais ou não, é outra discussão, mais legítimos o são, sem dúvida.
O que não entendo e não respeito é o que acontece conosco, os manés de sempre, que pagam as contas das brigas dos outros.
Se os trabalhadores vencerem, os benefícios serão deles. Se os empregadores vencerem, os benefícios serão deles. E nós? Ficamos com a conta dos transtornos, vença quem vencer? É justo?
A grande pergunta, que sobrevive aos proselitismos políticos, sindicais e todos os adjetivos qualificativos que queiram é:
O QUE EU TENHO QUE VER COM ESTA BRIGA?????
Brotam entrevistas nas TVs com membros do PROCOM, dizendo isto ou aquilo, como contornar esta questão e etc., aliás, muitos e ineficazes comentários deste teor, bem intencionados quero crer, mas ainda ineficazes...Mas a verdade é que ninguém consegue pagar contas, por uma razão mais simples do que os abnegados funcionários dos Procons pensam...:
NINGUÉM CONSEGUE RECEBER!!!
No mais, tudo como sempre foi, vale o dito africano; quando os elefantes brigam, nós, a grama rala e queimada pelos abusos de sempre, sofre...
O que não entendo e não respeito é o que acontece conosco, os manés de sempre, que pagam as contas das brigas dos outros.
Se os trabalhadores vencerem, os benefícios serão deles. Se os empregadores vencerem, os benefícios serão deles. E nós? Ficamos com a conta dos transtornos, vença quem vencer? É justo?
A grande pergunta, que sobrevive aos proselitismos políticos, sindicais e todos os adjetivos qualificativos que queiram é:
O QUE EU TENHO QUE VER COM ESTA BRIGA?????
Brotam entrevistas nas TVs com membros do PROCOM, dizendo isto ou aquilo, como contornar esta questão e etc., aliás, muitos e ineficazes comentários deste teor, bem intencionados quero crer, mas ainda ineficazes...Mas a verdade é que ninguém consegue pagar contas, por uma razão mais simples do que os abnegados funcionários dos Procons pensam...:
NINGUÉM CONSEGUE RECEBER!!!
No mais, tudo como sempre foi, vale o dito africano; quando os elefantes brigam, nós, a grama rala e queimada pelos abusos de sempre, sofre...
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
Gelo partido
Desliza lisa no espelho polido, risca, rasga, marca o chão de vidro, corre contra, encontra e conta o que viu no reflexo.
Sai e perde, se perde, se vê e não se enxerga, procura o reflexo perdido no oposto da visão roubada na profundidade do espelho, que fende e esconde, revela só o que quer ver.
Busca a razão até perceber que a razão é a busca, e então novamente desliza, risca, arranha, cai e quebra, lisa, no reflexo partido.
Sai e perde, se perde, se vê e não se enxerga, procura o reflexo perdido no oposto da visão roubada na profundidade do espelho, que fende e esconde, revela só o que quer ver.
Busca a razão até perceber que a razão é a busca, e então novamente desliza, risca, arranha, cai e quebra, lisa, no reflexo partido.
Realismo fantástico
Pois é amigos, volto a minha atividade bissexta e muito esporádica, menos que bissexta eu diria, mas vamos lá.
Soube, dias destes, que na poderosa Globo está passando um remake da novela Saramandaia. Tudo bem, para quem gosta, legal. Mas o que chamou a atenção, e me refiro à primeira versão, a original, pois esta ainda não assisti, é que apresenta um roteiro escrito sob as fumaças do chamado realismo fantástico, “gênero” criado ou utilizado, ou vá que seja, adotado pelo genial Garcia Marquez.
Nada mais próprio e atual. Neste rico e folclórico país, já passamos pela euforia cívica, pelo drama rasgado, pelo drama enfeitado de superação, pelo realismo pragmático, por todas as siglas bastardas, que teimam em negar o seu significado, que convenhamos, virou um diletantismo irrelevante, mas agora enfim, quem sabe não chegamos mais próximos da realidade brasileira.
Não somos completamente surrealistas, pois o pé de chumbo no pragmatismo, que por estas bandas está mais para esperteza explicita que qualquer outra coisa, impede, mas realismo fantástico casa bem conosco.
Quando você presencia o que está acontecendo no Supremo, tudo dentro da lei, na estrita observância da lei, me pego a pensar em leis feitas e implantadas pela Rainha de Copas, com um coelho curioso a rir sarcástico, somos o país das maravilhas, sem buraco a se esconder e com um chá fraco servido.
Nada do que se discute hoje neste paraíso tropical resistiria a um terceiro e pueril “por quê?”
Então amigos, um vereador vestido de roupa cor de rosa e montado a cavalo, é só uma pequena e inofensiva cena, situada no núcleo humorístico desta grande novela, um pé de página no enredo, nada mais que isto, de causas fracas e consequências menos importantes ainda.
Soube, dias destes, que na poderosa Globo está passando um remake da novela Saramandaia. Tudo bem, para quem gosta, legal. Mas o que chamou a atenção, e me refiro à primeira versão, a original, pois esta ainda não assisti, é que apresenta um roteiro escrito sob as fumaças do chamado realismo fantástico, “gênero” criado ou utilizado, ou vá que seja, adotado pelo genial Garcia Marquez.
Nada mais próprio e atual. Neste rico e folclórico país, já passamos pela euforia cívica, pelo drama rasgado, pelo drama enfeitado de superação, pelo realismo pragmático, por todas as siglas bastardas, que teimam em negar o seu significado, que convenhamos, virou um diletantismo irrelevante, mas agora enfim, quem sabe não chegamos mais próximos da realidade brasileira.
Não somos completamente surrealistas, pois o pé de chumbo no pragmatismo, que por estas bandas está mais para esperteza explicita que qualquer outra coisa, impede, mas realismo fantástico casa bem conosco.
Quando você presencia o que está acontecendo no Supremo, tudo dentro da lei, na estrita observância da lei, me pego a pensar em leis feitas e implantadas pela Rainha de Copas, com um coelho curioso a rir sarcástico, somos o país das maravilhas, sem buraco a se esconder e com um chá fraco servido.
Nada do que se discute hoje neste paraíso tropical resistiria a um terceiro e pueril “por quê?”
Então amigos, um vereador vestido de roupa cor de rosa e montado a cavalo, é só uma pequena e inofensiva cena, situada no núcleo humorístico desta grande novela, um pé de página no enredo, nada mais que isto, de causas fracas e consequências menos importantes ainda.
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
Topless e mensalão, tudo a ver?
Esta nossa pátria amada é mesmo um grande país, grande em tudo, no tamanho, na riqueza, no potencial, no povo, nas coisas boas e más, na inteligência e na asneira.
Tive um acesso de riso, meio amarelo é bem verdade, mas mesmo assim tive que rir. Ao entrar no UOL, ao lado de uma chamada para acompanhar as discussões no Supremo sobre o mensalão, que, diga-se de passagem, anda meio que assumindo um certo aspecto de guerra de egos, se bem que inserida em um importante e fundamental tema, que mais do que político, vejo como ético, para não dizer policial...
Mas voltando ao assunto, meus caros amigos, bem ao lado me deparei com uma enquete “preciosa”, onde era perguntado se você, pobre leitor, era a favor, contra ou indiferente ao topless em público!?!
Nos tempos de hoje cabe uma reflexão: Topless masculino, feminino ou indefinido? Sim, não ria caro amigo, nestes tempos, tudo precisa vir acompanhado de uma explicação, pois os usos e costumes estão mudando e muito.
Bem, como já passei dos 50, e ainda sou hetero, apesar da pressão do governo, imagino que a “pesquisa”, deveria referir-se ao topless feminino, espero, e neste caso, devo responder como um tio muito querido meu o faria: Depende!
Depende do seio, é claro, e se são bonitos não ofendem, mas podem chocar os mais “virtuosos”, ou até irritar algum cirurgião plástico, se naturais forem, mas cabe a pergunta meio sem vergonha:
Mostrar em público para que? Campanha de aleitamento materno? Propaganda de prevenção ao câncer de mama? E mais outros vários motivos nobres. Agora se é só exibicionismo, ainda cabe o segundo por quê?
Bem cada um com seu cada qual, eu preferiria ver em público os seios desnudos de nossa pátria mãe gentil, pois desta forma poderíamos ver e identificar alguns de seus diletos filhos mamando em seus (nossos) generosos e fartos seios, assim como no julgamento do mensalão, de topless...
Tive um acesso de riso, meio amarelo é bem verdade, mas mesmo assim tive que rir. Ao entrar no UOL, ao lado de uma chamada para acompanhar as discussões no Supremo sobre o mensalão, que, diga-se de passagem, anda meio que assumindo um certo aspecto de guerra de egos, se bem que inserida em um importante e fundamental tema, que mais do que político, vejo como ético, para não dizer policial...
Mas voltando ao assunto, meus caros amigos, bem ao lado me deparei com uma enquete “preciosa”, onde era perguntado se você, pobre leitor, era a favor, contra ou indiferente ao topless em público!?!
Nos tempos de hoje cabe uma reflexão: Topless masculino, feminino ou indefinido? Sim, não ria caro amigo, nestes tempos, tudo precisa vir acompanhado de uma explicação, pois os usos e costumes estão mudando e muito.
Bem, como já passei dos 50, e ainda sou hetero, apesar da pressão do governo, imagino que a “pesquisa”, deveria referir-se ao topless feminino, espero, e neste caso, devo responder como um tio muito querido meu o faria: Depende!
