Mais um dia, mais um capítulo da novela “A escolha do senhor prefeito”, um drama com todos os ingredientes de um folhetim trash de primeira. Tem o suspense, as juras de amor, os rompantes chorados, as ameaças de traição, as alegrias de reencontros, os desencontros, as vaidades, a música em solo de violino e a grandiloquência das orquestras sinfônicas, e tudo sob a batuta do grande maestro, que prolonga a apresentação até o final do programa, ou o público desistir e ir embora, o que acontecer primeiro.
Pois é, e ele está certo? Bem, eu que não tenho nada a ver com roteiro, acho que sim, pois nem acompanho esta novela, a não ser de ouvir falar. E está certo, pois criou uma expectativa que não havia, e está provocando fissuras em muitos partidos. Dependendo da habilidade de quem recolher estes pedaços, a costura poderá resultar em alguma coisa interessante.
Como já escrevi, a enorme fragilidade de nossos partidos, hoje em dia muito mais pontos desbotados de convergência de grupos de ocasião, fica a mostra mais do que nunca neste episódio. A costura que os une, é frágil e existe somente enquanto os interesses individuais existirem e subsistirem e salta aos olhos a falta de comprometimento ideológico ou de fidelidade continuada à, ao menos, uma linha de ação, de gestão.
Politica partidária hoje em dia, é uma espécie de caudilhismo sem caudilhos, onde os interesses individuais se atropelam mutuamente, sob o olhar desinteressado, e às vezes entediado do eleitor, que como o “cristo de prostíbulo” da ficção, a tudo assiste e nada protesta.
Amigos lembrem-se, nestas eleições, reflita, faça uma análise mais demorada um pouco e vote consciente. Cuidado ao brincar com esta arma carregada que é seu voto...
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