E então amigos, quantos de vocês já ouviram aquela clássica e batida frase, “nada é o que parece ser”, pois é, eu também, mais vezes do que gostaria de ter ouvido. Só que discordo e muito, e vou dizer por que.
Eu mudaria a frase para: “nada é o que quisemos fazer parecer ser”, acho mais própria e menos autoindulgente. Sim, a autoindulgência está na admissão do engano como se fora culpa de outro, quando na verdade, foi culpa de nossa expectativa, de nossa vontade de se enganar.
Salvo as exceções de praxe, necessárias para confirmar a regra, “as coisas são o que parecem ser”, e só, sem mais adereços elaborados para diminuir culpas e transferi-las.
Faça uma análise honesta, minha querida leitora, meu querido leitor, quantas vezes você realmente viu as coisas e quantas vezes você quis vê-las de uma determinada forma? Nós somos, tirante os casos patológicos, extremamente tolerantes conosco mesmos, e não poderia ser de outra forma, caso contrário como poderíamos conviver conosco?
No relacionamento com terceiros, sempre existe o refúgio interno, inviolável e se quisermos, insondável, como forma de proteção, mas entre nós mesmos não, ou somos e sentimos ou não, não há muito espaço para proselitismos e hipérboles elaboradas, é o eu nu no espelho.
Portanto, mesmo parecendo pretensão de minha parte, e talvez o seja, mas acho que a frase lá de cima não reflete a realidade crua das coisas.
2 comentários:
É.
Correto. A frase como normalmente dita,nos isenta da responsabilidade da vida. Mas temos o péssimo costume de não vermos, a nós e ao que nos acontece,em especial,com a verdade necessária. Blefamos, quase sempre.É como se sofrêssemos de uma anorexia em que o eu nu no espelho fosse o nosso senso crítico, sempre distorcido. Tem cura... Tem cura? Talvez ou não.
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