Então, o inverno chegou. O inverno da estação, do frio, das delicias da cozinha, do calor da casa, da convivência mais próxima, da alegoria das lareiras acesas e das pessoas em torno dela.
E existe um outro inverno, o do imaginário poético, o da figura literária, o das analogias com a vida. Este inverno permanece por todo o ano, mas só é despertado e lembrado na estação climática que ora se inicia.
Quem nunca se imaginou hibernando como se um urso fora, durante um período de inverno metafórico, de inverno da alma, do espírito, esperando acordar em outro tempo, com a fome da abstinência forçada, mas fome de viver de novo em um novo verão hoje distante?
Pois é, da dicotomia simbólica destas duas estações, se estende a corda bamba, ponte estreita, por onde cruzamos os desfiladeiros de nossas escolhas.
Mas, que viva o inverno dos suplementos de culinária, das recorrentes pautas em programas de TV vespertinos sobre lareiras e chocolates quentes, da publicidade de cobertores e vinhos, afinal este já vem pronto para ser consumido, não precisa de seleção de ingredientes e nem de preparo de pratos, como o da analogia.
Um comentário:
"Inverno para alguns clima agradável, tempo que todos se vestem de uma forma mais elegante. Muitos não gostam do frio e reclamam, outro prefere o inverno pois consegue se esconder mais do mundo, para alguns frio na alma, para outros clima de aconchego e bem estar,tantos são inverno o ano inteiro mais olhando com olhar otimista, poderíamos dizer:"Se o inverno chegou a primavera não está distante".Feliz quem consegue colocar a primavera no inverno e colore as páginas de azul entre pautas escuras..."E no frio de um inverno aprendi que havia dentro de mim um verão invencível. Albert Camus. Feliz inverno pra ti.
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