Depende do seio, é claro, e se são bonitos não ofendem, mas podem chocar os mais “virtuosos”, ou até irritar algum cirurgião plástico, se naturais forem, mas cabe a pergunta meio sem vergonha:
Mostrar em público para que? Campanha de aleitamento materno? Propaganda de prevenção ao câncer de mama? E mais outros vários motivos nobres. Agora se é só exibicionismo, ainda cabe o segundo por quê?
Bem cada um com seu cada qual, eu preferiria ver em público os seios desnudos de nossa pátria mãe gentil, pois desta forma poderíamos ver e identificar alguns de seus diletos filhos mamando em seus (nossos) generosos e fartos seios, assim como no julgamento do mensalão, de topless...
terça-feira, 20 de agosto de 2013
Avatares...
“Um cavalo, um cavalo, meu reino por um cavalo”!
Frase por demais conhecida e repetida até a exaustão que foi extraída da peça Ricardo III de Shakespeare e atribuída ao até então rei da Inglaterra no final da batalha decisiva da Guerra das Roas.
Em que pese a história não lhe seja muito simpática, tendo o condenado inclusive, ao menos a coragem ou obstinação do infausto rei, nesta batalha final, foi reconhecida.
Mas o ponto não é bem este, lendo até o final, ele fará sentido, espero...
As redes sociais vieram para ficar, e mais que ficar, para determinar comportamentos, para pautar a mídia tradicional, ou seja, botaram poderosos amplificadores nas praças do mundo inteiro, unificaram a língua, moldaram a nova comunicação, que veio definitivamente para ficar, para o bem ou para o mal.
Mas, como subprodutos curiosos, geraram a exposição de “sentimentos sentidos” ou imaginados, ou desejados e até copiados, destravaram línguas, detonaram pudores, criaram um imenso divã de psicanalista.
É um tal de fratura exposta e “curtida”, quando não “compartilhada”, que mesmo a carne viva mostrada, deixa de ser lamento e vira bandeira, slogan de superação, sublimação, e mais todos os demais fartos adjetivos que tentam identificar, quando não saudar, as mais antigas e comezinhas dúvidas e angustias humanas, sob nova embalagem, pois "fakes", em maior ou menor medida, todos nós não deixamos de ser...
Logo estaremos todos nós, “avatares”, vestidos com nossos personagens, e esquecidos disto, amontoados em frente a uma tela de computador, assistindo encantados e perplexos a algum documentário do século passado, sobre alguma coisa que foi banal, com o embevecimento de estarmos assistindo um grande filme de ficção.
Portanto, resgate-se e parafraseie-se Shakespeare:
“Algo real, algo real, minha sanidade por alguma coisa real!”!
Frase por demais conhecida e repetida até a exaustão que foi extraída da peça Ricardo III de Shakespeare e atribuída ao até então rei da Inglaterra no final da batalha decisiva da Guerra das Roas.
Em que pese a história não lhe seja muito simpática, tendo o condenado inclusive, ao menos a coragem ou obstinação do infausto rei, nesta batalha final, foi reconhecida.
Mas o ponto não é bem este, lendo até o final, ele fará sentido, espero...
As redes sociais vieram para ficar, e mais que ficar, para determinar comportamentos, para pautar a mídia tradicional, ou seja, botaram poderosos amplificadores nas praças do mundo inteiro, unificaram a língua, moldaram a nova comunicação, que veio definitivamente para ficar, para o bem ou para o mal.
Mas, como subprodutos curiosos, geraram a exposição de “sentimentos sentidos” ou imaginados, ou desejados e até copiados, destravaram línguas, detonaram pudores, criaram um imenso divã de psicanalista.
É um tal de fratura exposta e “curtida”, quando não “compartilhada”, que mesmo a carne viva mostrada, deixa de ser lamento e vira bandeira, slogan de superação, sublimação, e mais todos os demais fartos adjetivos que tentam identificar, quando não saudar, as mais antigas e comezinhas dúvidas e angustias humanas, sob nova embalagem, pois "fakes", em maior ou menor medida, todos nós não deixamos de ser...
Logo estaremos todos nós, “avatares”, vestidos com nossos personagens, e esquecidos disto, amontoados em frente a uma tela de computador, assistindo encantados e perplexos a algum documentário do século passado, sobre alguma coisa que foi banal, com o embevecimento de estarmos assistindo um grande filme de ficção.
Portanto, resgate-se e parafraseie-se Shakespeare:
“Algo real, algo real, minha sanidade por alguma coisa real!”!
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
Quartos escuros
Sentados em quartos escuros e escutando o som forte da luz esquiva.
Sentados em quartos escuros vendo a força do vento, que levanta e faz girar as cortinas de neblina com cheiro de mato molhado.
Sentados em quartos escuros esperando as janelas se moverem, janelas que nunca se abrem, janelas escuras como o quarto.
Sentados em quartos escuros de costas para portas que nunca existiram.
Sentados em quartos escuros, esperando.
Sentados em quartos escuros.
Sentados em quartos escuros vendo a força do vento, que levanta e faz girar as cortinas de neblina com cheiro de mato molhado.
Sentados em quartos escuros esperando as janelas se moverem, janelas que nunca se abrem, janelas escuras como o quarto.
Sentados em quartos escuros de costas para portas que nunca existiram.
Sentados em quartos escuros, esperando.
Sentados em quartos escuros.
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
Meu candidato para 2014!
E lá está ele, firme, tranquilo, sereno, absoluto, o impávido poste. Muito cioso de sua importância, de sua utilidade. Poste que no passado foi tachado de intruso ao atrapalhar a paisagem, obstruir a visão do verde luxuriante e benfazejo.
Pois é, hoje em dia, fora alguns ecologistas e os quase anacrônicos admiradores da natureza urbana, poucos se importariam com a derrubada de uma árvore incômoda, já um poste que seja derrubado por algum acidente, pode deixar ruas e até um bairro sem luz, fone e internet.
No passado recente, ao descrever um político com muito prestigio, dizia-se dele que este seria capaz de eleger até um poste! Uma maldade que os novos tempos se encarregaram de punir. Vejam vocês, um poste é altamente elegível, e desconfio que com mais facilidade que muitos postulantes a algum cargo público.
Um poste é o que é, sua utilidade é indiscutível, ele é absolutamente transparente em seus propósitos, não decepciona ninguém, pois invariavelmente cumpre o que promete, estabelece laços com a comunidade, pois leva luz e outras coisas, possibilita a união entre as pessoas, pois é um indiscutível elo entre ele e outro poste, nunca trai seu parceiro, tem a convicção e a postura de que é parte de uma corrente maior em prol do bem comum de uma rua ou de uma comunidade.
Portanto, cuidado analistas políticos ao afirmar que alguém poderia eleger um poste, pois penso que atualmente é mais fácil um poste eleger algum dos candidatos que estão brotando por baixo das pedras por aí, que o contrário...
terça-feira, 30 de julho de 2013
Homem que é Homem..., grande L.F.Verissimo!
Reproduzo com orgulho e admiração, o fantástico texto, se bem que longo, mais vale a pena, do grande Luis Fernando Verissimo, publicado no inicio da década de 80, final da de 70, que julgo antológico..., putz, é hoje que vou ter que dormir no canil...
Leia aí, quem sabe você não se sinta tão só e incompreendido, afinal ser chamado de Homem hoje em dia é quase um xingamento, kkkkkkkkk
HOMEM QUE É HOMEM
Homem que é Homem não usa camiseta sem manga, a não ser para jogar basquete. Homem que é Homem não gosta de canapés, de cebolinhas em conserva ou de qualquer outra coisa que leve menos de 30 segundos para mastigar e engolir. Homem que é Homem não come suflê. Homem que é Homem — de agora em diante chamado HQEH — não deixa sua mulher mostrar a bunda para ninguém, nem em baile de carnaval. HQEH não mostra a sua bunda para ninguém. Só no vestiário, para outros homens, e assim mesmo, se olhar por mais de 30 segundos, dá briga.
HQEH só vai ao cinema ver filme do Franco Zeffirelli quando a mulher insiste muito, e passa todo o tempo tentando ver as horas no escuro. HQEH não gosta de musical, filme com a Jill Clayburgh ou do Ingmar Bergman. Prefere filmes com o Lee Marvin e Charles Bronson. Diz que ator mesmo era o Spencer Tracy, e que dos novos, tirando o Clint Eastwood, é tudo veado.
HQEH não vai mais a teatro porque também não gosta que mostrem a bunda à sua mulher. Se você quer um HQEH no momento mais baixo de sua vida, precisa vê-lo no balé. Na saída ele diz que até o porteiro é veado e que se enxergar mais alguém de malha justa, mata.
E o HQEH tem razão. Confesse, você está com ele. Você não quer que pensem que você é um primitivo, um retrógrado e um machista, mas lá no fundo você torce pelo HQEH. Claro, não concorda com tudo o que ele diz. Quando ele conta tudo o que vai fazer com a Feiticeira no dia em que a pegar, você sacode a cabeça e reflete sobre o componente de misoginia patológica inerente à jactância sexual do homem latino. Depois começa a pensar no que faria com a Feiticeira se a pegasse. Existe um HQEH dentro de cada brasileiro, sepultado sob camadas de civilização, de falsa sofisticação, de propaganda feminina e de acomodação. Sim, de acomodação. Quantas vezes, atirado na frente de um aparelho de TV vendo a novela das 8 — uma história invariavelmente de humilhação, renúncia e superação femininas — você não se perguntou o que estava fazendo que não dava um salto, vencia a resistência da família a pontapés e procurava uma reprise do Manix em outro canal? HQEH só vê futebol na TV. Bebendo cerveja. E nada de cebolinhas em conserva! HQEH arrota e não pede desculpas.
