Ah, me deixa contar esta pra vocês. Acordei cedo hoje, bem cedo. Aliás, nem sei direito se acordei ou ainda não fui dormir, bem, mais isto é outra história.
Então, resolvi fazer um bolo, bolo comum, destes de padaria, para tomar com café. Tá, tá, sei que já entendeu! Mas a história é minha eu me repito quantas vezes quiser. Voltando, entrei na net, santa net, padroeira do desinformados e fui ao altar do google oferecer minha oferenda em troca de iluminação. Pimba! Estava lá; “Receita caseira de Bolo de Laranja”, beleza, é nessa mesma. Abri a receita, que dizia ser simples e fácil, sim qualquer doutor em física nuclear formado pelo ITA sabe fazer..., como são sádicas estas culinaristas, um dia ainda vou fazer uma pesquisa para saber a razão de tanto ódio a nós analfabetos culinários.
Bom, laranja eu não tinha, mas tudo bem, tinha aqueles suquinhos em pó, sabe né, pois é, desses, ao menos a embalagem era cor de laranja. Ovos, este milagre da natureza, santo protetor das causas impossíveis na cozinha, em que pese ter um nascimento assim, não muito nobre, digo de onde, tá bom, senão perco a fome. Farinha, muita farinha, leite. E tudo expresso em medidas, cujo significado só pertence aos iniciados, tais como uma xícara de chá tailandês, mas do norte do país, uma colher de comer mousse de kiwi á tarde, estas coisas comuns do dia-a-dia... é claro que traduzi para um monte de farinha, um copo de leite, que tipo de copo? Sei lá, o que estava em cima da pia meu caro amigo, não atrapalha.
Joguei tudo no liquidificador, sim era um “Bolo de Liquidificador”, simmm... feito no liquidificador gracinha..., putz, piada cretina esta hora ninguém merece. Tudo lá dentro liguei, liguei e ele ficou me olhando como um ministro olha quando alguém pergunta por que aumentou o imposto, impassível, mudo e desafiador. Joguei o que estava lá dentro e pensei, vou fazer na batedeira, afinal são primos né, mesma família e estas coisas, deve dar certo.
Acionei e maravilha! Voou liquido para toda a cozinha, a receita que era para 8 porções já tava em 5. Untei a forma, e é assim ó, presta atenção, joga um pouco de manteiga e esfrega, mela os dedos e ficam faltando lugares sem lubrificação, põe um punhado de farinha, sacode e chora olhando a meleca que fez, assoa o nariz e joga o que sobrou do liquidificador, lá dentro. Pronto!
Pronto? Eita, falta açúcar, mas tudo bem, nos de algumas padarias também e todo mundo compra, aliás, falta, açúcar, falta farinha, falta sabor, falta vergonha na cara de vender porcaria, mas isto é outro assunto. Ah, o fermento, sacode o potinho e deixa cair na mistura, e mexe né, senão não é mistura, né o mané! Liga o forno, e vai ver TV, de preferencia estes programas rurais, onde bunda de fora só nas vaquinhas, sim as vaquinhas mesmo, não as outras.
Café prontinho, quentinho, tira o bolo do forno, senta a mesa e... Opa, esta coisa não quer sair da forma!! Breve cirurgia no bolo, com alguns danos colaterais estéticos irreverssíveis e você se depara com uma coisa meio disforme, dura e de aspecto similar, na aparência e textura, a uma sola de tênis Nike falsificado, pior só mesmo o gosto. O Luiz Alberto me ensina aí cara, ao menos você diz que sabe fazer.
Fazer o que, chuva no lombo e simbora comprar na padaria. Juro que a atendente me olhou com um certo escárnio, mas deve ser só impressão... mas tudo bem, na próxima vez eu acerto, bem, ao menos juro que vou ler toda a receita! Bom café pra vocês!
Um comentário:
Então,não falei? Para que não seja uma mera representação,precisa de muita técnica.AH!O que faz uma chuvinha.Bendita natureza.Em compensação ao gosto do bolo, o texto está gostozíssimo. Tomei com café,rsss.
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