terça-feira, 5 de junho de 2012

O túnel

É curioso como a nossa criatividade e imaginação, aliadas ao nosso imaginário, criam novos significados para as palavras. Vejam o caso do túnel. 

Túnel é uma coisa que mexe com nossa imaginação, um pouco misterioso, as vezes lúgubre, dependendo da narrativa, outras pressupondo uma forma alternativa, como “underground”, sob a terra, que pode significar rebeldia, opção cultural e de vida. 

Bem, e o túnel tradicional, o túnel que encurta distâncias, que corta montanhas, que atravessa obstáculos, que interfere com a obra da natureza. Pois é, este já tem outra conotação, a de progresso, de velocidade, de praticidade, e por que não, de conforto. 

E, por fim, o túnel da famosa “luz do fim do túnel”, esta metáfora da esperança é a mais curiosa, pois encerra uma espécie de paradoxo em relação a sua concepção original. Passa a ideia de uma travessia incerta, de redenção após um limbo, representado pelo túnel. 

Vejam só, e esta é a mais usada nos períodos pré-eleitorais, se fossem cobrados direitos autorais sobre seu uso, o detentor deste direitos, compraria o Bill Gates, umas três vezes. Todas as vezes que um acordo começa a patinar, alguém surge com uma salvadora e nem sempre confiável solução para impasses, que é saudada com alivio, como sendo “uma luz no fim do túnel”. 

No entanto a pergunta que nunca é feita é: Porque entramos neste túnel, só para esperar a luz?

Um comentário:

Unknown disse...

Mas cá entre nós, que tem gente que adora apagar o brilho da referida luz, isso tem, né?