Se você não sabe se tem um HQEH dentro de você, faça este teste. Leia esta série de situações. Estude-as, pense, e depois decida como você reagiria em cada situação. A resposta dirá o seu coeficiente de HQEH. Se pensar muito, nem precisa responder: você não é HQEH. HQEH não pensa muito!
Situação 1
Você está num restaurante com nome francês. O cardápio é todo escrito em francês. Só o preço está em reais. Muitos reais. Você pergunta o que significa o nome de um determinado prato ao maître. Você tem certeza que o maître está se esforçando para não rir da sua pronúncia. O maître levará mais tempo para descrever o prato do que você para comê-lo, pois o que vem é uma pasta vagamente marinha em cima de uma torrada do tamanho aproximado de uma moeda de um real, embora custe mais de cem. Você come de um golpe só, pensando no que os operários são obrigados a comer. Com inveja. Sua acompanhante pergunta qual é o gosto e você responde que não deu tempo para saber. 0 prato principal vem trocado. Você tem certeza que pediu um "Boeuf à quelque chose" e o que vem é uma fatia de pato sem qualquer acompanhamento. Só. Bem que você tinha notado o nome: "Canard melancolique". Você a princípio sente pena do pato, pela sua solidão, mas muda de idéia quando tenta cortá-lo. Ele é um duro, pode agüentar. Quando vem a conta, você nota que cobraram pelo pato e pelo "boeuf' que não veio. Você: a) paga assim mesmo para não dar à sua acompanhante a impressão de que se preocupa com coisas vulgares como o dinheiro, ainda mais o brasileiro; b) chama discretamente o maître e indica o erro, sorrindo para dar a entender que, "Merde, alors", estas coisas acontecem; ou c) vira a mesa, quebra uma garrafa de vinho contra a parede e, segurando o gargalo, grita: "Eu quero o gerente e é melhor ele vir sozinho!
Situação 2
Você foi convencido pela sua mulher, namorada ou amiga — se bem que HQEH não tem "amigas", quem tem "amigas" é veado — a entrar para um curso de Sensitivação Oriental. Você reluta em vestir a malha preta, mas acaba sucumbindo. O curso é dado por um japonês, provavelmente veado. Todos sentam num círculo em volta do japonês, na posição de lótus. Menos você, que, como está um pouco fora de forma, só pode sentar na posição do arbusto despencado pelo vento.
Durante 15 minutos todos devem fechar os olhos, juntar as pontas dos dedos e fazer "rom", até que se integrem na Grande Corrente Universal que vem do Tibete, passa pelas cidades sagradas da Índia e do Oriente Médio e, estranhamente, bem em cima do prédio do japonês, antes de voltar para o Oriente. Uma vez atingido este estágio, todos devem virar para a pessoa ao seu lado e estudar seu rosto com as pontas dos dedos. Não se surpreendendo se o japonês chegar por trás e puxar as suas orelhas com força para lembrá-lo da dualidade de todas as coisas. Durante o "rom" você faz força, mas não consegue se integrar na grande corrente universal, embora comece a sentir uma sensação diferente que depois revela-se ser câimbra. Você: a) finge que atingiu a integração para não cortar a onda de ninguém; b) finge que não entendeu bem as instruções, engatinha fazendo "rom" até o lado daquela grande loura e, na hora de tocar o seu rosto, erra o alvo e agarra os seios, recusando-se a soltá-los mesmo que o japonês quase arranque as suas orelhas; c) diz que não sentiu nada, que não vai seguir adiante com aquela bobagem, ainda mais de malha preta, e que é tudo coisa de veado.
Situação 3
Você está numa daquelas reuniões em que há lugares de sobra para sentar, mas todo mundo senta no chão. Você não quis ser diferente, se atirou num almofadão colorido e tarde demais descobriu que era a dona da casa. Sua mulher ou namorada está tendo uma conversa confidencial, de mãos dadas, com uma moça que é a cara do Charlton Heston, só que de bigode. O jantar é à americana e você não tem mais um joelho para colocar o seu copo de vinho enquanto usa os outros dois para equilibrar o prato e cortar o pedaço de pato, provavelmente o mesmo do restaurante francês, só que algumas semanas mais velho. Aí o cabeleireiro de cabelo mechado ao seu lado oferece:
— Se quiser usar o meu...
— O seu...?
— Joelho.
— Ah...
— Ele está desocupado.
— Mas eu não o conheço.
— Eu apresento. Este é o meu joelho.
— Não. Eu digo, você...
— Eu, hein? Quanta formalidade. Aposto que se eu estivesse oferecendo a perna toda você ia pedir referências. Ti-au.
Você: a) resolve entrar no espírito da festa e começa a tirar as calças; b) leva seu copo de vinho para um canto e fica, entre divertido e irônico, observando aquele curioso painel humano e organizando um pensamento sobre estas sociedades tropicais, que passam da barbárie para a decadência sem a etapa intermediária da civilização; ou c) pega sua mulher ou namorada e dá o fora, não sem antes derrubar o Charlton Heston com um soco.
Se você escolheu a resposta a para todas as situações, não é um HQEH. Se você escolheu a resposta b, não é um HQEH. E se você escolheu a resposta c, também não é um HQEH. Um HQEH não responde a testes. Um HQEH acha que teste é coisa de veado.
Este país foi feito por Homens que eram Homens. Os desbravadores do nosso interior bravio não tinham nem jeans, quanto mais do Pierre Cardin. O que seria deste pais se Dom Pedro I tivesse se atrasado no dia 7 em algum cabeleireiro, fazendo massagem facial e cortando o cabelo à navalha? E se tivesse gritado, em vez de "Independência ou Morte", "Independência ou Alternativa Viável, Levando em Consideração Todas as Variáveis!"? Você pode imaginar o Rui Barbosa de sunga de crochê? O José do Patrocínio de colant? 0 Tiradentes de kaftan e brinco numa orelha só? Homens que eram Homens eram os bandeirantes. Como se sabe, antes de partir numa expedição, os bandeirantes subiam num morro em São Paulo e abriam a braguilha. Esperavam até ter uma ereção e depois seguiam na direção que o pau apontasse. Profissão para um HQEH é motorista de caminhão. Daqueles que, depois de comer um mocotó com duas Malzibier, dormem na estrada e, se sentem falta de mulher, ligam o motor e trepam com o radiador. No futebol HQEH é beque central, cabeça-de-área ou centroavante. Meio-de-campo é coisa de veado. Mulher do amigo de Homem que é Homem é homem. HQEH não tem amizade colorida, que é a sacanagem por outros meios. HQEH não tem um relacionamento adulto, de confiança mútua, cada um respeitando a liberdade do outro, numa transa, assim, extraconjugal mas assumida, entende? Que isso é papo de mulher pra dar pra todo mundo. HQEH acha que movimento gay é coisa de veado.
HQEH nunca vai a vernissage.
HQEH não está lendo a Marguerite Yourcenar, não leu a Marguerite Yourcenar e não vai ler a Marguerite Yourcenar.
HQEH diz que não tem preconceito mas que se um dia estivesse numa mesma sala com todas as cantoras da MPB, não desencostaria da parede.
Coisas que você jamais encontrará em um HQEH: batom neutro para lábios ressequidos, pastilhas para refrescar o hálito, o telefone do Gabeira, entradas para um espetáculo de mímica.
Coisas que você jamais deve dizer a um HQEH: "Ton sur ton", "Vamos ao balé?", "Prove estas cebolinhas".
Coisas que você jamais vai ouvir um HQEH dizer: "Assumir", "Amei", "Minha porção mulher", "Acho que o bordeau fica melhor no sofá e a ráfia em cima do puf".
Não convide para a mesma mesa: um HQEH e o Silvinho.
HQEH acha que ainda há tempo de salvar o Brasil e já conseguiu a adesão de todos os Homens que são Homens que restam no país para uma campanha de regeneração do macho brasileiro.
Os quatro só não têm se reunido muito seguidamente porque pode parecer coisa de veado.
Leia aí, quem sabe você não se sinta tão só e incompreendido, afinal ser chamado de Homem hoje em dia é quase um xingamento, kkkkkkkkk
HOMEM QUE É HOMEM
Homem que é Homem não usa camiseta sem manga, a não ser para jogar basquete. Homem que é Homem não gosta de canapés, de cebolinhas em conserva ou de qualquer outra coisa que leve menos de 30 segundos para mastigar e engolir. Homem que é Homem não come suflê. Homem que é Homem — de agora em diante chamado HQEH — não deixa sua mulher mostrar a bunda para ninguém, nem em baile de carnaval. HQEH não mostra a sua bunda para ninguém. Só no vestiário, para outros homens, e assim mesmo, se olhar por mais de 30 segundos, dá briga.
HQEH só vai ao cinema ver filme do Franco Zeffirelli quando a mulher insiste muito, e passa todo o tempo tentando ver as horas no escuro. HQEH não gosta de musical, filme com a Jill Clayburgh ou do Ingmar Bergman. Prefere filmes com o Lee Marvin e Charles Bronson. Diz que ator mesmo era o Spencer Tracy, e que dos novos, tirando o Clint Eastwood, é tudo veado.
HQEH não vai mais a teatro porque também não gosta que mostrem a bunda à sua mulher. Se você quer um HQEH no momento mais baixo de sua vida, precisa vê-lo no balé. Na saída ele diz que até o porteiro é veado e que se enxergar mais alguém de malha justa, mata.
