quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Uma campanha curiosa

Esta campanha já começou curiosa, diferente, e começou bem lá atrás assim. Primeiro na definição do candidato da situação, depois e quase ao mesmo tempo, na possibilidade de uma candidatura que fugisse um pouco da polarização que acabou acontecendo, mesmo com o respeito devido aos outros dois candidatos, todos sabemos, até as bolas laranjas da Av. Brasil, que é assim já faz tempo.

Esta indefinição gerou grupos de contra e a favor na majoritária, com contornos indefinidos e mal delineados, determinando sérios e profundos reflexos na proporcional. É claro que nunca existe um total conforto, salvo alguma exceção para confirmar a regra, nestes grupos que tradicionalmente se unem nos períodos eleitorais. Os limites ideológicos dos partidos já foram para o brejo há muito tempo, portanto não falo deste tipo de expectativa, falo de interesses comuns e projetos de poder.

Estamos chegando na reta final desta campanha, e o que vejo, é uma disputa entre o “eu fiz e farei mais e” contra o “você não fez e eu vou fazer”, salvo uma ou outra proposta nova, sinto o cheiro e o gosto de comida requentada, tentando, sem muito empenho, passar-se por nova, recém-saída das panelas dos estrategistas políticos. E pior, muitas feitas em fogão velho, afinal mudança, alternância e continuidade, são fatos da política, exigem um complemento e não podem ser consideradas como plataformas isoladamente, faltam justificativas mais sólidas que o fato em si. A meu juízo falta muito "como","em que" e "por quê", para que sejam mais convincentes.

Coligações feitas a facão, algumas, e outras por desaforo político, determinaram “pernas” que nem se sustentam, quanto mais sustentar um corpo inteiro. Parece-me mais como um joguinho de futebol de final de semana, entre amigos e conhecidos, com os times escolhidos na hora e de forma aleatória, quando você pode até esperar lampejos de brilho individual, mas conjunto e táticas, só se o acaso permitir.

Ainda me valendo do futebol, fico com a dúvida: Como um time pode enfrentar uma maratona de jogos sem pré-temporada, sem treinos e com vagas instruções de última hora? Acho que sem conjunto, nem Messi e Neymar juntos dariam um jeito. Este é o problema que ocorre quando o técnico quer brilhar mais que os jogadores, o time e a torcida.


 

Um comentário:

Unknown disse...

Perfeita a colocação Adolpho, um grupo de eternos amigos se dividiram em dois blocos e foram para as eleições...