Tem expressões de hoje em dia que me encantam. O “superlativismo” que grassa na nossa mídia é uma grandeza, sim, o uso do superlativo é norma obrigatória nos “manuais” de jornalismo deste pessoal.
Como o tempo é “curto” e a “informação” (eita...) é grande, o abuso do adjetivo é uma constante e irritante prática. Tudo é grande, tudo é magnífico, tudo é “íssimo” ou íssima”, em nome do espaço ao sol. É um desafio constante aos nossos sentidos, pois você ouve uma coisa e vê outra, ao menos é o que parece.
E depois da terrível onda de “violência sexual” contra nosso idioma, personificada na série de estupros do nosso português, cometidos pelos inefáveis gerúndios e particípios colocados com terrível e malévola desproporção, vem agora um renascimento de uma pérola, que foi muito usada, mas volta com tudo, a “lição de vida”! Meus queridos, nunca vi uma coisa tão profunda, séria, bela e educativa, servir para tanta asneira e despropósito.
Recentemente li sobre um determinado cidadão que tinha dor nas costas, aparentemente normais, muita gente tem. Pois bem, ele parou de tomar analgésicos, aguentou a dor e passou a fazer exercícios, com isto ficou bom. E então meus pasmados amigos, que magnifico, fantástico, belíssimo e mais do que tudo, que lição de vida!!! Bem, ao menos foi o que a jornalista (?) escreveu com todas as letras, e em português, para vergonha eterna de Fernando Pessoa.
Só fico imaginado o amigo ou amiga, balançando em um ônibus lotado, indo para um emprego mal pago, com contas vencidas e lendo que o dito cidadão, que, aliás, deveria ser de classe média alta, a julgar pela “academia” (tinha foto e tudo!) que ostentava em casa, é a sua lição de vida! Que comovente, que edificante..., até corri para o fim da matéria para ver se ele não era um dos patrocinadores do respeitado site, mas nada descobri, pior, teria algum sentido se o fosse.
Meus caros, acho que até para asneira deve haver limites, e até a estupidez e a ignorância deveriam ter alguma utilidade, mas desde que os jornais se tornaram mais raros, nem esta utilidade tem, pois antes dava para enrolar peixes e outros artigos menos nobres neles, agora, só se enrolar no note..
Ah, antes que me esqueça, ia falar sobre o uso absurdo e abusivo da palavra “superação” também, mas desisti, ia detonar o meu café da amanhã, eu tenho um estômago meio delicado!
Um comentário:
Tem dessas também.
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