E o HQEH tem razão. Confesse, você está com ele. Você não quer que pensem que você é um primitivo, um retrógrado e um machista, mas lá no fundo você torce pelo HQEH. Claro, não concorda com tudo o que ele diz. Quando ele conta tudo o que vai fazer com a Feiticeira no dia em que a pegar, você sacode a cabeça e reflete sobre o componente de misoginia patológica inerente à jactância sexual do homem latino. Depois começa a pensar no que faria com a Feiticeira se a pegasse. Existe um HQEH dentro de cada brasileiro, sepultado sob camadas de civilização, de falsa sofisticação, de propaganda feminina e de acomodação. Sim, de acomodação. Quantas vezes, atirado na frente de um aparelho de TV vendo a novela das 8 — uma história invariavelmente de humilhação, renúncia e superação femininas — você não se perguntou o que estava fazendo que não dava um salto, vencia a resistência da família a pontapés e procurava uma reprise do Manix em outro canal? HQEH só vê futebol na TV. Bebendo cerveja. E nada de cebolinhas em conserva! HQEH arrota e não pede desculpas.
Se você não sabe se tem um HQEH dentro de você, faça este teste. Leia esta série de situações. Estude-as, pense, e depois decida como você reagiria em cada situação. A resposta dirá o seu coeficiente de HQEH. Se pensar muito, nem precisa responder: você não é HQEH. HQEH não pensa muito!
Situação 1
Você está num restaurante com nome francês. O cardápio é todo escrito em francês. Só o preço está em reais. Muitos reais. Você pergunta o que significa o nome de um determinado prato ao maître. Você tem certeza que o maître está se esforçando para não rir da sua pronúncia. O maître levará mais tempo para descrever o prato do que você para comê-lo, pois o que vem é uma pasta vagamente marinha em cima de uma torrada do tamanho aproximado de uma moeda de um real, embora custe mais de cem. Você come de um golpe só, pensando no que os operários são obrigados a comer. Com inveja. Sua acompanhante pergunta qual é o gosto e você responde que não deu tempo para saber. 0 prato principal vem trocado. Você tem certeza que pediu um "Boeuf à quelque chose" e o que vem é uma fatia de pato sem qualquer acompanhamento. Só. Bem que você tinha notado o nome: "Canard melancolique". Você a princípio sente pena do pato, pela sua solidão, mas muda de idéia quando tenta cortá-lo. Ele é um duro, pode agüentar. Quando vem a conta, você nota que cobraram pelo pato e pelo "boeuf' que não veio. Você: a) paga assim mesmo para não dar à sua acompanhante a impressão de que se preocupa com coisas vulgares como o dinheiro, ainda mais o brasileiro; b) chama discretamente o maître e indica o erro, sorrindo para dar a entender que, "Merde, alors", estas coisas acontecem; ou c) vira a mesa, quebra uma garrafa de vinho contra a parede e, segurando o gargalo, grita: "Eu quero o gerente e é melhor ele vir sozinho!
Situação 2
Você foi convencido pela sua mulher, namorada ou amiga — se bem que HQEH não tem "amigas", quem tem "amigas" é veado — a entrar para um curso de Sensitivação Oriental. Você reluta em vestir a malha preta, mas acaba sucumbindo. O curso é dado por um japonês, provavelmente veado. Todos sentam num círculo em volta do japonês, na posição de lótus. Menos você, que, como está um pouco fora de forma, só pode sentar na posição do arbusto despencado pelo vento.
Durante 15 minutos todos devem fechar os olhos, juntar as pontas dos dedos e fazer "rom", até que se integrem na Grande Corrente Universal que vem do Tibete, passa pelas cidades sagradas da Índia e do Oriente Médio e, estranhamente, bem em cima do prédio do japonês, antes de voltar para o Oriente. Uma vez atingido este estágio, todos devem virar para a pessoa ao seu lado e estudar seu rosto com as pontas dos dedos. Não se surpreendendo se o japonês chegar por trás e puxar as suas orelhas com força para lembrá-lo da dualidade de todas as coisas. Durante o "rom" você faz força, mas não consegue se integrar na grande corrente universal, embora comece a sentir uma sensação diferente que depois revela-se ser câimbra. Você: a) finge que atingiu a integração para não cortar a onda de ninguém; b) finge que não entendeu bem as instruções, engatinha fazendo "rom" até o lado daquela grande loura e, na hora de tocar o seu rosto, erra o alvo e agarra os seios, recusando-se a soltá-los mesmo que o japonês quase arranque as suas orelhas; c) diz que não sentiu nada, que não vai seguir adiante com aquela bobagem, ainda mais de malha preta, e que é tudo coisa de veado.
Situação 3
Você está numa daquelas reuniões em que há lugares de sobra para sentar, mas todo mundo senta no chão. Você não quis ser diferente, se atirou num almofadão colorido e tarde demais descobriu que era a dona da casa. Sua mulher ou namorada está tendo uma conversa confidencial, de mãos dadas, com uma moça que é a cara do Charlton Heston, só que de bigode. O jantar é à americana e você não tem mais um joelho para colocar o seu copo de vinho enquanto usa os outros dois para equilibrar o prato e cortar o pedaço de pato, provavelmente o mesmo do restaurante francês, só que algumas semanas mais velho. Aí o cabeleireiro de cabelo mechado ao seu lado oferece:
— Se quiser usar o meu...
— O seu...?
— Joelho.
— Ah...
— Ele está desocupado.
— Mas eu não o conheço.
— Eu apresento. Este é o meu joelho.
— Não. Eu digo, você...
— Eu, hein? Quanta formalidade. Aposto que se eu estivesse oferecendo a perna toda você ia pedir referências. Ti-au.
Você: a) resolve entrar no espírito da festa e começa a tirar as calças; b) leva seu copo de vinho para um canto e fica, entre divertido e irônico, observando aquele curioso painel humano e organizando um pensamento sobre estas sociedades tropicais, que passam da barbárie para a decadência sem a etapa intermediária da civilização; ou c) pega sua mulher ou namorada e dá o fora, não sem antes derrubar o Charlton Heston com um soco.
Se você escolheu a resposta a para todas as situações, não é um HQEH. Se você escolheu a resposta b, não é um HQEH. E se você escolheu a resposta c, também não é um HQEH. Um HQEH não responde a testes. Um HQEH acha que teste é coisa de veado.
Este país foi feito por Homens que eram Homens. Os desbravadores do nosso interior bravio não tinham nem jeans, quanto mais do Pierre Cardin. O que seria deste pais se Dom Pedro I tivesse se atrasado no dia 7 em algum cabeleireiro, fazendo massagem facial e cortando o cabelo à navalha? E se tivesse gritado, em vez de "Independência ou Morte", "Independência ou Alternativa Viável, Levando em Consideração Todas as Variáveis!"? Você pode imaginar o Rui Barbosa de sunga de crochê? O José do Patrocínio de colant? 0 Tiradentes de kaftan e brinco numa orelha só? Homens que eram Homens eram os bandeirantes. Como se sabe, antes de partir numa expedição, os bandeirantes subiam num morro em São Paulo e abriam a braguilha. Esperavam até ter uma ereção e depois seguiam na direção que o pau apontasse. Profissão para um HQEH é motorista de caminhão. Daqueles que, depois de comer um mocotó com duas Malzibier, dormem na estrada e, se sentem falta de mulher, ligam o motor e trepam com o radiador. No futebol HQEH é beque central, cabeça-de-área ou centroavante. Meio-de-campo é coisa de veado. Mulher do amigo de Homem que é Homem é homem. HQEH não tem amizade colorida, que é a sacanagem por outros meios. HQEH não tem um relacionamento adulto, de confiança mútua, cada um respeitando a liberdade do outro, numa transa, assim, extraconjugal mas assumida, entende? Que isso é papo de mulher pra dar pra todo mundo. HQEH acha que movimento gay é coisa de veado.
HQEH nunca vai a vernissage.
HQEH não está lendo a Marguerite Yourcenar, não leu a Marguerite Yourcenar e não vai ler a Marguerite Yourcenar.
HQEH diz que não tem preconceito mas que se um dia estivesse numa mesma sala com todas as cantoras da MPB, não desencostaria da parede.
Coisas que você jamais encontrará em um HQEH: batom neutro para lábios ressequidos, pastilhas para refrescar o hálito, o telefone do Gabeira, entradas para um espetáculo de mímica.
Coisas que você jamais deve dizer a um HQEH: "Ton sur ton", "Vamos ao balé?", "Prove estas cebolinhas".
Coisas que você jamais vai ouvir um HQEH dizer: "Assumir", "Amei", "Minha porção mulher", "Acho que o bordeau fica melhor no sofá e a ráfia em cima do puf".
Não convide para a mesma mesa: um HQEH e o Silvinho.
HQEH acha que ainda há tempo de salvar o Brasil e já conseguiu a adesão de todos os Homens que são Homens que restam no país para uma campanha de regeneração do macho brasileiro.
Os quatro só não têm se reunido muito seguidamente porque pode parecer coisa de veado.
quarta-feira, 24 de julho de 2013
Nao tenho nada a dizer e nem nada disse, nem leiam..., rsrsrs
Então amigos, volto aos meus textos bissextos e episódicos, sei que são quase sinônimos, mas gosto do efeito das duas palavras juntas, rsss...
Bom, vamos lá, frio, muito frio, frio demais, mas tá bom.
O Reni fez isto, fez aquilo, não fez isto, devia fazer aquilo, prometeu, cumpriu, não cumpriu, ou seja, nada de novo, de noticia mesmo, nada, só a velha rotina.
