Podem falar o que quiserem, eu mesmo falo o tempo todo mal
do Galvão Bueno, principalmente nas transmissões de F1. No entanto, é forçoso
reconhecer que sem Galvão, as provas perdem muito de seu brilho. Sou um aficionado
por automobilismo, inclusive com algumas incursões dirigindo equipe de F3,
portanto se não aprendi alguma coisa, ao menos fui exposto a esse mundo, o dos
boxes e pista. Galvão, tecnicamente, é o rei das besteiras, as quais comete sem
pudor algum e vai em frente com uma demonstração de indiferença olímpica...
Mas, sem ele, não tem graça. São duas provas, a que você vê
e a que ele vê, e invariavelmente a dele é mais brilhante, vibrante e mais
atraente. A capacidade invejável que Galvão tem de promover os brasileiros
chega a ser tocante, mesmo sendo irritante. Nesta temporada onde Massa parece
ter esquecido tudo que o levou até F1, e de Bruno Senna, piloto médio,
medíocre, que, aliás, não é ofensa, e sim caraterística de ser médio, só sobrou
aos que assistem a F1 como um divertimento dentre de tantas outras atrações esportivas,
uma F1 com poucos atrativos para torcer.
Aí é que entra Galvão, ele tenta nos fazer crer, sempre após
as bobagens de Massa e Senna, que na próxima prova, ele sabe, ele conversou com
eles, e teremos surpresas boas, etc...!
Hoje não foi diferente, no GP da Espanha, no belíssimo Circuito
da Catalunha, na bela e incrível Barcelona, Galvão tentou explicar Senna
freando para os dois lados na frente do Schumacher, e se obrigou a lembrar de que
Massa estava na prova, forçando uma renovação da disputa com Hamilton, mas,
coitado, em vão, como era esperado, Massa, mais uma vez, fez uma corrida de
burocrata de 5º. Escalão, só guiou o carro, não pilotou...
Foi aí então que o nosso mago da narração descobriu o
Maldonado, um venezuelano, bom piloto, brigão, aguerrido, a quem Galvão adotou
na falta de um brasileiro e, e é claro, pela inesperada e perfeita provar que
fez, culminando com um justo primeiro lugar, o primeiro de seu país a fazê-lo
em toda a história da F1.
De resto, apesar de não ser o objeto deste comentário, foi
uma das melhores e mais emocionantes provas dos últimos tempos, com a
definitiva entrada da Lotus (a nova, a ex-Renault) na briga por vitórias, a
Williams inesquecível para quem curte a F1, vencendo de novo, Alonso, o grande
Alonso, brilhando como sempre, enfim, um grande show, com todos os atores
cumprindo o seu papel, alguns com brilho até inesperado e outros com correção.
Para quem tinha esta expectativa, como eu tinha, foi uma grande manhã de
domingo, culminando com a belíssima e rara cena de Alonso e Raikkonem,
levantando Maldonado no pódio.
E, no mais, continue Galvão, assim mesmo, senão menos gente
vai assistir a F1, e podem até parar com as transmissões por falta de audiência!
E aí, como vamos ficar nós os malucos que acordamos de madrugada para assistir treinos?
2 comentários:
Estimado Adolpho, para variar vc disse tudo, com propriedade, tb achei a prova muito boa, la,lamento pelos brasileiros.abçs Cassio.
Obrigado amigo, tb lamento muito pelos brasileiros. Abs!
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