segunda-feira, 28 de maio de 2012

Quando a Roda Viva atropela a gente

Tem dias em que a gente acorda com a sensação de ser um Atlas metafórico. Um titã derrotado pelos deuses e condenado a carregar o mundo sobre os ombros por toda a eternidade. As sombras da noite e a névoa dos sonhos se dissipam e vem um sol inclemente que a tudo torna claro, quente e ardido. O peso fica maior, não em sua definição intrínseca, mas na expectativa de saber que ainda está lá e que continuará estando.

Os sentimentos são vários e se misturam de forma desordenada, desânimo, cansaço, raiva e inevitável admissão dos fardos inevitáveis. O nosso navegador busca desesperadamente no seu “google”, as saídas que pareciam tão claras, e retorna depois de minutos de angustiante espera com a informação de não haver resultados para aquela consulta.

Meio assim como maravilhosamente disse o grande Chico Buarque, nos versos da inesquecível “Roda Viva”:

“Tem dias que a gente se sente
  Como quem partiu ou morreu
  A gente estancou de repente
  Ou foi o mundo então que cresceu...”

“A gente quer ter voz ativa
  No nosso destino mandar
  Mas eis que chega a roda viva
  E carrega o destino prá lá”


É, é por aí, pois quem teria a coragem de acrescentar algo aos versos de Chico?

Mas, enfim, segue o baile que o salão tá cheio, ainda tem gente chegando na festa, os músicos estão tocando e a noite recém começou, e afinal, quem nunca se sentiu assim, que atire a primeira pedra...

6 comentários:

sonia januario disse...

....realmente, o baile continua!!!!

adolpho luce disse...

Pois é, tem que continuar, não depende só de nós.

Leony disse...

Realmente, tem dias que a gente sente-se assim como se um rolo compressor tivesse passado por cima da gente. Mais ai vem a certeza da frase que diz; Depois da tempestade vem a bonança.E ai amigo a gente entra no ritmo de música que toca e entra na dança.

Joel Gomes disse...

É camarada Adolpho, queremos ter voz ativa, mas aí chega a roda que é viva e carrega nosso destino, sem perguntar, para lá. Como ter vida? Talvez sejamos todos malabaristas, e nem nos damos conta. Einsten que o diga dentre das possibilidades de suas teses. Agora que MIB volta as telas, penso: "Será a vida o brinquedo dentro de outro brinquedo" (MIB I).

adolpho luce disse...

Certo, sem dúvidas, mas podia ser um rolo compressor mais leve as vezes, rsssss

adolpho luce disse...

Amigo Joel, acho somos malabaristas em um circo de outro circo, Um abraço!