A cidade continua andando como sempre andou, as coisas podem ficar um pouco melhores ou piores, mas nada de espantoso, nem de bom e nem de ruim, afinal todos sabemos que as opiniões extremadas tendem a ser de caráter político-partidário, a favor ou contra, e estou velho demais para me sensibilizar com quaisquer arroubos de “superlativismo” fabricado, que vai do elogio sem pudor, na maioria das vezes pago, até a critica raivosa, por quem não é mais pago, mais ou menos assim; se venta fecho a janela, se esquenta abro, e a vida continua.
Ah, tem a visita do Papa. Legal, que bom, e só. Sorte do governo e da Globo, que podem substituir a pauta dos “vandalismos” com uma overdose de imagens da visita do Sumo Pontífice dos católicos.
Acabou a Copa das Confederações, entra o Papa, e "La nave vá..", para onde, ninguém sabe.
No mais, bons vinhos, sopas quentes, muito agasalho, muito assunto sobre frio, o pessoal das redes sociais mais felizes com a oportunidade de falar sobre a temperatura e suas consequências. Legal, todos precisamos nos expressar, tendo ou não algo irrelevante para falar, não importa, pois na maioria das vezes falamos para nós mesmos, os outros somente funcionam como espelhos involuntários.
E assim sendo, encerro por aqui, por não ter mais nada a dizer, aliás, nem tinha nada a dizer e nada disse, só conversa fiada, deve ser o frio, o Papa, o Reni, o tédio, sei lá, rsssss...
Bom, vamos lá, frio, muito frio, frio demais, mas tá bom.
O Reni fez isto, fez aquilo, não fez isto, devia fazer aquilo, prometeu, cumpriu, não cumpriu, ou seja, nada de novo, de noticia mesmo, nada, só a velha rotina.
A cidade continua andando como sempre andou, as coisas podem ficar um pouco melhores ou piores, mas nada de espantoso, nem de bom e nem de ruim, afinal todos sabemos que as opiniões extremadas tendem a ser de caráter político-partidário, a favor ou contra, e estou velho demais para me sensibilizar com quaisquer arroubos de “superlativismo” fabricado, que vai do elogio sem pudor, na maioria das vezes pago, até a critica raivosa, por quem não é mais pago, mais ou menos assim; se venta fecho a janela, se esquenta abro, e a vida continua.
Ah, tem a visita do Papa. Legal, que bom, e só. Sorte do governo e da Globo, que podem substituir a pauta dos “vandalismos” com uma overdose de imagens da visita do Sumo Pontífice dos católicos.
Acabou a Copa das Confederações, entra o Papa, e "La nave vá..", para onde, ninguém sabe.
No mais, bons vinhos, sopas quentes, muito agasalho, muito assunto sobre frio, o pessoal das redes sociais mais felizes com a oportunidade de falar sobre a temperatura e suas consequências. Legal, todos precisamos nos expressar, tendo ou não algo irrelevante para falar, não importa, pois na maioria das vezes falamos para nós mesmos, os outros somente funcionam como espelhos involuntários.
E assim sendo, encerro por aqui, por não ter mais nada a dizer, aliás, nem tinha nada a dizer e nada disse, só conversa fiada, deve ser o frio, o Papa, o Reni, o tédio, sei lá, rsssss...
sábado, 13 de julho de 2013
O aleijão do superlativo bizarro ou uma confissão de que nada sei...
Nós latinos temos um carinho desmedido, exagerado até, pelo superlativo. Herança cultural, trópicos, sol, resquício do romantismo mediterrâneo, sei lá, mas que temos é inegável e visível.
No entanto, neste nosso Brasil varonil e curioso, o superlativo está atingindo o “estado da arte”, deixou de ser um mero e impensado exagero para ser uma espécie de besta insana que esmurra as frágeis portas do bizarro.
Vejam vocês, basta um ator ou atriz iniciante, ou um cantor calouro qualquer emplacar uma novela ou uma música, para virar um “monstro sagrado”, seja nos palcos ou na telinha, e mais, basta um menino com algum talento, fazer um gol qualquer em uma partida qualquer de um campeonato de futebol qualquer, para virar herdeiro das mais “sagradas tradições futebolísticas nacionais”. A chamada crônica esportiva está cheia de “humoristas” superlativos.
Mas não para aí o gosto pelo exagero patético, até nas redes sociais, uma citação de inspiração mediana, acompanhada de uma boa foto, assume ares de verdade inscrita a fogo nas tábuas da lei de Moisés, e uma gracinha, que mereceria um meio sorriso divertido e condescendente, provoca gargalhadas assustadoras, dignas de um “serial killer” de filme norte americano, tal o número de “KKKKK” cometidos por dedos nervosos...
De política nem falo, é de lado a lado, Deus e diabo, céu e inferno, bons e maus, o meio termo e a reflexão é pecado mortal e coisa de fracos.
Pois é queridos amigos, vejo que a essência tímida e com substância, mesmo sendo pouca, foi definitivamente substituída pela forma estridente, escandalosa e fátua.
Ok, que assim seja, quem sabe até este texto não tenha sido superlativo? Vá saber, não sei de mais nada, ou talvez nunca soube...
No entanto, neste nosso Brasil varonil e curioso, o superlativo está atingindo o “estado da arte”, deixou de ser um mero e impensado exagero para ser uma espécie de besta insana que esmurra as frágeis portas do bizarro.
Vejam vocês, basta um ator ou atriz iniciante, ou um cantor calouro qualquer emplacar uma novela ou uma música, para virar um “monstro sagrado”, seja nos palcos ou na telinha, e mais, basta um menino com algum talento, fazer um gol qualquer em uma partida qualquer de um campeonato de futebol qualquer, para virar herdeiro das mais “sagradas tradições futebolísticas nacionais”. A chamada crônica esportiva está cheia de “humoristas” superlativos.
Mas não para aí o gosto pelo exagero patético, até nas redes sociais, uma citação de inspiração mediana, acompanhada de uma boa foto, assume ares de verdade inscrita a fogo nas tábuas da lei de Moisés, e uma gracinha, que mereceria um meio sorriso divertido e condescendente, provoca gargalhadas assustadoras, dignas de um “serial killer” de filme norte americano, tal o número de “KKKKK” cometidos por dedos nervosos...
De política nem falo, é de lado a lado, Deus e diabo, céu e inferno, bons e maus, o meio termo e a reflexão é pecado mortal e coisa de fracos.
Pois é queridos amigos, vejo que a essência tímida e com substância, mesmo sendo pouca, foi definitivamente substituída pela forma estridente, escandalosa e fátua.
Ok, que assim seja, quem sabe até este texto não tenha sido superlativo? Vá saber, não sei de mais nada, ou talvez nunca soube...
quarta-feira, 10 de julho de 2013
Balões coloridos e a canalha oportunista
Existem declarações, ou pior, afirmações que se pretendem decisivas, que se assemelham a balões de gás, com a mesma aparência e mesma fatuidade.
É incrível o poder de sedução destas coisas, as pessoas curtem e compartilham nas redes sociais, sem ter a menor ideia do por que o fazem, só inspiradas na atração da “cor e barulho” do factoide, mais nada, nem nada é pedido, e nem precisa, pois a reflexão se torna luxo inacessível e fora de cogitação.
Até aqui tudo bem, sem problemas maiores, no entanto, a coisa complica quando elas saem das redes sociais e vão para as ruas, sem substância, logo sem constância, logo efêmeras, e acabam por desencantar e inibir outras ações que poderiam fazer alguma diferença.
Nada contra o “acordei e fui ao banheiro”, ou, “hoje só comi um bife com agrião”, ou ainda, "estou cansado (a) e vou descansar, até já”, estas são manifestações que até podem ser traduzidos como pedidos de atenção, e são importantes na medida em que suprem carências e permitem interação, que é fundamental para a convivência em sociedade.
O duro é quando esta “profundidade de expressão” sai da rede e vai as ruas, o resultado já sabemos, pois ao acabar a estridência, o vazio é ocupado pela militância canalha e assalariada, pois em política não existe vácuo.
É incrível o poder de sedução destas coisas, as pessoas curtem e compartilham nas redes sociais, sem ter a menor ideia do por que o fazem, só inspiradas na atração da “cor e barulho” do factoide, mais nada, nem nada é pedido, e nem precisa, pois a reflexão se torna luxo inacessível e fora de cogitação.
Até aqui tudo bem, sem problemas maiores, no entanto, a coisa complica quando elas saem das redes sociais e vão para as ruas, sem substância, logo sem constância, logo efêmeras, e acabam por desencantar e inibir outras ações que poderiam fazer alguma diferença.
Nada contra o “acordei e fui ao banheiro”, ou, “hoje só comi um bife com agrião”, ou ainda, "estou cansado (a) e vou descansar, até já”, estas são manifestações que até podem ser traduzidos como pedidos de atenção, e são importantes na medida em que suprem carências e permitem interação, que é fundamental para a convivência em sociedade.
O duro é quando esta “profundidade de expressão” sai da rede e vai as ruas, o resultado já sabemos, pois ao acabar a estridência, o vazio é ocupado pela militância canalha e assalariada, pois em política não existe vácuo.
quarta-feira, 3 de julho de 2013
Sinto muito pela franqueza!
Perdoem-me os militantes, os engajados, os partidários, os comissionados, ou seja, todo o universo de pessoas que vivem o momento político ao lado de quem venceu as eleições.
