Então amigos, estava pensando um pouco sobre as eleições,
não estas, quaisquer eleições.
Invariavelmente, quando se fala neste assunto,
vem a palavra mágica: Mudança! Ora, mudança por si só? Mudança como solução?
Discordo visceralmente desta visão. Discordo dos discursos inflamados clamando
histéricos por mudança, iconizando a apalavra, tornando-a um slogan, forte e
vazio.
É óbvio que ao falarmos em mudança, temos que agregar do
que, para que, quando e quem ?E, onde, quando for o caso. Mas, mudança é só um
meio, é só muitas vezes uma manobra tática, que pode não ter consequência nenhuma.
Lembrando de Tomaso di Lampedusa, em seu imortal “O Leopardo”,
em dado momento ele coloca na boca do príncipe de Falconeri, dizendo a seu tio,
Dom Fabrizio Corbera, o príncipe de Salinas, que: “Para que as coisas
permaneçam iguais, é preciso que tudo mude”, em tradução mais livre, “é preciso
mudar tudo, para que nada mude”.
Esta, a meu ver, é uma das mais cínicas, profundas e
verdadeiras definições da politica, e que serve para a vida, sem o cinismo implícito.
A maioria das mudanças sempre visou a mantenência do “status quo”, substituindo
muitas vezes os que deles se beneficiavam, no entanto, mudaram os príncipes, mas não mudou
o regime de principado. Vejam quantos políticos no cenário nacional, estadual e até municipal, eles mesmos, ou seus herdeiros, biológicos ou políticos, que ainda continuam no poder sob outros nomes e outras ideias. E quantos ocupam cargos em outros governos, de lados totalmente opostos aos que defendiam?
É ingênua e óbvia esta constatação? Provavelmente é, mas é uma verdade inconteste.
Mudaram estas pessoas? Mudaram os governos? Não meus amigos,
nenhum deles mudou, nada mudou, só vestiram novas roupas, porque é preciso
mudar tudo, para que nada mude...
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