É curioso como a nossa criatividade e imaginação, aliadas ao nosso imaginário, criam novos significados para as palavras. Vejam o caso do túnel.
Túnel é uma coisa que mexe com nossa imaginação, um pouco misterioso, as vezes lúgubre, dependendo da narrativa, outras pressupondo uma forma alternativa, como “underground”, sob a terra, que pode significar rebeldia, opção cultural e de vida.
Bem, e o túnel tradicional, o túnel que encurta distâncias, que corta montanhas, que atravessa obstáculos, que interfere com a obra da natureza. Pois é, este já tem outra conotação, a de progresso, de velocidade, de praticidade, e por que não, de conforto.
E, por fim, o túnel da famosa “luz do fim do túnel”, esta metáfora da esperança é a mais curiosa, pois encerra uma espécie de paradoxo em relação a sua concepção original. Passa a ideia de uma travessia incerta, de redenção após um limbo, representado pelo túnel.
Vejam só, e esta é a mais usada nos períodos pré-eleitorais, se fossem cobrados direitos autorais sobre seu uso, o detentor deste direitos, compraria o Bill Gates, umas três vezes. Todas as vezes que um acordo começa a patinar, alguém surge com uma salvadora e nem sempre confiável solução para impasses, que é saudada com alivio, como sendo “uma luz no fim do túnel”.
No entanto a pergunta que nunca é feita é: Porque entramos neste túnel, só para esperar a luz?
Um comentário:
Mas cá entre nós, que tem gente que adora apagar o brilho da referida luz, isso tem, né?
Postar um comentário