Nada contra sua militância, nada contra a defesa apaixonada, muito pelo contrário, louvo a lealdade que vocês devotam a quem permitiu que pudessem participar da administração municipal e com ela contribuir para a melhoria da sociedade, sei que muitos assim o fazem, e isto é bom e saudável.
Não farei ainda critica de qualquer espécie, creio na boa intenção, mas assim como está a saúde e outras áreas, não dá para continuar. Herança? Sei lá, ou até sei, mas não importa o que acho ou sei, o que importa é a demanda da população por saúde pública. Pouco importa de quem é a culpa, importa sim é quem pode fazer alguma coisa, não é hora de proselitismo político, não é hora de cobranças e recriminações, é hora de ações!
O ônus implícito de quem busca um cargo público, que luta por ele, que se expõe por ele, é o do compromisso nele embutido.
Avaliações e recriminações são válidas e justas, mas tem hora e lugar para isto, as necessidades da população estão acima das diferenças políticas pontuais, e digo pontuais, porque são rapidamente superadas pelas conveniências político-partidárias e pelos projetos de poder.
Com saúde não se brinca, não se faz política, se cumpre o que foi prometido, custe o que custar.
Nada contra sua militância, nada contra a defesa apaixonada, muito pelo contrário, louvo a lealdade que vocês devotam a quem permitiu que pudessem participar da administração municipal e com ela contribuir para a melhoria da sociedade, sei que muitos assim o fazem, e isto é bom e saudável.
Não farei ainda critica de qualquer espécie, creio na boa intenção, mas assim como está a saúde e outras áreas, não dá para continuar. Herança? Sei lá, ou até sei, mas não importa o que acho ou sei, o que importa é a demanda da população por saúde pública. Pouco importa de quem é a culpa, importa sim é quem pode fazer alguma coisa, não é hora de proselitismo político, não é hora de cobranças e recriminações, é hora de ações!
O ônus implícito de quem busca um cargo público, que luta por ele, que se expõe por ele, é o do compromisso nele embutido.
Avaliações e recriminações são válidas e justas, mas tem hora e lugar para isto, as necessidades da população estão acima das diferenças políticas pontuais, e digo pontuais, porque são rapidamente superadas pelas conveniências político-partidárias e pelos projetos de poder.
Com saúde não se brinca, não se faz política, se cumpre o que foi prometido, custe o que custar.
sexta-feira, 28 de junho de 2013
Alface com "pedigree" e sem stress...
Dia destes estava lendo uma revista chamada “Saúde”, da editora Abril. Bem, devo dizer que estava lendo no banheiro, lugar onde a leitura é menos seletiva, e tem pessoas, dentre as quais me incluo, que precisam ler qualquer coisa, até jornal velho de campanha política...
Tá bom, mas voltando ao assunto, depois de ler algumas “matérias”, aliás, tenho dúvidas se devo chamá-las assim, cheguei à conclusão de que o fato da humanidade chegar até onde chegou, ou seja, até agora, foi um enorme milagre! Deus ama muito seus filhos, para mantê-los vivos com tantos riscos como a revista aponta.
Se você não é adepto de um copo de água em estado natural, nem gelada e nem quente, acompanhada de uma folha de alface com “pedigree” comprovado, o que significa mudar-se para uma horta orgânica e acompanhar seu desenvolvimento da semente até o consumo, não se esquecendo de cantar regularmente para ela, de modo que cresça sem stress, e mais um pedaço de peito de frango “grelhado” com ar e água e comido com um forte sentimento de culpa, você está ferrado, não viverá mais do que o tempo de vida de uma ameba, com a mesma emoção dela, é claro.
E tem mais, quem não se exercita ao menos umas 14 horas por dia, não só não emagrece, como não vai para o céu dos profissionais, ops, eu disse profissionais, brincadeira, dos malucos consultados para dar credibilidade aos conselhos da revista..., putz, ato falho de novo, falei “credibilidade”, estou mal mesmo hoje...
Mas, concluindo, antes de refletir sobre uma ideia de suicídio que passei a alimentar depois de ler o quanto sou estúpido e estou fora dos padrões propostos pela publicação, que devo me retirar e não dar mais este terrível e péssimo exemplo para as gerações vindouras, só deixo uma pergunta para os gurus da saúde de hoje em dia:
- De que planeta vieram, já que gerados por seres humanos não o foram, pois a carga genética de seus “degenerados pais” estaria presente em vocês, vieram de onde então?
Poupem-me, até a asneira deveria ter algum limite, qualquer um, aceito até um limite pequeno, só por um pouquinho de pudor.
Tá bom, mas voltando ao assunto, depois de ler algumas “matérias”, aliás, tenho dúvidas se devo chamá-las assim, cheguei à conclusão de que o fato da humanidade chegar até onde chegou, ou seja, até agora, foi um enorme milagre! Deus ama muito seus filhos, para mantê-los vivos com tantos riscos como a revista aponta.
Se você não é adepto de um copo de água em estado natural, nem gelada e nem quente, acompanhada de uma folha de alface com “pedigree” comprovado, o que significa mudar-se para uma horta orgânica e acompanhar seu desenvolvimento da semente até o consumo, não se esquecendo de cantar regularmente para ela, de modo que cresça sem stress, e mais um pedaço de peito de frango “grelhado” com ar e água e comido com um forte sentimento de culpa, você está ferrado, não viverá mais do que o tempo de vida de uma ameba, com a mesma emoção dela, é claro.
E tem mais, quem não se exercita ao menos umas 14 horas por dia, não só não emagrece, como não vai para o céu dos profissionais, ops, eu disse profissionais, brincadeira, dos malucos consultados para dar credibilidade aos conselhos da revista..., putz, ato falho de novo, falei “credibilidade”, estou mal mesmo hoje...
Mas, concluindo, antes de refletir sobre uma ideia de suicídio que passei a alimentar depois de ler o quanto sou estúpido e estou fora dos padrões propostos pela publicação, que devo me retirar e não dar mais este terrível e péssimo exemplo para as gerações vindouras, só deixo uma pergunta para os gurus da saúde de hoje em dia:
- De que planeta vieram, já que gerados por seres humanos não o foram, pois a carga genética de seus “degenerados pais” estaria presente em vocês, vieram de onde então?
Poupem-me, até a asneira deveria ter algum limite, qualquer um, aceito até um limite pequeno, só por um pouquinho de pudor.
quinta-feira, 27 de junho de 2013
Joguei a toalha, cansei, enchi o saco!
Então, esta é a alternativa ao PT? Combater o ruim com o ruim? Será que o PSDB é só Serra, Alckmin e Aécio? É desta forma que a oposição pretende dar uma esperança ao povo?
Tenham a santa paciência, parem de tentar pegar carona nas manifestações, pois se bobearem serão jogados fora do carro andando..., caras de pau! Querem dar ao povo a outra face de uma moeda viciada, querem oferecer outro discurso com o mesmo fim?
Ontem foi veiculada uma notícia acerca de um secretário nomeado pelo governador Beto Richa..., espero que ele corrija, ou não está levando a sério as manifestações populares.
Aliás, já é hora de falar, creio que o nosso governador esteja sendo blindado por assessores e puxa-sacos que o impedem de cumprir sua maravilhosa herança, afinal ninguém é filho do grande José Richa impunemente, tenho certeza que ele seria um dos que estariam na rua para protestar contra os desmandos e conchavos.
Beto, grande Beto, a quem apoiei e fui para as ruas e levando muitos de meus amigos e parceiros, com quem conversei várias vezes sobre o quanto o Paraná poderia ser melhor se ganhássemos. Mas, ganhássemos de quem? Do PMDB que estava no poder? Será? É só ver a composição de seu governo para ver que não ganhamos de ninguém , o PMDB continua no governo e continuará para sempre neste andar da carruagem, a menos que o povo, que teima em não entender coligações e conchavos, o exija!
Mas, ampliando o assunto e estendendo para todos os planos, federal, estadual e municipal, ninguém aguenta mais esta história, ou seria estória, de governabilidade, isto é besteira, é neologismo oportunista, a governabilidade vem da satisfação dos anseios e expectativas do povo! E quem achava que o povo era fator passivo e secundário nesta obscena equação, está vendo a resposta agora, escondido em baixo da cama, morrendo de medo como menino mijado.
Chega de mentiras travestidas de “ações políticas”, chega de quebra de promessas disfarçadas em apelos pelo “bem do governo e seus objetivos”! Chega de propagandas bonitinhas e vazias, se autopromovendo por algo que é obrigado a fazer, que pediu voto para fazer.
Chega de fakes, chega de conversa fiada, deu, acabou a paciência de todo mundo, ou fazem o que prometeram fazer, ou desocupem o raio da moita!
Tenham a santa paciência, parem de tentar pegar carona nas manifestações, pois se bobearem serão jogados fora do carro andando..., caras de pau! Querem dar ao povo a outra face de uma moeda viciada, querem oferecer outro discurso com o mesmo fim?
Ontem foi veiculada uma notícia acerca de um secretário nomeado pelo governador Beto Richa..., espero que ele corrija, ou não está levando a sério as manifestações populares.
Aliás, já é hora de falar, creio que o nosso governador esteja sendo blindado por assessores e puxa-sacos que o impedem de cumprir sua maravilhosa herança, afinal ninguém é filho do grande José Richa impunemente, tenho certeza que ele seria um dos que estariam na rua para protestar contra os desmandos e conchavos.
