segunda-feira, 9 de julho de 2012

Mas...

Existe uma palavra na língua portuguesa que se distingue das demais, é o “mas”. O “mas” é a reticência da vida, destrói reputações, derruba governos, encerra amores, aniquila e promove exercícios de autoestima, redime derrotas e denigre vitórias.

Está sempre ali, oculta, enrodilhada como uma serpente venenosa pronta a dar o bote, sempre nas sombras do subentendido, na espreita das interpretações, disfarçada no elogio, na insegurança da promessa.

O “mas” é a saída fácil do comprometimento, é o comprometimento com ressalvas, é a negação da afirmação, a recusa da entrega, a dúvida que derrota, o limite da vitória. 

Por outro lado, é a motivação, diante do inevitável, sempre sinaliza que o fim ainda não chegou, é o remédio contra a soberba, nada é definitivo, é a esperança do desengano, pois sempre que houver um “mas”, haverá uma esperança.

Eu não iria publicar este texto, “mas”...


 

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