Era uma vez uma linda princesinha que morava em um castelo às margens de um belo e formoso rio.
Bem, não era assim, vamos dizer, uma princesinha, tecnicamente falando, e sua casa também não era exatamente um castelo, mas estas são só liberdades poéticas, e como a estória é minha, escrevo o que quiser.
Muito bem, pois esta princesinha, já meio maltratada pelas pauladas da vida, tinha uma ideia meio arrevesada sobre príncipes, e principalmente os encantados, pois segundo ela, a maior mágica que faziam, era a de se fingir de surdo toda a vez que ela pedia alguma coisa, ou cobrava as promessas que ele lhe fizera na época de namoro.
Eis que, a nossa princesinha, depois de passar umas duas horas esperando um ônibus que passou lotado e não parou, resolveu que estava na hora de dar um novo rumo na vida e partir para outra, e começou a olhar em volta para ver se não achava nada melhor, e viu um garboso cavalheiro de sorriso cheio de dentes, que morava na capital. O papo dos dois príncipes era mais o menos o mesmo, mas este novo, sempre estava bem vestido e cheiroso e nem que fosse até pela novidade, engatou um namoro tórrido com ele, já que em casa, o atual, em via de virar ex, ao invés de se tocar, preferia ficar discutindo futebol no boteco com sua turma e bebendo cerveja até de madrugada.
O caso durou um bom tempo sem grandes problemas, pois se o atual não se decidia, o pretendente lhe fazia versos e mandava flores, e ela parecia cada vez mais apaixonada, até que o atual príncipe resolveu se tocar, pois sacou que estava pisando na bola, e foi atrás do prejuízo. Cortou o cabelo, fez a barba, comprou umas roupas na Vila Portes, passou a tomar banho, ao menos de dois em dois dias, e chegar mais cedo em casa, pois sacou que a vaca estava indo pro brejo.
Requentou uns versos antigos, e além da cesta básica, passou a trazer um chocolate de vez em quando, só para adoçar a princesinha. E não é que colou! Ela que tinha jurado que não caia mais nesta conversa, começou a balançar, pensou nos filhos que tinham feito, no puxadinho para botar a máquina de lavar comprada em 48 prestações, e mesmo meio desconfiada, está ouvindo a conversa do cidadão, não durante a novela, é claro, mas nos intervalos, já que ele até emprestou o controle remoto!
Então, ontem eles tiveram outra discussão no boteco, o moço bonito da capital e o atual namorado, ficaram se olhando feio e fazendo ameaças um para o outro, mas nada muito sério, afinal foram companheiros de bar muito tempo e amizade de cerveja não some assim tão rápido, e, além disto, torcem para o mesmo time e trabalham para a mesma empresa, cuja dona mora lá na capital do reino.
E a estorinha está assim, o moço bonito já avisou que se ela não se decidir, ele volta para capital e depois só nas próximas férias, mas se ela topar ele até fica por aqui, monta casa e assume os filhos, ela está pensando na proposta, mas ainda não se decidiu, a dúvida está grande, afinal o atual, de banho tomado e cabelo cortado, até que não é de jogar fora, pensa ela, mas o problema é saber quanto tempo vai durar isto.
Mas o final deste conto de pé quebrado eu continuo daqui a duas semanas, por hora fica assim.
Ah, ontem saiu o resultado de outra pesquisa e teve mais um debate entre candidatos a prefeitura de Foz, pois é, então tá.
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