Beto, grande Beto, a quem apoiei e fui para as ruas e levando muitos de meus amigos e parceiros, com quem conversei várias vezes sobre o quanto o Paraná poderia ser melhor se ganhássemos. Mas, ganhássemos de quem? Do PMDB que estava no poder? Será? É só ver a composição de seu governo para ver que não ganhamos de ninguém , o PMDB continua no governo e continuará para sempre neste andar da carruagem, a menos que o povo, que teima em não entender coligações e conchavos, o exija!
Mas, ampliando o assunto e estendendo para todos os planos, federal, estadual e municipal, ninguém aguenta mais esta história, ou seria estória, de governabilidade, isto é besteira, é neologismo oportunista, a governabilidade vem da satisfação dos anseios e expectativas do povo! E quem achava que o povo era fator passivo e secundário nesta obscena equação, está vendo a resposta agora, escondido em baixo da cama, morrendo de medo como menino mijado.
Chega de mentiras travestidas de “ações políticas”, chega de quebra de promessas disfarçadas em apelos pelo “bem do governo e seus objetivos”! Chega de propagandas bonitinhas e vazias, se autopromovendo por algo que é obrigado a fazer, que pediu voto para fazer.
Chega de fakes, chega de conversa fiada, deu, acabou a paciência de todo mundo, ou fazem o que prometeram fazer, ou desocupem o raio da moita!
terça-feira, 18 de junho de 2013
O assustador e terrível sussurro das ruas
Então amigos, já que todos estão falando e vários me perguntando sobre o que penso a respeito destas manifestações, vamos lá então, depois não me crucifiquem...
Primeiro, tem muito arruaceiro, muito otário bucha de canhão, muito oportunista a serviço de políticos safados de todos os lados, muito bandido dando vazão aos seus recalques, e etc., etc. e tal.
No entanto, descontados os jovens mauricinhos e as meninas deslumbradas que participam das manifestações com o mesmo empenho e alarido com que participam de shows sertanejos, promoções de shopping centers e afins, já que virou moda protestar e tirar muitas fotos mostrando isto, descontadas estas bobagens, o importante é que aos poucos o povo anônimo começa a reclamar, de início, vejo como um desconforto, que está virando irritação e que inevitavelmente redundará na revolta séria.
O “fake”, aliás, o falso, que é uma tônica das pretensas manifestações de “massa”, das propostas e promessas de políticos, vide a quantidade de asneiras que infestam as redes sociais, finalmente está sendo questionada. O cidadão está começando a vomitar as falácias que se obrigou a engolir ao longo dos últimos tempos, e pior, com uma boa quantidade de bílis, um vômito bem amargo aos “líderes” de uma sociedade que faz da hipocrisia discurso e modo de vida.
E enfim, mas nunca por último, porque acho que muita água vai rolar, penso que ainda nem começou, tem esta questão das Copas, esta copinha das Confederações e a Copa do Mundo, que na minha visão é um tapa na cara de todos nós, é um desaforo para com as nossa mazelas, é uma prova do descaso e desrespeito com que os governos nos tratam. Estádios milionários que não são acessíveis ao povo em geral, e que apodrecerão ao fim desta orgia obscena com nosso dinheiro, pior, com nossa esperança de um país melhor.
Mais do que safados e incompetentes, são criminosos e um dia serão julgados por isto, e este dia não está longe, a massa inerte, o gado submisso quer virar touro e está se mexendo, é bom ter cuidado, pois não será a mídia corrupta e nem a publicidade canalha que vai impedir este grito e suas consequências.
O terrível e assustador, mas ainda sussurro das ruas, será logo o grito que ninguém poderá calar, se nada for feito, por mais que a Rede Globo se esforce de forma constrangedora e até envergonhada, em defender seus patrocinadores e patrões.
Bem, já que pediram, é o que penso, até agora, sobre isto.
Ah, se o PT, no governo e o PSDB na oposição quiserem capitalizar estas manifestações, imagino que vão quebrar a cara e feio.
Primeiro, tem muito arruaceiro, muito otário bucha de canhão, muito oportunista a serviço de políticos safados de todos os lados, muito bandido dando vazão aos seus recalques, e etc., etc. e tal.
No entanto, descontados os jovens mauricinhos e as meninas deslumbradas que participam das manifestações com o mesmo empenho e alarido com que participam de shows sertanejos, promoções de shopping centers e afins, já que virou moda protestar e tirar muitas fotos mostrando isto, descontadas estas bobagens, o importante é que aos poucos o povo anônimo começa a reclamar, de início, vejo como um desconforto, que está virando irritação e que inevitavelmente redundará na revolta séria.
O “fake”, aliás, o falso, que é uma tônica das pretensas manifestações de “massa”, das propostas e promessas de políticos, vide a quantidade de asneiras que infestam as redes sociais, finalmente está sendo questionada. O cidadão está começando a vomitar as falácias que se obrigou a engolir ao longo dos últimos tempos, e pior, com uma boa quantidade de bílis, um vômito bem amargo aos “líderes” de uma sociedade que faz da hipocrisia discurso e modo de vida.
E enfim, mas nunca por último, porque acho que muita água vai rolar, penso que ainda nem começou, tem esta questão das Copas, esta copinha das Confederações e a Copa do Mundo, que na minha visão é um tapa na cara de todos nós, é um desaforo para com as nossa mazelas, é uma prova do descaso e desrespeito com que os governos nos tratam. Estádios milionários que não são acessíveis ao povo em geral, e que apodrecerão ao fim desta orgia obscena com nosso dinheiro, pior, com nossa esperança de um país melhor.
Mais do que safados e incompetentes, são criminosos e um dia serão julgados por isto, e este dia não está longe, a massa inerte, o gado submisso quer virar touro e está se mexendo, é bom ter cuidado, pois não será a mídia corrupta e nem a publicidade canalha que vai impedir este grito e suas consequências.
O terrível e assustador, mas ainda sussurro das ruas, será logo o grito que ninguém poderá calar, se nada for feito, por mais que a Rede Globo se esforce de forma constrangedora e até envergonhada, em defender seus patrocinadores e patrões.
Bem, já que pediram, é o que penso, até agora, sobre isto.
Ah, se o PT, no governo e o PSDB na oposição quiserem capitalizar estas manifestações, imagino que vão quebrar a cara e feio.
domingo, 16 de junho de 2013
Ciclos
Era uma vez um pequeno ponto negro perdido na imensidão branca e cegante, mal se notava, era preciso muita atenção para percebê-lo.
De repente, num momento qualquer, perdido dentre tantos outros momentos quaisquer, ele começou a crescer. Não crescia de forma ordenada, retilínea, não tinha padrão, só crescia, crescia e parava, reduzia, mas nunca voltava ao tamanho de antes.
Com o tempo, foi ficando maior e maior, ocupando os espaços como água confinada em uma jarra, e vencendo resistências, triunfou, e o que era branco, agora era totalmente negro, completamente negro.
No entanto, num dia qualquer, num momento qualquer...
Era uma vez um pequeno ponto branco perdido na imensidão negra e pesada, mal se notava, era preciso muita atenção para percebê-lo...
De repente, num momento qualquer, perdido dentre tantos outros momentos quaisquer, ele começou a crescer. Não crescia de forma ordenada, retilínea, não tinha padrão, só crescia, crescia e parava, reduzia, mas nunca voltava ao tamanho de antes.
Com o tempo, foi ficando maior e maior, ocupando os espaços como água confinada em uma jarra, e vencendo resistências, triunfou, e o que era branco, agora era totalmente negro, completamente negro.
No entanto, num dia qualquer, num momento qualquer...
Era uma vez um pequeno ponto branco perdido na imensidão negra e pesada, mal se notava, era preciso muita atenção para percebê-lo...
quarta-feira, 5 de junho de 2013
A unanimidade, mais do que burra, é perigosa...
Quando a violência e a injustiça geram revolta e ressentimento, nem tudo está perdido, a tragédia é quando gera um sentimento de impotência e passividade, gera a aceitação da impossibilidade.
Muito pior do o arbítrio assumido e visível, é a covarde submissão determinada pela cumplicidade entre dominador e dominado.
O crime destes tristes tempos é fazerem as pessoas voltar-se contra si mesmas, e a isto dão o nome de política de consenso...
A unanimidade, mais do que burra, é perigosa.
Muito pior do o arbítrio assumido e visível, é a covarde submissão determinada pela cumplicidade entre dominador e dominado.
O crime destes tristes tempos é fazerem as pessoas voltar-se contra si mesmas, e a isto dão o nome de política de consenso...
A unanimidade, mais do que burra, é perigosa.
terça-feira, 28 de maio de 2013
Temporal
Do alto de prédios que riam dos limites do olhar humano, caiam chuvas de pedras picadas.
As janelas de imensos vidros se encolhiam e se retorciam aterrorizadas.
Até o Sol soberano se escondeu por trás das nuvens de semblante carregado, como se vingadoras fossem de um crime tão terrível que nem nome lhe foi dado.
A Terra escureceu.
Deuses primevos, em tempos de antes, nasceram destas trevas e desta força insana e morreram ao primeiro raio de sol, mas eles deixaram a semente do conforto fácil, impensado, desejado, a ser gerado no ventre farto da impotência humana.
Os homens, ao longo dos tempos, se comportam como mariposas em busca da luz e do calor que os conforta e mata.
Deuses nasceram e morreram na exata medida de nossa angústia e fé, sublime alimento do paradoxo que une o mortal e o divino, a ponte metafísica, a dúvida, o eterno, o sempre infinito que é sempre o hoje, o tempo violentado.
As janelas de imensos vidros se encolhiam e se retorciam aterrorizadas.
Até o Sol soberano se escondeu por trás das nuvens de semblante carregado, como se vingadoras fossem de um crime tão terrível que nem nome lhe foi dado.
