Pegue um frango mais magro que a esperança de quem ganha salario mínimo, junte uns 15 kg de arroz, uma cebola, três tomates, sal, bastante sal, para dar sede e forçar a venda de cerveja do dono do bar que emprestou o local, junte um candidato, 49 pessoas da comunidade, sendo quinze crianças em idade de pensar seriamente se Herodes não tinha razão e pronto, já temos os ingredientes.
Depois, prepare o ouvido para escutar todas as queixas já feitas desde que o homem saiu das cavernas e viu que o chefe da tribo tinha comido toda a plantação de milho dele, acrescente na mistura um violão, um chato, um bêbado, meia dúzia de promessas e uma tarde de chuva.
Ah, leve uns trocados para comprar rifas, até as de garrafa pet usadas, desenhos feitos na aula de artes plásticas da filha do dono do bar e de um jogo de camisetas para o time de futebol, que, aliás, foi criado ali mesmo, naquela hora, mas sabe como é, candidato é como elogio, só aparece de vez em quando e é raro.
Pronto, tudo resolvido, então aproveite para degustar o delicioso risoto, sempre cuidando com os ossinhos do pobre frango desnutrido, que parecem estar ali escondidos, com o único objetivo inconfesso de homicídio em primeiro grau.
Se você sobreviver a uns 100 almoços dominicais destes, sem esganar ninguém, sem uma úlcera e com alguns trocados no bolso, você é um forte concorrente a candidato. Se será eleito é outra coisa e depende de outras coisas, mas ao menos vai aprender a ser candidato e poderá chatear seus netos mais tarde, contado diversas vezes estas histórias de campanha.
Um comentário:
E é exatamente assim! tive que rir muito desse seu texto, muito engraçado!!!kkkkkkkkkkkkkkkk você é mesmo muito criativo!!! sucesso!!
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