sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Negócio da China?

Veja só como são as coisas queridos amigos, como elas mudaram em um pouco mais de uma geração. E não estou falando de mudanças profundas, culturais, ideológicas, tecnológicas, falo de algumas expressões que muitos, senão a totalidade da minha geração, cresceu ouvindo, e algumas, mesmo que nem mais sentido façam, ainda são empregadas.

O famoso “feijão com arroz”, significava uma coisa simples, básica, corriqueira e comum a todos, a todas as classes sociais. Pois bem, se você ainda pensa assim, dá um pulinho no supermercado e veja o preço dos popularíssimos feijão e arroz.

Ah, e quando algo era muito barato, quase de graça até, dizia-se que era a “preço de banana”, pois é, na mesma visita ao supermercado, mesmo que inflação seja somente uma ilusão de ótica daqueles “mal-intencionados” da oposição ao governo, você verá, sim só verá, pois comprar já exige um certo planejamento, que preço de banana, pode significar dependendo da época do ano, alguma coisa como preço de “carne moída de primeira”.

Período de dificuldades era descrito como a “pão e água”, sei, tá bom, com o preço do pão francês e da água, inclusive a da Sanepar, passar a pão e água pode até significar prosperidade...

Pois é, mas para ficar só por aqui, ainda tem o famoso “negócio da china”, que para os mais jovens entenderem, durante um bom tempo significava algo muito vantajoso para quem dele era beneficiado, e com alguma leve, ou nem tão leve assim, conotação de esperteza. 

A origem da expressão vem de uma época de confusão politica na China, onde potências estrangeiras, caudilhos locais e toda a sorte de pessoas com poder bélico ou financeiro, arrancavam nacos do gigante adormecido sem muito esforço. É, hoje em dia, quem faz um grande “negócio da China”, são os chineses mesmo, e desta vez em cima de nós.

De “baleia encalhada em praia de famintos”, para usar uma das expressões preferidas de Assis Chateaubriand, a China, em uma geração, prepara-se, se já não está, para devorar o mundo ocidental, e aos pouquinhos, das finanças internacionais às Olimpíadas.

É amigos, mudaram as baleias, mudaram as praias e mudaram os famintos...




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