A Terra escureceu.
Deuses primevos, em tempos de antes, nasceram destas trevas e desta força insana e morreram ao primeiro raio de sol, mas eles deixaram a semente do conforto fácil, impensado, desejado, a ser gerado no ventre farto da impotência humana.
Os homens, ao longo dos tempos, se comportam como mariposas em busca da luz e do calor que os conforta e mata.
Deuses nasceram e morreram na exata medida de nossa angústia e fé, sublime alimento do paradoxo que une o mortal e o divino, a ponte metafísica, a dúvida, o eterno, o sempre infinito que é sempre o hoje, o tempo violentado.
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terça-feira, 21 de maio de 2013
Esmolas?
Meio, parte, pedaço, um tanto, pouco.
Rever, crescer, aumentar, muito.
Qualquer, meio, no meio e em meio, o que é vida senão o insano tentar, ousar, tremer, arcar, pagar, receber, ganhar, perder, ter, ser, ter sido, será?
Adjetivos são só esmolas concedidas com relutância pelos ricos e avarentos substantivos.
Rever, crescer, aumentar, muito.
Qualquer, meio, no meio e em meio, o que é vida senão o insano tentar, ousar, tremer, arcar, pagar, receber, ganhar, perder, ter, ser, ter sido, será?
Adjetivos são só esmolas concedidas com relutância pelos ricos e avarentos substantivos.
Fugir...
Quem nunca teve vontade de fugir, de deixar tuda para trás e mergulhar no esquecimento do seu próprio meio, sem ao menos olhar sobre seu ombro, de abrir outros espaços, ver o que está atrás de tantas portas fechadas?
Muitas vezes, este sentimento não significa necessariamente desconforto com a sua vida atual, com suas relações, com seu trabalho, com quem você é, ou ao menos é visto como sendo, creio que seja o irresistível fascínio da porta fechada, com janelas altas, difícil de espiar, fácil de imaginar e fantasiar.
Outras vezes, é a mais absoluta e calma saturação, o cansaço com o mesmo, com as mesmas lutas, mesmas decepções, mesmas derrotas e também, com as mesmas alegrias, mesmas vitórias, pois o cerne, o fulcro da vontade de fugir, não é uma questão de vitória ou derrota, de alegria ou tristeza, o fulcro está no mesmo, na ditadura do sempre, na prisão do que você julga ser certo, na escravidão das suas convicções e responsabilidades delas decorrentes, do julgamento dos seus.
Muitas vezes, este sentimento não significa necessariamente desconforto com a sua vida atual, com suas relações, com seu trabalho, com quem você é, ou ao menos é visto como sendo, creio que seja o irresistível fascínio da porta fechada, com janelas altas, difícil de espiar, fácil de imaginar e fantasiar.
Outras vezes, é a mais absoluta e calma saturação, o cansaço com o mesmo, com as mesmas lutas, mesmas decepções, mesmas derrotas e também, com as mesmas alegrias, mesmas vitórias, pois o cerne, o fulcro da vontade de fugir, não é uma questão de vitória ou derrota, de alegria ou tristeza, o fulcro está no mesmo, na ditadura do sempre, na prisão do que você julga ser certo, na escravidão das suas convicções e responsabilidades delas decorrentes, do julgamento dos seus.
sábado, 18 de maio de 2013
Uma Fábula contada e recontada, porém pouco entendida...
Vou contar uma fábula, história, estória, não importa, mas que foi contada e recontada inúmeras vezes:
Certa feita um jovem e idealista, perguntou a uma velha raposa da política e negócios deste Brasil varonil, qual a opinião que ele tinha sobre a política e os negócios do país?
Bem, disse o questionado, você sabe como se faz um açude?
Não, respondeu o jovem.
É assim, você cava um buraco grande e vai enchendo de entulho, gravetos, restos de comida, pedras, tudo o que sobrar e não tiver serventia, pois é assim que faz a base dele, depois espera chover e encher.
Mas vai ficar um lixo malcheiroso, retrucou o interlocutor.
Então, vai sim, replicou a raposa velha, mas com o tempo vai decantando e a sujeira vai se depositar no fundo e a por cima você só verá a água cristalina e límpida. Mas, complementou, nunca remexa no fundo, pois aí a sujeira sobe...
Pois é, moral da história sem moral:
Cuidado com muitos que hoje, e por aqui tem muitos, insistem em vestir roupas brancas de vestal, endurecem o dedo, acusam e apontam, sem o banho primordial para purgar o passado, com o tempo elas turvam e cheiram mal...
Certa feita um jovem e idealista, perguntou a uma velha raposa da política e negócios deste Brasil varonil, qual a opinião que ele tinha sobre a política e os negócios do país?
Bem, disse o questionado, você sabe como se faz um açude?
Não, respondeu o jovem.
É assim, você cava um buraco grande e vai enchendo de entulho, gravetos, restos de comida, pedras, tudo o que sobrar e não tiver serventia, pois é assim que faz a base dele, depois espera chover e encher.
Mas vai ficar um lixo malcheiroso, retrucou o interlocutor.
Então, vai sim, replicou a raposa velha, mas com o tempo vai decantando e a sujeira vai se depositar no fundo e a por cima você só verá a água cristalina e límpida. Mas, complementou, nunca remexa no fundo, pois aí a sujeira sobe...
Pois é, moral da história sem moral:
Cuidado com muitos que hoje, e por aqui tem muitos, insistem em vestir roupas brancas de vestal, endurecem o dedo, acusam e apontam, sem o banho primordial para purgar o passado, com o tempo elas turvam e cheiram mal...
sábado, 11 de maio de 2013
Mãe: Minha admiração, carinho e perplexidade profundamente respeitosa!
Se Santa Maria, se Virgem Maria, como queiram os católicos, como não queiram os protestantes, não importa, o que importa é Maria Mãe de Jesus, o Cristo, e mais ainda, mais que tudo, é Maria, a Mãe!
Mãe do mistério divino, tão simples e tão difícil de entender, afinal como entender duas ou mais pessoas ao mesmo tempo em um só corpo, como entender o milagre do ventre que persiste fora dele, que amplia o ventre para além do espaço físico, que desafia o tempo, que é mais que a biologia, que é uma prova de Deus, ou para os ateus, uma prova do eterno, do único, do perene, do sempre, que foi, é e será!
A maternidade é um desafio ao ceticismo, gerar vida em carne, todos os animais o fazem, mas como gerar alma, gestar, manter? Da Geia primeva até a mulher de agora, o ciclo se perpetua, por que, como?
Eu não sei, mas as mães sabem, portanto, meu carinho, meu respeito e minha admiração perplexa por serem guardiãs deste sublime mistério.
Mãe do mistério divino, tão simples e tão difícil de entender, afinal como entender duas ou mais pessoas ao mesmo tempo em um só corpo, como entender o milagre do ventre que persiste fora dele, que amplia o ventre para além do espaço físico, que desafia o tempo, que é mais que a biologia, que é uma prova de Deus, ou para os ateus, uma prova do eterno, do único, do perene, do sempre, que foi, é e será!
A maternidade é um desafio ao ceticismo, gerar vida em carne, todos os animais o fazem, mas como gerar alma, gestar, manter? Da Geia primeva até a mulher de agora, o ciclo se perpetua, por que, como?
Eu não sei, mas as mães sabem, portanto, meu carinho, meu respeito e minha admiração perplexa por serem guardiãs deste sublime mistério.
Sei lá, vou pensar, ou não, tanto faz, não importa...
Muita coisa para fazer, pouco tempo, pouca paciência, pouca disposição para escrever, pouco assunto, ou será pouca inspiração?
Se um dia houve alguma, se é que não foi só um exercício continuado e teimoso de contrariar a natureza? O tesão insano de discordar do óbvio?
Quis falar por falar? Quis ser lido e entendido? As duas coisas ou nenhuma delas, o que foi, como foi e mais, por que foi?
Continuo? Continuo por duvidosa vaidade sem fundamento? Continuo porque a tela está em branco, ou devo respeitar sua virgindade expectante e não conspurcá-la com as dúvidas nascidas do tédio, reflexões rasas e certezas duvidosas?
Sei lá, vou pensar, ou não, tanto faz, não importa...
Se um dia houve alguma, se é que não foi só um exercício continuado e teimoso de contrariar a natureza? O tesão insano de discordar do óbvio?
Quis falar por falar? Quis ser lido e entendido? As duas coisas ou nenhuma delas, o que foi, como foi e mais, por que foi?
Continuo? Continuo por duvidosa vaidade sem fundamento? Continuo porque a tela está em branco, ou devo respeitar sua virgindade expectante e não conspurcá-la com as dúvidas nascidas do tédio, reflexões rasas e certezas duvidosas?
Sei lá, vou pensar, ou não, tanto faz, não importa...
terça-feira, 7 de maio de 2013
Escorpiões
Nadando num mar de slogans, enredando-se nas algas das afirmações definitivas e vazias, engolindo litros de da água doce das promessas, bebendo do vinho da expectativa e vomitando o amargor da realidade.
Nossa sina e vocação é o engano, temos a volúpia do engano, o damos aos outros, vivemos nele, somos vítimas e algozes de nossa natureza.
No fundo somos todos escorpiões da fábula, mas sem a coragem de atravessar rios.
Nossa sina e vocação é o engano, temos a volúpia do engano, o damos aos outros, vivemos nele, somos vítimas e algozes de nossa natureza.
No fundo somos todos escorpiões da fábula, mas sem a coragem de atravessar rios.
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