sábado, 16 de junho de 2012

Anatomia desajeitada de uma decisão

O grande Saint-Exupéry escreveu certa vez, penso que foi no seu livro, Terra dos Homens, que um dos momentos mais aflitivos e angustiantes pelos quais passa o homem, é aquele que antecede uma decisão. Quando você a toma, e só resta implementá-la, lhe sobrevêm a paz. Não a paz sem consequências, sem custos, mas a paz pura e simples, despida dos adornos que mais tarde terá que ostentar e lidar.

Enquanto você se vê às voltas com uma decisão, ela te corrói, te consome, e o cálculo constante e repetido dos prós e contras, acaba por confundi-lo e tornar mais penoso ainda o processo. Você fica dando voltas em torno da decisão, avançando e retrocedendo, repensando e repesando o que está em jogo. 

Este processo extrapola a própria decisão, passa a ser quase catártico. Não existe ação sem prejuízo. Quem assim pensa, ou é um ingênuo quase patológico ou está doentiamente ansioso para deitar na cama de espinhos das circunstâncias de seu ato. 

Quando um percentual ínfimo aponta para um caminho, é, e deve ser sempre, motivo de regozijo, pois é praticamente a única certeza com que vai contar na administração das consequências de sua decisão.

Portanto, grande e sábio Saint-Exupéry, quando isto acontece, que a paz seja gozada, por mais efêmera que seja.

Um comentário:

Leony disse...

"Hoje, nesse tempo que é seu, o futuro está sendo plantado. As escolhas que você procura, os amigos que você cultiva, as leituras que você faz, os valores que você abraça, os amores que você ama, as decisões que você toma, tudo será determinante para a colheita futura. Parabéns pelo seu blog! curto muito.